pontopm
Generic selectors
Somente correspondências exatas
Pesquisar no título
Pesquisar no conteúdo
Post Type Selectors

O OURO VERDE BRASILEIRO.

No vídeo abaixo, você saberá o porquê de O Ouro Verde Brasileiro. Verá que o substituto do petróleo está a caminho, e o Brasil, na pontal da Região Nordeste, irá produzi-lo, brevemente. Seu nome é H2v, ou Hidrogênio Verde, mais efetivo e muito menos poluidor daquele que procede de fósseis. Publicado no Canal Elementar do YouTube, pelo vídeo você conhecerá “As diferentes cores do Hidrogênio”; “A Corrida Verde” e o “Brasil: uma potência energética?” Entenderá por que os Estados litorâneos do Nordeste têm potencial à industrialização do Ouro Verde. Pelo Canal Elementar, há possibilidades de saber quais são as formas de participar do projeto futurista proposto e ler os comentários de quem o conhece, vive ou já passou naquelas localidades.

O CONTINGENCIALISMO – O NOVO MODELO POLÍTICO-ECONÔMICO PATROCINADO PELO ESTABELECIMENTO.

Carlos Alberto da Silva Santos Braga Meus caros Leitores e minhas caras Leitoras, apresento a vocês o tema O CONTINGENCIALISMO – O NOVO MODELO POLÍTICO-ECONÔMICO PATROCINADO PELO ESTABELECIMENTO. A minha produção literária é um recorte sobre as relações internacionais, os atores invisíveis e as várias manifestações do conceito de sociedade estruturadas no mundo contemporâneo. É uma ilação construída com elementos empíricos de validação e que aborda o casuísmo e as imperfeições do saber. Está estruturado em oito partes e aborda a economia; a doutrinação; o controle da vida; o poder; a construção do pensamento; a gênese da contradição; a propaganda; e por fim, a apropriação. Convido a todos para nos deleitarmos com os argumentos e esperemos a leitura da última palavra que compõe a última parte dos textos, para nos posicionarmos sobre o tema. Não é necessário ler os textos apenas na plataforma digital, você poderá baixar o arquivo em formato pdf e fazer a leitura na forma como se apresentar mais cômodo a você. Faça um bom proveito.

PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES.

