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Queda de 3,6% do PIB Brasil, em meio a Recessão Histórica.

Num cenário de recessão brasileira, em meio às incertezas políticas, jurídicas, o Produto Interno Bruto – PIB – de 2016 continua em queda de 3,6%.

Na divulgação do IBGE, nesta terça-feira (7) e amplamente noticiado pela imprensa nacional, este é o segundo ano de queda do indicador, pois, recuou, em 2015, 3,8%. Em consequência disso, ressaltou a Folha de S. Paulo, “o país acumulou queda de 7,2% no acumulado de 2015 e 2016, a pior recessão já registrada pelo IBGE, cuja série começa em 1947”.

Nas explicações daquele jornal, o PIB é:

[…] um dos principais indicadores de uma economia. Ele revela o valor adicionado à economia em um determinado período.
O PIB pode ser calculado pela ótica da oferta e pela ótica da demanda. Os métodos devem apresentar o mesmo resultado.

Desde o último trimestre de 2014, o IBGE passou a aplicar diretrizes da ONU que alteraram parcialmente os cálculos para o PIB. Investimentos em pesquisa e desenvolvimento, prospecção e avaliação de recursos minerais (mesmo que não sejam encontradas, por exemplo, jazidas de minério ou petróleo) e aquisição de softwares passaram a ser contabilizados no PIB.

Antes, eram encarados como despesas intermediárias e descontadas do cálculo. Pela nova metodologia, os gastos governamentais com a compra de equipamentos militares também passam a ser considerados como investimento, por exemplo.

À FolhaRebeca Passos — coordenadora de contas nacionais do IBGE — que “a economia brasileira voltou ao mesmo patamar do terceiro trimestre de 2010 ” e que “a recessão no período se destaca por sua dispersão em todos os setores da economia, algo incomum em períodos de crise anteriores”.

A notícia é complementada com as seguintes informações:

No ano, a agropecuária caiu 6,6%, seguida pela indústria (queda de 3,8%) e pelos serviços, que recuaram 2,7%. Desde 1996 o país não tinha quedas nos três principais setores da economia.

A taxa de investimento em 2016 foi a pior da série histórica do IBGE. No ano passado, o indicador chegou a 16,4% do PIB.

A construção civil, que corresponde a cerca de 50% dos investimentos, é a principal responsável por essa redução.

O segmento foi afetado pela crise no setor imobiliário e pela Operação Lava Jato, que investiga as maiores empresas do setor.

A restrição do acesso a crédito nos bancos e as taxas de juros em alta também pressionaram os investimentos para baixo.

Há, porém, sinalizações favoráveis, quando se observa, na notícia da Folha, que:

A expectativa do mercado é que o desempenho no primeiro trimestre deste ano já esteja em terreno positivo. Para 2017, a projeção é de crescimento de 0,49% do PIB, de acordo com a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda (6).

A queda da inflação e a redução da taxa de juros pelo BC são as principais razões para o ânimo de economistas, que esperam que, com isso, famílias e empresários voltem a consumir e investir.

A melhora na demanda por commodities e o aumento da safra agrícola —principais produtos da pauta de exportações brasileira— também explicam o otimismo.

A visão positiva para 2017 contrasta com o ano de 2016, marcado pelo aprofundamento da recessão, com aumento do desemprego e piora da atividade econômica sobretudo nos setores de comércio e serviços, que levaram mais tempo para sentir os efeitos da crise.

Fatores políticos, como o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e as investigações de negócios e políticos na Operação Lava Jato, pioraram esse cenário, afetando a confiança na economia e freando investimentos e consumo.

Na reportagem da RFI, há o destaque sobre o Selo de bom pagador, assim explicado:

Mas no segundo trimestre de 2015, sob a gestão de Dilma Rousseff, o país entrou em recessão e as agências de classificação de risco tiraram do Brasil o selo de bom pagador.

O desemprego, além disso, disparou até alcançar no início deste ano um nível recorde de 12,6% (quase 12,9 milhões de pessoas).

O governo conservador de Michel Temer – que no ano passado substituiu Dilma, que sofreu um impeachment – lançou um programa de ajustes para recuperar a confiança dos investidores, mas os resultados ainda são aguardados.

As expectativas do mercado são de um crescimento de 0,49% este ano, enquanto a OCDE prevê um crescimento nulo (0%) em 2017.

Fonte e foto destacada: Folha de S. Paulo e RFI.

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