A RFI noticiou, nesta terça-feira (14), que a divulgação de um documentário do canal de TV BBC provocou uma grande polêmica. Isso porque foi revelada a situação caótica da prisão de Northumberland, situada no nordeste da Inglaterra, uma das mais importantes do Reino Unido.
A notícia informa que o jornalista Joe Fenton teria passado dois meses como agente penitenciário naquela unidade penal e, com uma câmera escondida, teria realizado as filmagens para o documentário.
Dentre os episódios destacados, o documentário mostra que:
As imagens revelam uma realidade preocupante. O número de funcionários é insuficiente, os carcerários perdem frequentemente o controle da situação e o uso de drogas é generalizado e as condições mínimas de segurança não estão asseguradas.
Sobre as questões envolvendo o tratamento penitenciário, o jornalista teria constatado que:
os alarmes de várias portas consideradas estratégicas estão quebradas e o tráfico na cadeia é bem organizado. Fenton também presenciou o uso de uma substância conhecida como Spice. Vários prisioneiros foram achados jogados em suas camas depois de consumir o psicotrópico. Um agente penitenciário tomado por convulsões depois de ter inalado a droga por acidente. Muitos funcionários revelaram que não têm mais “coragem” de intervir nas brigas entre os presidiários ou vasculhar os pavilhões mais violentos.
Foi noticiado também que o Ministério da Justiça “anunciou a abertura de um inquérito para analisar a situação na prisão onde vivem atualmente pouco mais de 1300 prisioneiros”.
A RFI informou que “o documentário também é uma crítica velada ao governo conservador de Theresa May, que fez diversos cortes no setor desde sua chegada ao poder”.
A superpopulação carcerária é considerado um dos problemas principais, pois, em 30 anos, aproximadamente, o número de detentos teria aumentado de 42 000 para 85 000.
Para o partido de oposição trabalhista é preciso remediar o problema com penas de prisão mais curtas e aumentar o esforço na reinserção dos egressos.
Por outro lado, a ministra da Justiça de Theresa May, Lizz Truss, não é favorável a essa estratégia. Sua pretensão é:
aumentar a pena de detentos acusados de crimes sexuais e violência doméstica. Por outro lado, ela também anunciou que investirá € 120 milhões por ano em programas de reinserção e inspeções mais severas nas penitenciárias. As medidas são consideradas insuficientes pelos funcionários, que apelam para novas contratações que evitariam o caos completo em estabelecimentos à beira da explosão.