Carlos Alberto da Silva Santos Braga Amanheceu. Como todos os dias, como todos os cidadãos do mundo contemporâneo, como todos os homens e mulheres, nos levantamos e nos damos ao luxo de buscar as novas notícias sobre nós mesmos, nossos familiares, nossos amigos, nossa cidade, nosso Estado, nosso País e nosso Mundo. São temas que agradam a cada um, a partir daquilo que melhor impactua no seu humor, nas suas expectativas, nas suas ansiedades, nas suas frustações e sobretudo na sua educação. Educação um tema tão grandioso e ao mesmo tempo tão desprezado, sinto saudades das terras de além-mar, onde as primeiras palavras eram: – “Olá, bom-dia! E então?” – “Com licença, bom-dia! Por favor….” – “Obrigado, com licença, continuação.” – “Cumprimentos, com licença.” Ao abrir os aplicativos sociais do meu smartphone, veem-me uma enxurrada de mensagens. Muitas reencaminhadas, mas que desejam um bom-dia e eu, educadamente, respondo-as com as mesmas imagens ou palavras, ou seja, a quem me enviou imagens, respondo com imagens, a quem me enviou textos, respondo com palavras, a quem me manifestou fé, respondo com fé. Há também aquelas mensagens enviadas, que se revestem de política, de futebol e de problemas da sociedade, para os mais próximos, desejo um bom- dia, para os outros, sou indiferente, creio que estava ativado o modo “robot” e provavelmente ele nem sabe que a mensagem foi enviada. Mas o que fazer? São estas as manifestações da atual sociedade, dessa sociedade contemporânea, que em determinado momento foi rotulada de sociedade da informação e que nada mais é do que a sociedade que replica as informações de interesse do “estabelecimento”, dos algoritmos que tudo fazem para manter as pessoas exatamente no mundo em que elas querem viver. Se o meu mundo é da política contestatória ao governo estabelecido, receberei inúmeras mensagens, já previamente construídas e na quase totalidade não revestida das verdades, para que eu possa me iludir e pensar que o meu modo “robot” de mim mesmo está fazendo a coisa acertada e sigo feliz, escutando o canto dos cisnes. Não sei por que, mas me lembrei da obra A Revolução dos Bichos, de George Orwell. Se o meu mundo é do entretenimento, esse é o mais fácil de todos, doutrinação e relativização a todo-vapor. Doutrinação e relativização de quem? Para doutrinar e relativizar é necessário que o sujeito conheça o outro lado da moeda, se não o conhece, vem outra obra, O Mito da Caverna, de Platão. Se o meu mundo é o mundo dos esportes, genial, o novo circo, agora com a atualização da tecnologia para retornar aos aspectos invisíveis aos olhos humanos e retornar ao passado, não para corrigir, mas para garantir que os incautos permaneçam ligados ao “estabelecimento”, demonstrem a sua alegria, prendam-se aos conceitos e se mostrem prontos a adquirir produtos, serviços e prazeres inimagináveis. Mais uma obra maravilhosa me veio à mente, Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. Se o meu mundo é a sociedade, a sua falta de educação, a sua demanda por conhecimento, não há com que me ocupar, os aplicativos fornecem uma imensidade de textos preparados especialmente para você, sobre o assunto que você quiser, você não precisará saber ler, não precisa entender o significado das palavras, as imagens e os sons te encantarão. Não é necessário nada físico, não é necessário um dicionário, você é dono do seu conhecimento e enquanto você trabalha poderá ouvir o seu tema preferido, sentir o conhecimento fluir através de ondas. Não há necessidade de uma biblioteca, um museu, ou mesmo um arquivo físico, digite a primeira palavra e tudo acontecerá, isso o prometo, assim se manifesta o Algoritmo, a fase mais recente do “estabelecimento”. Me cheira a queimado, com certeza é Farenheit 451, de Ray Bradbury. Até aqui, parece-nos, tanto a mim quanto a você, meu leitor ou minha leitora, que só manifestei distopias, que a minha vida é muito presa ao Conhecimento, sim grafado com letra maiúscula, como na língua germânica, para expressar os substantivos, que eu deveria ser mais flexível e não sofrer tanto, afinal estou me valendo dos mesmos aplicativos que os demais se valem. Aí meu caro e minha cara leitora, se manifesta o título do artigo “Para não dizer que não falei das flores”, falarei das flores, sou católico praticante, recebi todos os sacramentos de iniciação, serviço e cura, sim os de cura também, sempre que me vejo numa situação de vulnerabilidade física ou espiritual, não contemplada pela confissão, me valho do sacramento da cura. Realmente a fé é algo que não se discute, vive-se. Não discutir, viver e, assim vivo. O sacramento do batismo me tornou sacerdote, profeta e rei. Justamente por me tornar um profeta, me obrigo a manifestar aquilo que não se encontra estruturado dentro das verdades necessárias, aquelas verdades que existem desde o sempre e fazem fluir o bem, a vida e o amor. São elas que nos elevam da barbárie ao progresso. Para manifestar a preocupação e agir como um profeta, me valho das mesmas ferramentas do mal, mas na estratégia do bem. Aquilo que já está estabelecido não será modificado pela vontade de um, mas pela ação de muitos e não será divulgando mensagens construídas pelo próprio “estabelecimento” que se modificará o todo. As mensagens devem ser construídas com as ferramentas do Conhecimento e não com as ferramentas da mentira. No entanto, querer que pessoas desprovidas de educação encontrem as ferramentas do Conhecimento, é o mesmo que descrever as cores da parede para um cego, não tem significado algum, os demais sentidos que ele utiliza sentem o perfume da rosa, mas não percebem a sua cor; sentem o sabor da maça, mas não percebem a sua tonalidade; sentem o calor do fogo, mas não percebem o brasil, a transformação da madeira em brasas, a cor do cerne do pau-brasil e que deu origem ao nome do nosso País; ouvem o som emitido pelo pavão, mas não veem a beleza da sua plumagem. É óbvio que vivemos um mundo melhor, é óbvio que ocorreram

UMA REFLEXÃO SOBRE O PENSAMENTO DE CARLOS BRAGA

“Ao lutar contra o mal, necessariamente, você utiliza as armas do mal, questão de compatibilidade, no entanto, a estratégia tem de ser do bem. Somente a verdade necessária – aquela que exprime a razão do universo – prevalecerá. CARLOS ALBERTO DA SILVA SANTOS BRAGA” O uso de armas do mal na luta contra o mal poderá ser ética e moralmente defensável, embora discutível na perspectiva da retórica do politicamente correto num mundo cada vez mais social-democrata, esquerdizado e idiotizado. Benjamim Disraeli, escritor, primeiro-ministro inglês na Inglaterra imperialista e fundador do Partido Conservador moderno, terá concitado em alto e bom tom que “o momento exige que os homens de bem tenham audácia dos canalhas”. Certamente na “Solução Disraeli” se admitirá o uso das armas do mal na perspectiva do bem comum e na legítima defesa da verdade universal. Essa solução, aliás, terá peso do “bom combate” das Escrituras e portanto contará com as bênçãos dos Céus, do Criador e do Senhor dos Exércitos. Porém, não será fácil combater os canalhas, segundo duas profecias do melhor frasista brasileiro, o jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues… Não será fácil porque os canalhas são muitos e vão dominar o mundo: “Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos”… Segundo porque os canalhas hoje estão liderando, são os dominantes e os homens de bem os dominados: “Hoje, tudo é possível, tudo. Há idiotas liderando povos, fazendo história e fazendo lendas.”… A messe é grande e os trabalhadores são poucos. Difícil será retomar a normalidade social, se é que algum dia isso seja novamente possível… Sigo pessimista…

O PROCESSO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL.

