O Conhecimento acumulado ao longo do tempo, permitiu ao homem criar instrumentos de validação das ciências, através das quantificações das informações disponibilizadas e adequadamente tratadas no ambiente científico. Favorece-lhe inferências capazes de construir um novo Conhecimento, inclusive, validar um Conhecimento já existente, e descartar, a partir de novas evidências, aquilo que até então era conhecido como uma possibilidade.
A quantificação na produção das informações
As formas quantificativas das informações são mecanismos matemáticos que permitem o agrupamento de informações congêneres criando estatisticamente os mecanismos denominados “intervalos de classes”. Esses mecanismos amplamente utilizados dentro da Ciência Estatística é uma vertente matemática que permite inferências a partir de um conjunto de probabilidades que adequadamente tratadas, conduzem à racionalidade da ideia pelo agrupamento de informações periféricas que validam a estruturação de um novo Conhecimento.
Obviamente que uma verdade matemática, que estrutura a possibilidade de um novo Conhecimento, se cerca do conjunto de informações disponibilizadas e que influenciam diretamente as possibilidades de acertos em determinado tratamento estatístico. Essa verdade é construída pelas informações que validam o Conhecimento e que são aceitas como condicionantes do pensamento recorrente num determinado momento da ciência, sem ser necessariamente, definitivo.
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Os “intervalos de classes” representam as informações quantitativas de determinado evento, não sendo portanto Conhecimento, o que faz as informações que neles se manifestam como verdadeiras é a capacidade de associar informações pretéritas, criar um Conhecimento que torne coerente com a realidade o argumento que se busca construir. A utilização desse recurso estatístico é de forma recorrente em todas as ciências, onde os parâmetros de conclusões, são calcados na realidade métrica mediana daquilo que se construiu como informação e daquilo que, cruzadas as hipóteses, permite à Ciência um diagnóstico adequado de um determinado quadro, anteriormente já construído pelas evidências e correlações afetas à análise específica.
Muitas informações produzidas pelo Conhecimento dão-nos apenas o retrato fiel da sua medição, nada mais além disso, para se chegar a conclusões acertadas sobre determinado evento, temos a obrigação de construir os elementos essenciais à sua validação, é preciso e de forma clara, descrever aquilo que está acontecendo, que determina uma intervenção e que efetivamente demonstre a existência daquilo que se denomina: problema, ou seja, é preciso que identifiquemos a real necessidade de atuação para reparação de uma demanda emergente, precisamos descrever objetivamente o nosso problema – pois só se busca solução ao novo enfrentamento, cujas informações pretéritas carecem de aprofundamento.
A construção de possibilidades que nos permitam descrever o problema e atacá-lo, são as nossas hipóteses de sucesso, para além de objetivamente descrever o problema que se é apresentado, mesmo de forma empírica, temos a obrigação de construir as hipóteses que se mostram, a partir do acúmulo de informações pretéritas, as mais apropriadas ao problema que nos atinge. As hipóteses, como na real definição da palavra, são as possibilidades de enfrentamento do problema a partir dos caminhos e dos Conhecimentos pretéritos de validação que agregando novas informações possam interferir de forma positiva, ou de forma negativa, ou ainda sendo irrelevante, na resposta ao problema apresentado.
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Ao construir uma hipótese é preciso saber dimensionar adequadamente as variáveis que podem interferir na validação da hipótese, é preciso saber se conhecemos adequadamente as variáveis e se somos capazes de interferir no ambiente onde as variáveis se manifestam. É preciso saber se as variáveis dependem de informações pretéritas que possam levar ao êxito de uma determinada hipótese, é preciso saber se controlamos adequadamente o ambiente e o impacto das variáveis construídas para atacar o problema, devemos saber o grau de dependência ou mesmo independência da variável na estruturação da hipótese, precisamos ter certeza que as variáveis não nos conduzem a erros interpretativos que possam colocar em descrédito o Conhecimento que pretende construir.
Obviamente que as condicionantes para a perfeita definição do problema, a elaboração estratégica das hipóteses e influência das variáveis no êxito de uma teoria, são um conjunto de informações pretéritas que criaram a possibilidade de atualização do Conhecimento, esse mesmo conjunto de informações só tem validade no período em que se estrutura e nos instrumentos de medição que são utilizados para tal. A ciência evolui e com ela o Conhecimento, a forma de compreender o mundo, a forma de quantificar as informações, os instrumentos utilizados para a medição das informações que levam à construção do Conhecimento, por serem passivos de transformação e por agregarem novas tecnologias que permitem seu aperfeiçoamento, permitem também ao Conhecimento se refazer, se refundar, se transformar e sobretudo se atualizar em relação ao novo.
O Conhecimento que se adquire com o enfrentamento de um novo problema, novas hipóteses e novas variáveis, pode redundar em conclusões e inferências próprias ao modelo de época, ou seja, o Conhecimento é uma verdade determinada pelas informações disponíveis naquele momento, não são o fim em si mesmo, mas uma possibilidade de enfrentamento de uma questão apresentada no tempo presente.
Para quantificar as informações produzidas e assim chegar às conclusões ou inferências voltadas à solução do problema proposto, podemos utilizar várias técnicas para coleta das informações que se vão quantificar, que podem ser: entrevistas; roteiros; questionários; palavras-chaves; gravações; filmagens; orientações de conduta em ambientes controlados; advertências sobre utilização de determinado equipamento; correta utilização de equipamentos de medição; dentre outros que o pesquisador possa utilizar e descrever a forma de emprego.
