A resposta é a mais simples possível e atende aos pressupostos da Navalha de Ockham, um princípio lógico onde a melhor solução é aquela que apresenta a menor quantidade de premissas possíveis e cujas variáveis sejam mais fáceis de controlar.
Para isso nós nos servimos de um pequeno exercício, primeiramente o contexto democrático universal, sem barreiras, sem fronteiras e com liberdades condicionadas, onde o que importa não é o cidadão e nem tampouco o Estado e sim o poder, não o poder de se manifestar livremente, mas sim o poder outorgado através de eleições, onde o eleito se vale do poder para se defender do poder que o povo pensa que tem.
Em seguida a sensação de que a nacionalidade não interessa, o que importa é o bloco, o conjunto dos países, o sentimento de que a União é maior do que a Pátria e que o retorno em produtos e serviços é uma condição derivada da alta carga tributária, onde tudo tenho, onde me subordino à vontade do Estado como condicionante da plena segurança e numa social-democracia de bloco, o sentimento de nacionalismo é algo antagônico, espúrio, conflituoso, fora de época e xenófobo, onde tudo se faz por um pacto pelas migrações.
Por fim a validação ideológica do conceito de democracia através dos órgãos de comunicação social, onde uma mentira se veste da verdade contigencial, através da retórica, tornando a verdade necessária algo a ser punida, desacreditada, humilhada, condenada e refutada, baseada na premissa de que somos os melhores, os nossos produtos e serviços são os melhores e todos os querem.
A vitória da Ucrânia na guerra contra a Rússia é a manifestação do poder de uma União manifesta na Organização do Tratado do Atlântico Norte, é a afirmação conceitual de um liberalismo econômico que se baseia na ausência do poder do povo e na submissão deste ao poder, é o fim do sentimento de nacionalismo e a afirmação do universalismo como forma de dominação dos povos. É em suma um fechar de olhos para a realidade.
É tudo quanto foram os propósitos da Revolução Francesa, a ausência do Poder do povo, o fim da Liberdade de religião, com a subordinação da atividade religiosa à Constituição, o fim das barreiras alfandegárias e consequentemente a construção da subordinação do povo ao interesse de um pequeno grupo econômico, sob o aval dos organismos transnacionais de controle econômico e financeiro.
Lembre-se, uma navalha filosófica, como a construída por William de Ockham, um frei franciscano, filósofo e teólogo do século XIV é uma ferramenta usada para eliminar opções improváveis em determinada situação, conduzindo a uma hipótese simples de comprovação do problema ou situação expressa. Por ser muito simples, tende a ser desconsiderada, haja vista que nós nos consideramos demasiadamente inteligentes para sermos enganados por algo tão simples.
Se a Ucrânia não vencer tudo quanto se constrói em termos de retórica cai por terra e o risco de crescimento da direita se torna real, com a volta do nacionalismo, do sentimento de pátria, da religião e da responsabilidade pela construção do seu próprio futuro, afinal, por mais que se queira desconstruir, Aquele que veio, nunca deu o peixe, Ele ensinou a pescar.
Respostas de 6
Texto interessante, com um ponto de vista instigante, que merece ser relido e refletido, buscando-se entender o que está acontecendo ao nosso redor, sob um novo olhar.
Parabéns 👏
Meu Amigo Valter Braga do Carmo, assíduo participante junto ao espaço virtual PontoPM, meu muito obrigado pela forma como se dirige aos meus textos e à minha pessoa. Com certeza há muito o que se explorar sobre o momento político que se vive no mundo e creio que algumas incertezas se apresentarão. Como otimistas vamos acreditar no melhor. Abraços.
Faz todo sentido! O globalismo, com seus tentáculos sobre o acidente, tenta, buscando ultrapassar a Ucrânia chegar ao oriente.
Putin, apesar ser um líder comunista, enfatiza o patriotismo, família, princípios, cristianismo… Também, possui um arsenal invejável, inclusive com armas não divulgadas e uma grande população.
A Ucrânia, por sua vez, depende do material bélico externo e tem população numericamente incapaz de frenar seu oponente.
É questão de tempo, para a vitória russa.
Enquanto isso, a mídia vem destorcendo os fatos, fazendo o ocidente crer a Ucrânia vencerá. É possível que tenhamos a repetição mais uma questionável “vitória do Vietnã”.
Meu caro Amigo Antônio Roberto Sá, com toda certeza suas palavras refletem a ambição do ocidente contra uma federação de interesses comuns, a Rússia é uma Federação de Repúblicas com histórias milenares e sentido de pertencimento ao conjunto da própria Federação, implodir esse modelo e fragmentar a coesão dos povos russos é o primeiro passo para minar o poder e criar uma ideia de independência e por fim o declínio da única força que mantém o equilíbrio no planeta. O fim da Rússia e a fragmentação do Estado levará à hegemonia do poder econômico contra os povos e os Estados, uma vida distópica com consequências inimagináveis. Através do espaço virtual PontoPM podemos manifestar um pensamento de indignação com a realidade vivida neste momento das relações internacionais.
Caros amigos, interessante observar que neste contexto a mídia global não tem um contraponto com a verdade. Como será que a mídia foi totalmente dominada pela esquerda. Estrategicamente as massas não se interessam pela leitura crítica, e assim, somos levados como barcos em mar aberto e revolto. O interessante é que os pontos se ligam. As informações pelo mundo repercutem apenas o que é desejado por uma minoria. Difícil tarefa de encontrar informações verdadeiras e sem cunho político para uma análise técnica e confiável. O controle dos meios de comunicações (aplicativos) é real. Calejados nesse mar revolto, não podemos perder a sensibilidade para nos indignarmos e encontrar espaço para exercitar nossos direitos básicos de falar.
Meu caro Amigo Leonardo Sanches Correia Lima, é assim o mundo dos interesses corporativos, pouco importa o
Estado, o povo ou ainda o próximo, o que serve à ideologia é o produto que não questiona, que não se manifesta, que não produz mudança e assim agindo mantendo a calma e a passividade perpetua o poder de poucos. Através do espaço virtual PontoPM procuro atingir as pessoas, mesmo sendo uma tarefa pouco produtiva, compatibilizar um argumento já me faz feliz e terá valido o empenho. Abraço.