inteligencia-artificial

Quando se quer dominar o conhecimento, transformamos todas as formas físicas de produção intelectual em formas digitais, destruímos as fontes materiais e, depois, criamos algoritmos para que as pessoas só acessem aquilo que entendemos que elas devam saber.CARLOS ALBERTO DA SILVA SANTOS BRAGA Ao longo da história, a partir do momento em que se criam formas de se registrar os atos, fatos, eventos, inventos, produção intelectual e acontecimentos, a guerra mais importante travada, é a guerra pelo domínio do conhecimento. São as passagens históricas que nos mostram as formas como os povos, ditos mais avançados, se relacionaram com os novos mundos, as novas culturas e os novos povos – seja na África, na Ásia, na América, ou ainda, na Oceania. O que prevalece, desde então, é a manutenção de um conhecimento a partir da verdade europeia. Uma verdade onde aquilo que não conhecido, é desconstruído, é devastado, é destruído ou reconstruído a partir da verdade e do conhecimento dominado por eles próprios. Dominar o conhecimento sempre se mostrou como uma oportunidade de negócios, de domínios intelectuais, de geração de riqueza e, sobretudo, da exploração dos outros – os não europeus. Aqui não se incluem, aqueles que atendam ao conceito de branco, anglo-saxão e protestante. Não se iludam, por mais que se estruture num discurso ideológico de inclusão, respeito, direitos humanos e igualdade, tudo isso são algoritmos – conjunto de regras e procedimentos lógicos perfeitamente definidos que levam a solução de um problema em número finito de etapas – construídos para dominar a retórica e construir a subserviência ideológica. O processo de estruturação de tudo isso atinge o seu ápice com a Inteligência Artificial, realmente uma composição de palavras que expressa exatamente o que é: uma inteligência criada artificialmente. Não são registros automáticos de memória – as sinapses, que guiam a construção do conhecimento, não são as vivências, as informações, as situações criadas ao longo da vida que cria a sua capacidade de resposta, mas única e exclusivamente um algoritmo. Dentro da Inteligência Artificial, os estruturadores de textos que resolvem um problema, que criam uma redação, que elaboram uma dissertação, que planejam uma aula, que na essência fazem aquilo que a grande maioria das pessoas, na atualidade, não consegue fazer: pensar. E as tornam no que são: incautas. Todas as redes sociais, todos os jogos digitais ao ar livre, todos os jogos on-line, todos enigmas criados e partilhados de forma digitalizada, têm um propósito: validar um algoritmo. Demonstrar a capacidade e o domínio do meio digital, revelar o poder criador e a capacidade de gerar riquezas para uma pessoa, um pequeno grupo de pessoas, ou ainda uma ideologia, nunca gerará riqueza para uma comunidade, nem mesmo na forma de arrecadação de impostos. No entanto, aos meros utilizadores dos meios informatizados, o que importa? Às custas de uma pseudo-facilidade, entregam todas as suas informações, tudo que há de registros públicos, privados ou audiovisuais à respeito da sua pessoa. Mesmo assim, são felizes, não precisam de manifestar aquilo que realmente não possuem: inteligência, somos incautos. Não mensuramos o valor de nós próprios e vivemos uma distopia, uma sociedade que entrega o seu futuro ao algoritmo. O processo já está avançado, não há retorno, muito já se destruiu e a única forma de acesso é na forma digitalizada. Quando se quer dominar o conhecimento, transformamos todas as formas físicas de produção intelectual em formas digitais, destruímos as fontes materiais e, depois, criamos algoritmos para que as pessoas só acessem aquilo que entendemos que elas devam saber. Ajudamos as pessoas na relação com o meio digital, você não precisa saber exatamente o quer, nós nos incumbimos de criar atalhos para você. Digite apenas a primeira sílaba e nós ofertaremos diversas sugestões de nomes. Demonstre o que você sente, através de uma palavra e nós ofertaremos inúmeras respostas ao seu questionamento, à sua ânsia, ao seu desejo. Não se preocupe, ninguém se importará com a origem do seu conhecimento. Ninguém se importará com a veracidade da sua informação. Ninguém questionará a sua ideia. Afinal a grande expectativa é de que o meio digital nos torne iguais, inclusos, respeitosos e felizes com a nossa própria ignorância, onde estar conectado e receber a ração de cada dia será o grande mérito. Mas como tudo, há a antítese, o lado sombrio do algoritmo, a deepweb, o submundo, a podridão, o lodo movediço que tudo engole, este é o pari passu com a luz, onde as informações deixam de ter ética, legalidade e moralidade. Onde se rastreiam os resultados de exames tendentes às necessidades fisiológicas, nos mais estúpidos e imorais fins. Onde as imagens e os sons deixam de guardar correlação com a verdade do mundo. Onde vemos, mas não enxergamos. Particularmente eu não tenho medo do homem que criou o algoritmo e, nem tampouco do homem que domina o computador, o meu medo é do homem que poderá desligar tudo isso e, como validador, não dispondo das fontes primárias – tempestivamente destruídas para validar a Inteligência Artificial – tenha que voltar às trevas e reconstruir tudo novamente num ambiente de pura barbárie.

