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CRISE, MORAL E ÉTICA, NA IMPRENSA BRASILEIRA

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Com a ascensão da internet e a velocidade da propagação dos fatos, tornou-se imprescindível checar quaisquer informações e fontes a fim de evitar “barrigadas” ou “fake news”.

Fazer jornalismo de verdade está cada vez mais difícil, sobretudo em um país onde os donos da comunicação, sequer são jornalistas. O que vemos, ouvimos ou assistimos diariamente nos deixa mais confusos do que informados.

É muito difícil separar ideologia, militância ou subordinação quando se faz jornalismo com viés publicitário ou a serviço de uma causa. O verdadeiro jornalista tem paixão pela informação de qualidade e da forma mais rápida possível, corre em suas veias o sangue da opinião qualificada.

Um veículo sobrevive da qualidade do material produzido e da capacidade de atrair verbas publicitárias. Nas últimas décadas essa equação vinha se equilibrando com 60% de verbas públicas e 40% de anúncios da iniciativa privada. No primeiro ano do governo Lula saltou para 75% pública e 25% privada.

Passado um ano das escaramuças, os gigantes das comunicações lutam desesperadamente contra as quedas financeiras, agravadas pela audiência que também entrou em declínio e vem afugentado verbas privadas.

Em 2023 o total de verba publicitária repassada pelo governo federal às emissoras foi pouco acima de 300 milhões de reais. Até outubro de 2023, este era o ranking:

LULA (JANEIRO A OUTUBRO DE 2023)

GLOBO: R$ 66.179.452,00
RECORD: R$ 16.481.784,00
SBT: R$ 13.333.066,00
BAND: R$ 5.685.711,00
REDE TV!: R$ 1.172.727,00
EBC: R$ 1.145.464,00
TV CULTURA: R$ 444.070,00
SONY: R$ 350.094,00

No mesmo período, o governo federal destinou R$ 78.650.240,00 para mídias digitais (portais, blogs e redes sociais).

A situação não é diferente para jornais, revistas, mídias indoor e outdoor, que já consumiram mais de R$ 58.000.000,00.

A Globo sempre se encontrava isolada na liderança, Record e SBT se revezavam em segundo lugar.
Em 2018, o padrão se manteve. A Globo faturou R$ 5,93 milhões nos três primeiros meses do ano. Em segundo lugar ficou a Record, com R$ 1,308 milhão. Em terceiro ficou o SBT com R$ 1,1 milhão.

Em 2019, o padrão mudou. Em primeiro lugar ficou a Record, com R$ 10,3 milhões. Em segundo, veio o SBT, com R$ 7,3 milhões. Em terceiro veio a Globo, com R$ 7,07 milhões.

O leitor incauto pode pensar que o governo Bolsonaro triplicou a verba em relação a 2018, mas é preciso observar que mais de 60% desses valores foram pagamentos de contratos feitos no governo Temer. Durante todo o governo Bolsonaro, foram investidos R$ 289.586.740,00.

Só em 2023, o governo Lula já gastou mais do que Bolsonaro investiu nos 4 anos de governo.

A mesma imprensa que ajudou a derrubar o governo anterior, se locupletou com as benesses do novo governo. A fonte voltou a jorrar forte em troca de apoio irrestrito.

Apostaram na eleição de um novo governo capaz de retomar os velhos padrões, forçaram uma polarização inexistente, na base do todos contra um, deixaram de lado o jornalismo e viraram meros distribuidores de peças publicitárias.

Matérias não representam o que se vê nas ruas, institutos de pesquisas disparam números encomendados, revanchismo e ódio saltam aos olhos de grande parte de uma população atônita.

Enquanto os mestres da administração e do marketing trabalham pela sobrevivência dos grandes, direcionando prioridades para os portais na internet, nós os pobres telespectadores ou leitores, sofremos com a baixa qualidade editorial proporcionada por um jornalismo tendencioso, vil e a serviço de pequenos grupos em detrimento de toda uma nação.

O maior perigo dessa nova tendência está no instrumento que classifica as prioridades quando se pesquisa algo na internet.

Denominado “PageRank”, o poderoso algoritmo de classificação do Google prioriza o número de cliques em uma determinada publicação, assim quanto mais cliques, mais destacada será a postagem, independente de qualquer valor científico, verdadeiro, ou de interesse público.

Como não conseguem inverter essa equação lógica (audiência=credibilidade), veículos, políticos corruptos e escroques de todos os matizes, tentam enfiar goela abaixo de toda a nação o PL 2630/2020 que, a propósito de regular as redes sociais, ao contrário, impõe vigorosa CENSURA a todas elas.

Querem, a qualquer custo, voltar a ter fonte de informação única, como na China, Coreia do Norte ou Cuba e sem abrir mão da vigorosa receita pública.

Encerro com as palavras da Dama de ferro Margaret Thatcher: não existe dinheiro público, existe dinheiro do pagador de impostos.

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Neimar Fernandes