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Os Conhecimentos Inerte, Latente e Aflorado

Tudo que foi tratado sobre o tema Conhecimento até o momento, tem o objetivo de levar o leitor ao questionamento do nascimento das possibilidades de adequadamente construir hipóteses que respondam à essência do quanto se busca conceituar e tornar como uma verdade o tema Conhecimento.

Pode ser facilmente verificado pelo leitor, que acompanha essa série de textos, que a palavra Conhecimento foi grafada com a inicial maiúscula, como o é nas línguas germânicas de origem na gramática latina, ao se referir ao substantivo agrega um número considerável de sinônimos e outros não insignificantes de sentidos.

O Conhecimento não é apenas a capacidade do homem de entender e interpretar o ambiente a partir de informações, fatos, atos, acontecimentos, bases, fundamentos e noções que se fazem construir num ambiente de validação, o Conhecimento é também o sentir, a familiaridade, o trato, a relação e o domínio do ambiente onde o observador se faz presente e participa do processo de transformação e construção do Conhecimento.

Não é admissível que um observador participante se desassocie do ambiente e não consiga sentir a transformação e a função do Conhecimento. Por gênese cada componente de informação do Conhecimento pertence ao conjunto maior das funcionalidades para o qual foi estruturado.

O Conhecimento inerte será sempre o que é, não mudará por si só, é um arranjo estrutural físico e requer muita energia para se sustentar, o homem numa atividade de ócio durante o iluminismo procurou dar respostas a esse Conhecimento e mesmo com todos os avanços tecnológicos, pouco ou quase nada avançou, isso se justifica pelo fato de ser uma interpretação especulativa pela impossibilidade de se criar em laboratórios as condições que permitam a sua validação, diferentemente dos Conhecimentos Latente e Aflorado – próprios dos seres vivos, que possuem um código genético.

Seria como interpretar um analema na relação espacial bidimensional, é uma visão incompleta da realidade e não é a mais apropriada para descrever o fenômeno, requer que o observador saia do seu espaço e se posicione distante dos pontos observados, a observação e registros apenas num ponto fixo do planeta, pelos movimentos próprios decorrentes da velocidade no vácuo e nas órbitas gravitacionais, aliada à inclinação do planeta Terra, só pode ser validada com um analema contrário.

Apenas como contributo de especulação, imagine a água doce, ela tem a propriedade de congelar, mas ela se transforma antes de congelar, com o objetivo de manter a vida. Basta ver uma imagem de um lago congelado e os nativos fazem buracos no gelo e pescam no lago. Isso ocorre porque a água doce com 4ºC expande se tornando menos densa e com o ar frio congela-se na superfície e sendo o gelo um isolante térmico, a água doce mais abaixo não se congela. Como a luz passa pelo gelo, os processos da vida se mantêm. A água não existe desde o sempre, mas é parte das condições de vida no planeta Terra, como o são os gases e a luz.

O primeiro Conhecimento se revela inerte, a função estrutural é apenas física, existe desde o sempre e pelo sempre existirá até que num processo de entropia tende à morte, esse Conhecimento inerte estrutura todo o arranjo físico que comporta o materialismo universal, sua função é a harmonia e por mais que se busque respostas ao arranjo estrutural, elas tendem ao desconhecimento pois os registros históricos disponíveis são incompletos para uma perfeita compreensão do universo.

O Conhecimento que se revela como latente tem dupla função, proteger o planeta Terra – Conhecimento Inerte – e suportar a vida dos demais seres – Conhecimento Aflorado. O Conhecimento latente se reproduz, pode ser analisado geneticamente e suporta cruzamentos voltados à melhoria da produtividade e resistência aos agentes danosos da natureza.

O Conhecimento latente não existe desde o sempre, é produto de um espaço de tempo, não muito grande como se supõe, existem exemplares seculares, mas não milenares. A sua existência sobre o planeta Terra atende a eras remotas, mas se transforma e se renova em suas espécies e espécimes. Algumas espécies se petrificaram quando a sua seiva se transformou e existem como madeiras petrificadas e não mais como vida.

O Conhecimento latente pode ser transportado pelos gases, pela água e pelos demais seres para outros pontos do planeta Terra e se reproduzir, gerar vida e atender à demanda do Conhecimento aflorado, mas não é capaz de fugir à devastação causada pelas mudanças que ocorrem no planeta, sejam elas de ordem natural, sejam elas consequências das ações menos sensatas dos homens

O Conhecimento latente, como produto de transformação, pode e acaba por interferir na realidade do planeta Terra, uma vez modificado geneticamente, a sua herança tende a modificar a estrutura original do arranjo construído, incorporando informações genéticas no novo ser, sem contudo, o homem se inteirar completamente das consequências na vida futura.

Para imaginar a devassidão decorrente da manipulação genética imagine uma plantação de determinado produto alimentício que foi modificado geneticamente – as chamadas sementes transgênicas, o simples fato de poder ser transportado pelos gases, pela água e pelos demais seres para outros pontos do planeta Terra acaba por interferir geneticamente nas demais espécies afastando a pureza e a capacidade reprodutiva dessas espécies.

O Conhecimento Aflorado é decorrente da capacidade de se locomover, buscar novos espaços, compreender os perigos, sentir o ambiente e adotar uma resposta compatível com o objetivo e com o sentido de manutenção da vida ele é a manifesta razão da vida animal. Qualquer animal tem essa faculdade intrínseca à sua vida.

O fato do homem moderno pertencer à uma sociedade que codifica as suas informações, não o afasta do homem animal, isso pode ser perfeitamente entendido quando se estuda tribos ainda não contatadas e que vivem em áreas de difícil acesso. Por questões de manutenção da vida dessas populações, o contato é evitado. Pois tal qual a semente transgênica, o homem moderno recebeu insumos orgânicos em forma de vacinas que o tornam geneticamente mais forte e menos vulnerável aos microrganismos o que não acontece com os autóctones aborígenes.