Uma História de Vida Num Centro de Gestão de Documentos

Durante muitos anos – parte significativa da minha vivência profissional na Polícia Militar de Minas Gerais – me vali dos registros históricos como construção do conhecimento, afinal eles são a essência de tudo quanto, amigo da história, produzo. Particularmente me classifico como um validador, cujas referências são o grande bibliófilo e bibliográfo português Joaquim Martins de Carvalho, natural de Coimbra, nascido em 1822 e falecido em 1898, que produziu uma obra literária de intervenção cívica com ênfase nas liberdades públicas e nos interesses locais. Outro nome singular na validação histórica e que muito acrescenta ao meu método de validação é do genealogista e historiador francês Jean-Baptiste-Pierre Julien, Le Chevalier de Courcelles, nascido em 1759 e falecido em 1834, que em sua obra publicada na década de 1820: A Arte de Verificar as Datas, antes e após Jesus Cristo, conjuntamente com o também francês, Marquis de Fortia d’Urban, se tornam os primeiros à escreverem sobre a ocorrência de uma Rebelião em Minas Gerais e da existência de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Completa a tríade de referenciais o genealogista e historiador português Anselmo Braamcap Freire, nascido em 1849 e falecido em 1921 que escreveu sobre os Brasões da Sala de Sintra, um registro histórico dos brasões de armas das famílias portuguesas de origem. Os registros históricos movem a minha produção e acrescentam mais valia aos meus conhecimentos. Na minha visão de amigo da história, compreender a história é como galgar um muro e olhar por cada fresta que se apresenta e, juntando todas as imagens, construir uma narrativa própria e fiável do ponto de vista da memória que se quer perpetuar. Particularmente as minhas obras demandam pesquisas nas fontes primárias, visitas aos locais abordados, conversas com as pessoas e, sobretudo, um debruçar sobre as imagens formadas e a interpretação acumulativa de anos de viagens, conversas, leituras, manuseios de materiais históricos, contemplações e o constante reescrever a partir de uma nova informação que se percebe de forma aleatória e que quase se faz desentendida. É justamente o acaso quem move aquele que manuseia um documento em arquivo, tem-se que estar pronto para o improvável, o inusitado, a peça que faltava para completar o quebra-cabeças pode aparecer a qualquer momento. Uma das minhas pesquisas é sobre a História (in)Completa da Academia de Polícia Militar de Minas Gerais – Símbolos, Ideais e Conhecimentos, onde as informações disponibilizadas pelo Centro de Gestão Documental da Polícia Militar de Minas Gerais foram relevantes no processo de validação de nomes, datas, atos, fatos, eventos e exemplos. Com certeza o Centro de Gestão Documental da Polícia Militar de Minas Gerais é um espaço que permite ao pesquisador não apenas acessar a fonte primária, mas de forma responsável, perceber o processo de construção de uma história singular que se caracteriza pelos registros da vida de cada um dos homens e mulheres que construíram, constroem e, em permanente reconstrução, tornam atual o significado da Polícia Militar de Minas Gerais. Mas tudo isso é pontual, talvez pessoal, ou ainda atenda ao propósito próprio de alguém que se vale das informações em arquivo, para atender pura e exclusivamente à uma questão de família, segundo a lei de acesso à informação. No entanto, para um pesquisador o contato com a fonte primária é a mais sublime das oportunidades de se construir a sua própria hipótese de validação histórica, de ser único, alguém a ser contradito e ao mesmo tempo respeitado pelos seus pares. Recentemente escrevi sobre a gênese de um nome, cujo o título é “Gontijo – Origem do Nome de Família” como topônimo e ao mesmo tempo antropônimo, com origem em Braga – Portugal, muito provavelmente incorporado para reforçar a origem familiar, uma pesquisa que me obrigou no aprofundamento histórico e na imersão em arquivos públicos do Brasil, de Portugal e da Espanha. Escrever sobre a gênese de um nome, me conduziu na busca da genealogia da minha família materna e como Organizador do projeto denominado “Raízes do Coração – Uma História Familiar”, onde é relatada a importância do 3o Sgt Galdino Antônio dos Santos, no contexto do que somos e nos tornamos, são as informações disponíveis nos arquivos do Centro de Gestão Documental da Polícia Militar de Minas Gerais que nos permitem avançar além da história familiar e compreender as dificuldades de uma família, cujo patriarca ingressou na então Força Pública do Estado de Minas Gerais em 02 de fevereiro de 1933, com 42 anos de idade e, cuja a pensionista, sua filha solteira, recebeu pensão até o mês de seu falecimento, em agosto de 2017. Os arquivos do Centro de Gestão Documental da Polícia Militar de Minas Gerais, para quem se propõe à pesquisa, pode revelar algumas informações significativas da vida da própria Corporação e dos seus integrantes e que ainda podem ser validados por outros arquivos de interesse da Corporação, caso do Instituto de Previdência dos Servidores Militares e do Tribunal de Justiça Militar de Minas Gerais. Nos arquivos do Centro de Gestão Documental da Polícia Militar de Minas Gerais vamos descobrir que o Curso de Formação de Oficiais da Polícia Militar de Minas Gerais, só foi considerado como equivalente ao ensino fundamental no ano de 1953. Que no ano de 1955, se torna equivalente ao ensino médio e que no dia 10 de junho de 1983, torna-se equivalente aos cursos superiores do sistema civil de ensino, retroagindo seus efeitos aos formandos do ano de 1973, isso há exatos 40 anos. São os arquivos do Centro de Gestão Documental da Polícia Militar de Minas Gerais que vão nos revelar que um Oficial da PMMG, no início da década de 1950, se torna destaque em projetos de educação da ONU, junto às Escolas Caio Martins. São os mesmos arquivos que nos permitem entender a grandeza da Corporação quando chamada à formação da Polícia Militar do Estado de Rondônia e também da Polícia Militar do Estado de Roraima, nas décadas de 1980 e 1990. São nos mesmos arquivos que vamos ter o relato das Missões de Paz da ONU

