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CORRENTE DA INSENSATEZ

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 Marcílio Fernandes Catarino (*) 

Todos sabemos que o Brasil se estrutura, social e politicamente, em diversas instituições públicas e privadas. As primeiras criadas através de normas legais e mantidas pelo erário, com o objetivo precípuo de buscarem o fiel desempenho das funções essenciais do Estado e da Sociedade. As segundas, que exigem credenciamento em órgão público, são mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, com ou sem fins lucrativos, desempenhando papel importantíssimo nas diversas áreas do cenário social. De modo geral, um modelo comum a todos os países, “mutatis mutandis”. 

Dentre as instituições públicas brasileiras, pedimos vênia para destacar, em especial, as Forças Armadas, com as três Armas que as integram: Marinha, Exército e Aeronáutica, cada qual concentrando seus esforços em seu campo de atuação, porém de forma coordenada e sinérgica. 

Conforme preceitua o texto constitucional, “são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se a defesa da Pátria, à garantia dos Poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”. (grifo nosso) 

Seus feitos heroicos, registrados em diversos momentos da história pátria e regados com o sangue e suor de seus integrantes, em atos de patriotismo e bravura indômitos, encontram-se em narrativas emocionantes de inúmeras obras de escritores famosos, nacionais e internacionais. 

Somem-se a esses episódios a inestimável contribuição que, de modo particular, vem o Exército Brasileiro prestando ao país, nos campos do desenvolvimento econômico e da integração nacional, com a construção de rodovias, pontes, assistência à saúde em áreas inóspitas e endêmicas, entre tantas outras atividades que não se inserem no bojo de suas atribuições constitucionais. 

Ressalte-se, por oportuno, que as instituições, embora integradas por homens e mulheres, constituem um “ser” abstrato que paira acima do cidadão, garantindo que “um conjunto de regras básicas que disciplinam o Estado e a Sociedade prevaleçam e sejam respeitadas”, inclusive pelos próprios indivíduos que as dirigem. 

Assim é o nosso glorioso Exército Brasileiro que, nos últimos meses, vem sendo alvo de uma corrente de manifestações nas redes sociais, ao meu juízo, inteiramente difamatórias e por via de consequência injustas, merecedoras do nosso repúdio por contribuírem tão somente para com o enfraquecimento da INSTITUIÇÃO. 

Justificam os manifestantes suas atitudes ao atribuir a alguns comandantes da Força verdadeiras ações de “traição”, ao virarem às costas aos elevados valores institucionais e ao juramento prestado ante ao Pavilhão Nacional, por razões político-ideológicas. 

Muitos deles, que se intitulam intelectuais e eruditos, deixando-se levar por impulsos emocionais e inconsequentes, através de análises superficiais e genéricas, exigindo que o Exército Brasileiro pegue em armas e “meta o pé na porta”, conforme jargão popular, o que mergulharia o Brasil num conflito de proporções e consequências imprevisíveis para todo o povo brasileiro. Certamente, tal aventura traria consigo tanta dor e sofrimento, que não contaria com o apoio de nenhum país democrático do mundo, além de abrir espaços para as investidas de diversos outros que sempre estiveram de olho nas imensas riquezas e potencialidades de nossa terra. 

Mesmo que verdadeira a traição mencionada, por parte de alguns comandantes, não é razoável e muito menos justo condenar toda a Instituição. Ninguém amaldiçoa uma família inteira porque apenas um de seus membros se corrompeu, da mesma forma que ninguém joga todo o cesto de maçãs aos porcos, porque somente duas delas apodreceram. 

A Nação Brasileira não seria o que hoje é sem o seu glorioso Exército, de cuja proteção jamais poderá prescindir. Assim como “tudo passa”, esses momentos sombrios em que está mergulhada – que na percepção de espiritualistas de diversas correntes se inserem nas profundas transformações por que passa o nosso Berço Cósmico, denominadas Transição Planetária – também passarão, revelando toda a sordidez e farsa que, por tanto tempo, nos oprime e sufoca. 

Urge, pois, que os brasileiros verdadeiramente patriotas compreendam que todos, com maior ou menor proporção, somos responsáveis pela liberdade e soberania do nosso Berço Pátrio. Da mesma forma que todos nós, de um ou outro modo, por ação ou omissão, somos responsáveis por essa triste realidade que estamos vivenciando. 

Que cada um faça, portanto, a parte que lhe cabe e nesse esforço se inclua a busca pelo resgate do prestígio e da credibilidade que o nosso glorioso Exército Brasileiro sempre teve junto à opinião pública e que, num futuro breve, possa ele mostrar e demonstrar para toda a Nação, uma vez mais, o seu real valor. 

Que cada brasileiro use com sabedoria o seu livre arbítrio, ciente de que irá colher no porvir exatamente o que semeou. 

Desperta Brasil. 

Fev2024. 

Coronel Veterano/PMMG – Aspirante 1970 

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