O Conhecimento aflorado é sem dúvida uma categoria de Conhecimento que menos expectativa de vida possui, sua existência sobre o planeta Terra é relativamente recente, a sua vida atual é insignificante em termos de tempo e a sua função no planeta Terra atende a algo que jamais será respondido.

O Conhecimento aflorado, que se materializa e se codifica, é fruto de pouca informação é algo que devemos construir. Sem dúvidas esse é o grande desafio para compor essa série de textos.

Respostas de 10

  1. Excelente texto amigo Carlos Alberto.
    Além de altíssima qualidade, é bastante inovador

    Parabéns!

    1. Meu caro Valter Braga, muito obrigado pela manifestação e obrigado pela assiduidade no espaço virtual Pontopm. Espero retribuir as suas manifestações com produções melhores.

  2. O conhecimento deve ser sempre um estímulo à inquietação humana e mais produção de bem estar.
    Parabéns pelo texto.

    1. Meu amigo Roberto Sá, obrigado pelas incontáveis vezes que impôs, à minha pessoa, o estudo aprofundado para oferecer uma resposta mais acurada aos seus questionamentos, neste espaço virtual denominado Pontopm, expressamos as ideias e nos obrigamos na construção de uma resposta que não gere embate.

  3. O Homem desde os promordios tem buscado o conhecimento. Parabéns pelos excelentes textos sobre o assunto.

    1. Meu caro Celton Godinho de Assis, muito obrigado pela sua visita ao espaço virtual Pontopm, agradeço as palavras que expressam o reconhecimento às nossas ideias e me obrigo a produzir textos coerente com os seus valores.

  4. Bomdespachense da gema, pesquisador incansável, inquieto, dono de verdades, amigo leal e íntegro, não me surpreende a altíssima qualidade dos seus textos.
    Sou testemunha da marca que deixou na nossa gloriosa PMMG. Podemos perceber mais amiúde seus feitos durante sua trajetória meteórica e marcante na caserna mineira, analisando os anais da história antes e depois de Carlos Alberto da Silva.
    Me considero um privilegiado por ter convivido e continuar convivendo com um ser tão iluminado como meu irmão e amigo missivista.
    Parabéns e grande abraço.

    1. Peço desculpas ao espaço Pontopm, não posso responder ao comentário, não se tratam de palavras analíticas e sim de reciprocidades vividas.

  5. Esse Grande Filosofo Militar, Carlos, Grande Atleticano, com sabias palavras expôs sobre o Conhecimento e a suas diversas “facetas”. O Conhecimento latente vem ao longo dos anos mudando muito tudo e interferindo nas condições naturais da terra.
    A Humanidade não possui o seu controle e por isso estamos enfrentando e enfrentaremos mudanças nocivas ao próprio ser humano, como também aos demais seres com quem dividimos a terra.
    Aparentemente temos ganhos com aumento de produções em benefício da própria humanidade mas o ciclo natural esta mudando e não sabemos até quando a Natureza conseguira absorver.
    A esperança é que com o tempo e com o avançar da tecnologia produzida através dos CONHECIMENTOS sejamos capazes de evoluir e interferir o mínimo na natureza.

    1. Caro Mateus Queiroz, obrigado pela manifestação de reconhecimento ao texto apresentado. A sua participação, no espaço virtual Pontopm, nos obriga na produção de textos compatíveis com as expectativas dos nossos leitores. Espero continuar e continuando produzir textos melhores.

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Sobre o(a) Autor(a):

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Carlos Alberto da Silva Santos Braga

Major PM Carlos Alberto da Silva Santos Braga, natural de Bom Despacho - MG é Aspirante-a-Oficial da Turma de 1987. Ingressou na PMMG no ano de 1982, no Batalhão de Polícia de Choque, onde fez o Curso de Formação de Soldados PM. É Especialista em Trânsito pela Universidade Federal de Uberlândia e Especialista em Segurança Pública pela Fundação João Pinheiro. Durante o serviço ativo como Oficial na PMMG - 1988 a 2004 - participou de todos os processos estruturantes do Ensino, Pesquisa e Extensão. Nos anos de 1989 e 1990 participou da formação profissional da Polícia Militar do então Território Federal de Roraima durante o processo de efetivação da transformação em Estado. Foi professor da Secretaria Nacional de Segurança Pública nos Cursos Nacionais de Polícia Comunitária. A partir de 2005, na Reserva da PMMG, trabalhou como Vice-Diretor da Academia de Polícia Integrada de Roraima - Projeto da SENASP - foi Membro do Conselho Estadual de Trânsito de Roraima, Membro do Conselho Diretor da Fundação de Educação Superior de Roraima - Universidade do Estado de Roraima, Coordenador do Curso Superior de Segurança e Cidadania da Universidade do Estado de Roraima. Foi Superintendente Municipal de Trânsito de Boa Vista, Superintendente da Guarda Civil Municipal de Boa Vista, Assessor de Inteligência da Prefeitura Municipal de Boa Vista e professor nos diversos cursos daquela Prefeitura. Como reconhecimento aos serviços prestados ao Município de Boa Vista e ao Estado de Roraima foi agraciado com o Título de Cidadão Honorário de Boa Vista - RR e com a Medalha do Mérito do Forte São Joaquim do Governo do Estado de Roraima. Com dupla nacionalidade - brasileira e portuguesa - no período de fevereiro de 2016 a outubro de 2022, residiu em Braga - Portugal onde desenvolveu projetos de estudos na área do Conhecimento. Acadêmico-Correspondente da Academia Maranhense de Ciências Letras e Artes Militares - AMCLAM.