TELAS MENTAIS.

Carlos Alberto da Silva Santos Braga. Todas as organizações aspiram pelas melhores mentes e buscam construir hipóteses. Testando-as, procuram melhores oportunidades de alcançar os seus objetivos. A maximização dos objetivos é o que eleva a humanidade ao patamar seguinte de evolução e conhecimento. Todas as organizações são sistemas de conhecimentos e aprendem a partir do estoque de informações acumuladas ao longo das eras. As organizações não são apenas instituições com fins ou propósitos específicos. Não são apenas empresas ou conglomerados, ou apenas espaços de educação continuada e ensino. As organizações são corpos que funcionam a partir do fluxo de informações e impulsos e que são validadas pelo conjunto de conhecimentos pretéritos, registrados ou não, construídos dentro dela própria ou a partir da vivência no chamado mercado – local onde se busca os melhores profissionais, as melhores ideias, os melhores produtos e sobretudo a melhor hipótese futura de sucesso. As organizações são de ordem material e imaterial. Seu patrimônio é o conjunto construído a partir do capital intelectual. Sua estrutura é o somatório de experiências, conflitos, resoluções de problemas, feed-back, aperfeiçoamento de processos e utilização de insumos adequados para a consecução dos objetivos. As organizações podem se estruturar sobre modelos econômicos, clubes de serviços, associações comunitárias e, principalmente, sobre modelos de ordens. Afinal, o conceito de administração deriva de um modelo de ordem específica, a ordem militar. As ordens têm funções diferentes no contexto das organizações, elas subsistem, em tese, pelo acatamento ao princípio – a verdade necessária. Essa é a ideia de concepção de uma ordem. No entanto, a compreensão da verdade necessária se, não de conhecimento geral, pode ser desvirtuada e levada à verdade contingencial – a retórica. O uso prosélito da verdade contribui para o afastamento do princípio e a consecução de objetivos diferentes dos objetivos primários, da essência ou da construção da ordem. As ordens se classificam em religiosas, filosóficas e militares. Seu arcabouço é a hierarquia, a sua subsistência é a disciplina, a sua perenidade é o acatamento à norma e o seu fim é a perpetuação da verdade necessária que se estrutura desde sempre. Seus pressupostos de realização da função conceptiva, podem ser baseados em bulas, cânones, regimentos, dogmas, sofismas, enunciados, teorias e ainda tratados baseados na ética, na moral e na legalidade. A verdade necessária, aquela que se estrutura desde sempre, pode ter o nome que você quiser – idealizador, Deus, criador, predecessor, iniciador, guru, mestre, ídolo, cientista, Big Bang – não nos interessa, desde que ela se sustente pela razão do universo e não pela razão da humanidade. Há um jardim, na cidade de BudaPeste, na Hungria, do lado de Buda, com dois lados. Referem-se às duas tribos que ocupavam os lados opostos do Rio Danúbio e que posteriormente vão dar origem à cidade. Localizado numa colina, recebeu o nome de “O Jardim dos Filósofos”. É uma obra com os referenciais religiosos do mundo, contemplando uma esfera, como se estivessem à zelar pela unidade do planeta terra e ajudar no entendimento mútuo entre as distintas culturas. Naquele jardim, contemplando a esfera, estão as esculturas de Abraão; Echnaton; Jesus; Buda; e Lao Tsé. Ao lado, encontram-se outras três esculturas, a de São Francisco de Assis, Mahatma Gandhi e Daruma Taishi, personagens que também influenciaram o desenvolvimento espiritual da humanidade. Diferenciar a verdade necessária, do uso prosélito da verdade, deve ser o objetivo de quem faz parte da ordem. Mas, isso só acontecerá, se aquele que da ordem se nutre, conheça o que da ordem se espera. Pois, se da ordem se vale, dela não se espera a verdade necessária, apenas o proselitismo. A ordem não deve ser uma forma de ascensão e nem tampouco de locupletar, a ordem é a essência da vida como organização e modelo de constância na persecução dos objetivos da iniciação. A ordem é a manutenção do universo, a sustentação do equilíbrio das órbitas, as ondas inaudíveis que fluem pelo espaço e que de forma quântica, permitem a sua percepção e o crescimento da humanidade. Nem todos conhecem a essência, nem todos ascenderam ao cume do obelisco, nem todos comungaram das faces do poliedro. Eventualmente, um ou outro, se elevará. Mas somente aquele que se eleva sabe os motivos e a sua missão, pois a quem muito é dado, muito será exigido. A elevação difere do comando, estar no ápice como atividade política de sustentação da ordem, não quer dizer que se encontrou o caminho, diz apenas que há necessidade de uma cabeça e que a cabeça pode ser apenas uma forma de proteger o conhecimento, de agregar, de permitir que se encontre aquele que imergiu e, depois de conhecer o recôndito de si mesmo, elevar-se aos objetivos que transcendem o entendimento desse mundo. Como uma grande batalha, onde somente um será o vencedor, assim nos procedemos na busca da verdade necessária. Só um ascenderá e esse um, mesmo ele, não saberá quem é. Somos de uma realidade, vivemos uma dimensão e nos estruturamos segundo o modelo dessa dimensão. Os nossos registros são telas mentais construídas a partir dessa dimensão, qualquer outra – que sabemos existir – não será alcançada pelos olhos e conhecimentos dessa dimensão. Assim como a onda transpassa a partícula, a energia supera a matéria e a verdade necessária se impõe perante a verdade contingencial. É pela natureza da essência que a Ordem subsiste e não será pela impureza prosélita que permanecerá. Pois o livre-arbítrio é o que, nas palavras de Giambatista Vico, nos impulsiona ao progresso e à barbárie. No processo de continua aprendizagem acumulamos o conhecimento a partir de imagens, todas as vezes que nos elevamos e aprendemos algo, aquela imagem é associada a outra e a tela se aperfeiçoa, a nitidez nos permite avançar, proporciona novas associações, permite que escrevamos mais e melhor, não há necessidade de pensar, a nitidez da tela proporcionará inúmeras interpretações, cada qual mais ajustada e necessária ao ambiente. O momento atual de compulsão pelo improvável, pelo insano, pelo desprezo e pela volúpia, corroborado pelo alinhamento ideológico que transpassando