As conclusões sempre são frutos de uma relação de causalidade, em suma – acontecendo isso, a consequência é esta. As conclusões são lógicas, não permitem interpretação diferente, ou seja, são o efeito visual de uma imagem, 2 + 2 : 4. As conclusões não permitem tergiversação, aceitam apenas uma única interpretação, que é aquela que se apresenta pela leitura pura e simples do ambiente. As inferências, essas sim, nos permitem sair do estado estático do fato e buscar interpretações que nos permitem dizer que 2 + 2 podem ser 4, mas podem ser qualquer número, as inferências são como a matemática, agregam outras possibilidades de interpretação, nos
permitem ver o invisível, ouvir o inaudível e sentir o borbulhar do Conhecimento à nossa volta.
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A qualificação na produção das informações
No nosso dia-a-dia, podemos ver a interferência da abordagem relatada nesse capítulo na nossa vida. Quando nos pesamos e visualmente recebemos a informação da balança, temos o que chamamos de conclusão, ou seja, um instrumento de medição – a balança; uma massa a ser medida – o nosso corpo; a informação fornecida pela balança – o nosso peso. Como forma do Conhecimento todas essas informações estão corretas e validadas. No entanto, quando passamos a especular sobre o nosso peso, vamos observar que existem outras informações que podem ser agregadas, são as inferências. Assim, podemos dizer que o nosso peso é o resultado da pressão que o nosso corpo faz numa determinada área de um instrumento de medição – a balança – que foi construído especificamente para tal fim e que a informação do instrumento de medição – que se manifesta como o peso do nosso corpo – é o resultado da massa desse corpo multiplicado pela aceleração da gravidade. Do ponto de vista do Conhecimento tanta a conclusão como a inferência são verdades, o que diferencia uma da outra é a possibilidade do emprego da retórica, no entanto, a retórica deve ser calcada em Conhecimentos pretéritos acumulados e validados pela ciência e amplamente divulgado no meio científico.
A retórica na validação do Conhecimento nos é apresentada, conceitualmente, como aquilo que entendemos como referencial teórico para uns ou teoria de base para outros, ela é na verdade o Conhecimento pretérito que se apresenta como um modelo de validação para o enfrentamento de novas situações, ou em outras palavras, como o roteiro mais apropriado para testar as hipóteses formuladas a determinado problema, um roteiro onde as implicações das variáveis demonstram um direcionamento, que ao final devem ser apenas um modelo e nada mais além disso.
Pode-se construir um pequeno exercício que demonstra a aplicação prática desse capítulo. Que ficticiamente descrevemos como: “População e IMC numa aldeia qualquer”. Primeiramente, seria necessário definir se a pesquisa seria amostral ou censitária, ou seja, se parte ou toda a aldeia será objeto da pesquisa. Depois pesar e medir o público-alvo da pesquisa. Pesado e medido o público-alvo, calcular o IMC – Índice de Massa Corporal – do público alvo. Ordenar em gráficos o peso, a medida e o IMC do público-alvo e comparar com as tabelas de IMC. Identificar situações de obesidade, normalidade ou defasagem de massa corporal. Descrever as observações teóricas sobre o tema. Aplicar modelos voltados ao restabelecimento da normalidade do IMC. Reaplicar pesagem, medição e verificação atual do IMC. Comparar os resultados apresentados com a teoria e por fim apresentar as conclusões ou inferências relativas ao problema: “População e IMC numa aldeia qualquer”.
Ao aplicar o roteiro descrito acima, validado pela quantificação das informações que são incorporadas como novas abordagens ao tema, temos a oportunidade de construir um novo Conhecimento que será capaz de definir estratégias voltadas para o enfrentamento de um problema fictício, mas que facilmente pode ser trazido à realidade e novamente se tornar um balizamento para uma nova situação aventada, bastando apenas que seja utilizada a capacidade criativa do homem e a sensibilidade necessária para transformar o questionamento em ação e por fim em um novo Conhecimento. Mas independente de tudo isso, como é abordado até aqui, o emprego da técnica no exercício se deu em consonância com um modelo, obviamente, o espírito criador, a essência da busca pelo novo, não nos impede de agregar novas funcionalidades, novos olhares e novos instrumentos de quantificação ou mesmo de teorização para o caso fictício e isso é fruto da capacidade do homem de, em constante evolução, buscar novos Conhecimentos.
Leia também:
Construindo a Descrição do Conhecimento
Respostas de 9
Parabéns meu amigo por sua competência, sabedoria e conhecimento.
Lembranças para Rosângela e para Melissa e Clarissa.
Abraços.
Obrigado meu amigo Alan, espero continuar na produção de textos que possam incentivar a transformação do Conhecimento. Abraço.
A inquietação humana sempre fomentará a busca de novos conhecimentos, tendo como referência para partir ou contestar o que já foi produzido. As variáveis? São várias. E, tendem a crescer.
Excelente texto.
Antônio Roberto de Sá, obrigado pela inquietação e é justamente ela que nos motiva a buscar novas variáveis para o Conhecimento.
A fonte e a precisão dos dados são fatores determinantes para o estudo estatístico, onde chegaremos a obtenção de resultados determinístico e confiáveis.
Parabéns ao Sr. Carlos Alberto por mais uma louvável matéria sobre o conhecimento.
Sr Robson Maciel, os vossos comentários são sempre pertinentes e motivadores, agradeço a manifestação e me comprometo a buscar o melhor de mim para construir um Conhecimento que alcance a todos. Fico feliz pela recorrente visita a este espaço virtual Pontopm e mais ainda, por o estar visitando a partir de Braga em Portugal.