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QUANTA PICARDIA!

Antes houvesse, simplesmente, atividade de escambo no palácio da alvorada, mas não, o que acontece por lá é uma criminosa compra de votos, tal qual sistematicamente vem acontecendo desde que a democracia foi restaurada em nosso país.

Cargos no executivo sempre foram usados para manter a estabilidade nas votações do legislativo, contemplam a base de apoio ao governo e são legítimos. A compra de apoio, seja com dinheiro lícito ou ilícito, envergonha e mancha qualquer procedimento que se diz democrático.       

Temos assistido nos últimos dias um lamentável debate, que mais deseduca do que contribui para o amadurecimento político dos cidadãos brasileiros. 

Transformar discussão desta monta em um deplorável espetáculo maniqueísta, reduzindo a gravidade do momento a haver ou não golpe, é um crime contra o eleitor. 

O que está em debate é se a conduta do presidente fere ou não a constituição. 

O presidente, diretoria e todo o conselho consultivo de qualquer instituição financeira, estão impedidos de contrair empréstimos nestas instituições, ao contrário, devem zelar pela legitimidade e transparência nas operações com os recursos a eles confiados.

Quando o presidente autorizou o uso de recursos da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e BNDES, instituições das quais o governo é o acionista majoritário ou controlador, para honrar compromissos políticos de programas sociais, que possuem valores definidos no orçamento, e que pelo excesso de gastos do próprio governo foram usados para outras finalidades, ele incorreu em crime de responsabilidade. Simples, claro e direto. A isto denominaram-se pedaladas fiscais, ou seja, contrair um empréstimo em instituição financeira que controla, para encobrir crime de responsabilidade ao estourar o orçamento aprovado pelo legislativo. Já aconteceu e está em curso novamente.

É como se você tivesse um banco, usasse parte do dinheiro depositado para pagar contas pessoais e algum tempo depois repusesse o valor usado. Isto é crime, ponto.
Vergonhoso o balcão de negócios em que se transformou a esplanada dos ministérios. Seja quem for o político, seja qual for o partido, é preciso lembrar que devem servir a nação e não servir-se dela. Há muito não se via tamanho desprezo ao eleitor. Total falta de respeito à vontade popular, embala a balbúrdia em que se transformou o congresso nacional. 

E pensar que longe está uma solução pacificadora.

Que 2024 nos traga melhores dias, maior governabilidade, responsabilidade com o dinheiro do contribuinte e melhores serviços públicos. Talvez seja uma utopia, mas não custa tentar.

Valho-me do escritor e jornalista americano, Ambrose Bierce em sua obra O dicionário do diabo:

“A morte não é o fim. Sempre resta a briga pelo espólio”.

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Neimar Fernandes