NÃO VOU FALAR SOBRE RACISMO E SIM SOBRE HISTÓRIA.

  A vivência na Europa, em período recente da humanidade, permitiu-me a mim, entender um pouco mais sobre a história das colonizações como um processo de exploração econômica. Não se iluda, em momento algum se tratou de um processo de ocupação para povoamento, foi e continua a ser dentro de um contexto puramente econômico. Alguém poderá dizer que as colonizações não existem mais e que a minha afirmação está errada. Poderia o ser, se e somente se, na hipótese de ser a abordagem, baseada na ocupação do espaço, ela vai além disso. Quando se trata do pacto mundial pelas migrações, não estamos falando de geração de renda para os países de onde provém aqueles que optam pela migração, como alternativa de vida. É e continua a ser – o pacto mundial pelas migrações – uma colonização para fins de exploração econômica. A maioria daqueles que compõem a corrente migratória é capacitada, no entanto, não vai ser inserida no mercado de trabalho qualificado, mesmo que seja inserida no mercado regular, fará parte da classe de serviços gerais não qualificados, ou seja, trabalharão nos restaurantes, bares, cafés, hotéis e serviços marítimos de travessias – os chamados navios de cruzeiros. Se alguém falar que trabalharão na construção pesada, estes certamente terão um salário melhor – é um serviço qualificado. O processo da exploração econômica qualificada, funciona com base na situação nativa, primeiramente os nativos do próprio país, depois os nativos da Europa Ocidental, em seguida os nativos da Europa Oriental, para em sequência os melhores qualificados brancos e só depois os melhores qualificados não brancos. O resto não conta. Os serviços da previdência social dos países europeus sabem que um trabalhador migrante qualificado tende a buscar melhores oportunidades e, portanto, vai gerar receita para os cofres previdenciários e raramente gerará despesas. Em muitas situações – observação própria da realidade – os migrantes não são registrados e a polícia administrativa dos órgãos trabalhistas faz vistas grossas. O nativo geralmente tem direito a determinado valor salarial, os não-nativos registrados outro valor e os migrantes, a par de um argumento de solidariedade e preocupação no acolhimento, além do não-registro funcional, recebem bem menos. Quase todos os países europeus que partiram para colonizações, como atividade de exploração econômica, tinham colônias na África Subsaariana, ou seja, onde há a incidência da raça negra. Para esses países o contato e as relações sociais com os negros fazia parte da vida em sociedade, mesmo que infelizmente, na forma como cativos. A raça negra fez, faz e continuará a fazer parte da formação da população daqueles países europeus e de suas ex-colônias, com exceção de um país: a Espanha. Infelizmente a Espanha é um país que não tem relação com a raça negra como formação da sua população endógena. Isso é visual, basta andar pelas ruas da Espanha, ou avance para mais distante e veja a quantidade de negros que existem nas ex-colônias espanholas na América. O máximo de miscigenação que ocorreu na Espanha, decorre dos séculos de ocupação moura. A Espanha é um conjunto de regiões com línguas nativas diversas, com uma língua oficial imposta e com viés antagônico em relação a eles próprios, onde o referencial de uma determinada região é uma afronta a outra e a adoção de ícones de forma negativa ou pejorativa é uma das manifestações da realidade da Espanha. Nem todos os espanhóis pensam assim, no entanto, a história demonstra o que vivenciamos nesse momento histórico e reforçando: NÃO FALEI SOBRE RACISMO E SIM SOBRE HISTÓRIA.

 GONTIJO: ORIGEM DO NOME DE FAMÍLIA

   Carlos Alberto da Silva Santos Braga Contato: carlosbraga1962@gmail.com    Sou natural da cidade de Bom Despacho, Estado de Minas Gerais, no Brasil e residi na cidade de Braga, Portugal no período de fevereiro de 2016 a outubro de 2022, oportunidade em que fiz uma pesquisa sobre a História da Família Braga da Silva. A história da construção do nome e a cidade de Bom Despacho no Estado de Minas Gerais no Brasil, (BRAGA, 2023). Na referida história relato sobre os topônimos – ou seja, tem origem num nome geográfico, refere-se a um lugar – e os antropônimos – ou seja, é um nome próprio ou nome de batismo, como os nomes ligados à minha família: Rodrigues, Braga, Silva, Couto e Freitas.  Viajando pela Península Ibérica, me debrucei sobretudo na história das cidades da Galícia Romana: Braga, Astorga e Lugo e as dimensões das fronteiras daquelas possessões Romanas resultantes do processo de urbanização e criação das cidades citadas que ocorreram nos anos de 16-15 a.C. O curso d`água principal naquela região, que foi de domínio romano, é o Rio Minho, cuja nascente é num pedregal de rochas glaciares denominado de Pedregal de Irimia, na Serra da Meira no Concelho homônimo, naquela parte da Galícia, na Espanha, (BRAGA, 2022). A fronteira sul da Galícia Romana com a Lusitânia vai ser o Rio Douro, (CORREIA, 2020).  O idioma oficial da Galicia é o galego, há uma obra do linguista Fernando Venâncio, intitulada: Assim Nasceu uma Língua, onde de forma suave narra o nascimento da língua portuguesa a partir da junção de múltiplas influências – dos celtas aos árabes, passando pelo alemão, indo mais longe ao pôr o português como descendente direto do galego e não o latim.  Na convivência com a língua portuguesa, em Portugal e nos países de língua oficial portuguesa, com independência tardia, podemos perceber a sonoridade da língua e a sua entonação própria como a ênfase germânica – seca, diferentemente de nós brasileiros, onde a entonação é mais próxima do francês – mais arrastada, o que nos leva, em alguns casos, à não compreensão adequada do que se está falando.  Historicamente a proximidade entre os povos da Galícia Romana, sejam em Portugal ou na Espanha, vai subsistir mesmo com o fim da ocupação romana e ter continuidade com a ocupação dos Suevos e Visigodos, povos germânicos, que influenciaram na língua e na formação das características físicas dos povos. Ainda hoje, quando se refere à uma pessoa branca, de cabelos claros e olhos claros, se diz que é um Galego.  Os conselhos de Braga em 561 e 572 fornecem muitos detalhes sobre a Igreja durante a presença Sueva. O terceiro concílio de Braga em 675 e o décimo Concílio de Toledo (656) iluminam a ação da Igreja no Reino Visigótico hispânico após a conquista dos Suevos em 585. Para além do fim do Reino Suevo em 585, a Igreja continuou com muito vigor sob os visigodos. (DIAZ, 2011 apud FERRERO, 20–)  A Hispânia era toda a região onde hoje conhecemos como Península Ibérica, o que ocorreu a partir da reconquista da península por Caio Júlio César Augusto no ano 38 a.C., foi a divisão em várias províncias e a parte noroeste recebeu o nome de Galécia Romana, (CORREIA, 2020). Posteriormente com a expansão do cristianismo, o Arcebispado Primaz da Hispânia, se estabelece na cidade de Braga em Portugal, onde se mantém até os dias de hoje. Sendo o seu Arcebispo, na época do Couto de Braga, Senhor da diocese Primaz da Hispânia, (SOARES, 2011, p. 539).  Uma das características do idioma Galego é a não utilização da letra “J”, que vai ser substituída pela letra “X”, assim a grafia da palavra hoje, é hoxe, de José, é Xosé, de Javier, é Xavier – daí deriva o nome de família do Alferes Joaquim José da Silva Xavier, nome que se mantém no português, haja visto a Galícia, como formação histórica ser um território cujas fronteiras eram o rio Douro.  Não apenas a grafia com a letra “J”, em Justiça, grafada com Xustiça, vai ser substituída pela letra “X”, acontece também com as palavras escritas com a letra “G” e com o som de “J”, como em Gerais, que se escreve Xerais. De forma cômica na grafia de Gente, se escreve Xente, Oh Xente!. Ou ainda, Girar, que se escreve Xirar. Em viagens pela Espanha, em locais onde não se fala o Galego, a Prefeitura, no Brasil, cujo homônimo em Portugal é Câmara Municipal, é conhecida como Junta e na Galícia como Xunta, o Diário Oficial da Galícia é produzido pela Xunta de Galicia, (XUNTA DE GALICIA, 2023).  Toda essa narrativa se tornou obrigatória para esclarecer um dado sobre a origem de um nome de família muito comum na minha cidade, esse nome tem uma relação de muitas memórias de infância, pois emprestava o nome à uma fazenda aonde sempre ia nas minhas férias escolares, que está situada quase no centro da cidade de Bom Despacho e na entrada de um bairro, conhecido como vila e com o mesmo nome. É o nome Gontijo.  Algumas pessoas dizem que é um nome de família com origem geográfica proveniente da Espanha, inclusive, uma obra publicada como Dicionário das Famílias Brasileiras, o diz. Outros o mencionam como origem na cidade de Braga, Portugal na Freguesia de São Victor e outros ainda, mencionam um local chamado Dume, em Braga, Portugal.  Sem nos ocuparmos dos nomes das primeiras pessoas a utilizarem o nome de Família Gontijo, vamos nos ater ao essencial, que se manifesta em afirmar sobre a origem geográfica do nome Gontijo.  Para quem não teve a oportunidade de conhecer adequadamente a Galícia e a história da formação daquele território a partir dos aspectos econômicos, políticos, sociais e religiosos, é muito fácil correlacionar a utilização do termo galego e hispânia como sendo apenas território espanhol. Não o é, a sede do Arcebispado Primaz da Hispânia é em Braga, Portugal, desde tempos Galécios, (ARQUIDIOCESE DE BRAGA, 20–).  A correlação galega e hispânia ao território apenas da

Espaços públicos e significados.

Largo, Larguinho, Campo, Praça, Rotunda e Praceta são alguns espaços públicos e significados divergentes, nos lugares que falam o Português. Sem desmerecer e, muito menos ainda, desconhecer os esforços dos nobres pares que, passando por vários significados viários, julgam ser a mesma coisa, aquilo que conceitualmente não o é. Por muitos anos, até residir em Portugal, me perguntava “O por quê de Larguinho?” aquilo que para mim era uma pequena praça, que existe na minha Bom Despacho, no Estado de Minas Gerais, atualmente conhecida como Praça Altino Teodoro. Como especialista em mobilidade urbana sabia que conceitualmente o “larguinho” ou o pequeno largo, também não poderia ser praça, haja vista ser a “praça” um encontro de várias ruas ou avenidas, que a cortam diametral ou radialmente, ou ainda um espaço ladeado por três ou quatro ruas ou avenidas diferentes, permitindo a circulação em todo o seu perímetro, ou de veículos, ou de pessoas ou de animais. Em Braga – Portugal, eu residia numa Praceta, conceitualmente uma pequena praça acessada apenas por uma via de entrada e saída, quase um condomínio fechado. Pouco acima estava o Campo das Hortas, uma praça maravilhosa e pouco mais à esquerda o Campo das Vinhas, outra magnífica praça, estava alargado o meu entendimento de “praças”. Abaixo da minha morada, na via de acesso à Praceta, havia uma Rotunda, ou seja, uma rotatória, um artifício da engenharia de trânsito para redução de conflitos e fluidez do tráfego. Mas e o Larguinho, o pequeno Largo? Bom, como o próprio nome o diz, algo que se torna óbvio quando se vive a criação romana de antes de Cristo, um Largo ou Larguinho, é um espaço público, ao largo da via, na lateral da via, com acesso apenas pela lateral daquela via, não há encontro de outras vias e nem tampouco cruzamentos e que adentra ao perímetro do quarteirão ou quadra – conforme a linguagem local. Como diziam os povos de antanho: “Passei ao largo”, que quer dizer“passei pelo comprimento do lado”. Ou ainda, como reforço de linguagem, um grande veículo com a inscrição em espanhol “veiculo largo” veiculo comprido. Assim, eu posso cruzar uma Praça, adentrar à uma Praceta, confluir num Campo, fazer uma manobra na circulação de uma Rotunda, mas nunca poderei executar tais operações de trânsito, como as descritas, num Largo ou Larguinho, pois o objetivo de ambos é o acesso a um espaço público com circulação de veículos, pessoas ou animais de forma condicionada. Depois de anos, percebo que o Larguinho, na minha Bom Despacho, pode ter sido edificado com o sentido de origem, no entanto, hoje é uma Praça e só romanticamente é considerado como um Largo. Espero ter ajudado.

error: Conteúdo Protegido!