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Liberdade, Igualdade e Fraternidade: O Marco Político da Idade Moderna

Muitas pessoas associam o 14 de julho em França como a essência do Pensamento de Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade. O associam também à ação do povo contra o poder e o têm como uma referência de Independência.

Mas Liberdade, de quem? O povo não era escravo, era o regime de servidão, sofria, passava fome, mas não era escravo, não estava sob o julgo de outro país, não sofria restrições de locomoções, podiam até servir a outro Senhorio, obviamente que após se desobrigar pecuniariamente daquele. Assim o é no mundo contemporâneo, alguns passam fome e outros não; uns sofrem com as questões sociais e outros não; para uns existem oportunidades e para outros não; uns aceitam ser usados pela ideologia e pelo poder e outros não; é o mundo é o livre-arbítrio.

Igualdade, com quem? O povo jamais será elevado ao patamar dos ricos, dos abastados, dos senhores do capital, como em qualquer ditadura, são os ricos, os abastados, os donos do capital que deveriam se tornar pobres, pois essa é a essência do pensamento socialista-comunista, a subordinação do cidadão ao Estado, com o pressuposto de que o livre-arbítrio causa prejuízo à coletividade, pois não sabendo discernir, tende a se apropriar do trabalho alheio, coisa que só o Estado pode fazer.

Fraternidade, em relação a quem? As Guildas já existiam, alguns mestres se associavam em fraternidades que defendiam seus interesses. O povo mantinha, dentro dos aspectos próprios do conhecimento em cada área as associações de interesses, intituladas Guildas, que surgem na idade média.

Se Liberdade, Igualdade e Fraternidade não atendem aos interesses do povo, atende aos interesses de quem? A resposta em França, é a mesma que se observa em qualquer período da história e em qualquer lugar do planeta Terra, atende aos interesses do Poder, seja político, econômico ou religioso.

Mas como atender aos interesses políticos, econômicos ou religiosos. A questão política é transparente, o argumento dos pensadores e retóricos franceses da época, é o direito natural, o direito que nasce com o homem: o direito à vida, o direito à liberdade e o direito à terra – como hipótese do trabalho e renda, ou mesmo o direito ao trabalho que lhe permita de forma digna sustentar a si e a sua família.

A questão religiosa em França, sobrevem da subordinação da igreja aos bispos e cardeais pertencentes às famílias nobres que se apropriavam dos recursos da igreja para interesses próprios e que deixava exposto o baixo clero.

A questão econômica é o cerne, talvez o cérebro, a orquestração e a apropriação dos poderes políticos e religiosos. Até então os bens necessários à produção da riqueza em França – pelos donos dos capitais – só poderiam ser comprados dos produtores franceses – os nobres, ou das colônias francesas – exploradas pelos nobres, o que redundava em custos mais altos do que os praticados no mercado internacional e subordinava os preços franceses aos preços ingleses com incapacidade de concorrência no mercado. Assim surge a necessidade de se ter Liberdade para comprar de quem oferecer um preço menor e não se subordinar ao poder régio que determinava a compra dos produtos com origem Francesa Continental ou Ultramarinas. Este é o primeiro tópico: Liberdade.

Mas para produzir os donos do capital precisavam de terras, que pertenciam ao Estado Real e que não se podia facilmente ascender. Os donos do capital vão exigir que o poder régio disponibilize terras para produção nas mesmas condições que se tributava o Alto Clero e a Realeza, conceito de Igualdade. Terras disponibilizadas à produção, tributação como se tributava a Realeza e o Alto Clero, demais benesses acolhidas pelo sistema de mão-de-obra conhecida como servidão. Em suma Igualdade, não com o povo, mas com o Poder. Explicitou-se o segundo tópico: Igualdade.

Associado aos conceitos de Liberdade e Igualdade, surge a consolidação do Poder Econômico, a Fraternidade, que se manifestava na capacidade de se reunir entre os iguais, os livres, os fraternos, onde a disciplina no mercado vai ser ditada pela Fraternidade, não a fraternidade do povo, mas a Fraternidade daqueles que dispõem do capital, do conhecimento e dos próprios que lhes pertencem – os irmãos, não o povo.

Uma composição trina: Liberdade, Igualdade e Fraternidade, uma composição típica de Ordens Filosóficas e Religiosas e que também se verificava nas Ordens Militares, uma essência ao pensamento e ao mandamento filantrópico: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si próprio.

Obviamente que o Poder Régio não tinha interesse em atender aos ditames do Poder Econômico e assim agindo permite a cooptação das ideias e da retórica revolucionária dos pensadores franceses da época, pelo poder econômico, que se usa do povo para atender aos interesses Fraternos.

A questão histórica do movimento é amplamente descrita e assimilada como Liberdade, Igualdade e Fraternidade, como a base da Declaração dos Direitos do Homem, como o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna. Atende claramente aos interesses das Ordens Filosóficas e Religiosas, sem se descuidar que também atende à Ordem Militar em França.

As consequências da chamada Revolução Francesa – Liberdade, Igualdade e Fraternidade – impôs duro golpe à Igreja Católica, seus bens foram confiscados pelo Estado e a atividade religiosa passou a ser subordinada ao Estado, como o é nas ditaduras comunistas. Também impôs duro golpe aos Mestres, pois as Guildas – os sindicatos da época – foram proibidas e extintas, como o é nas ditaduras comunistas. A classe media, a chamada Burguesia – os donos do Poder Econômico – que havia financiado a Revolução face a instabilidade própria dos regimes de excessão, busca na Ordem Militar uma alternativa para por fim ao regime de terror, pelo descontrole típico do poder que se instalou, para por em Marcha o 18 de Brumário, em novembro de 1799, com Napoleão Bonaparte.

A Igreja Católica, que tinha em Minas Gerais, uma Capitania da Coroa Portuguesa no Brasil, em andamento processo semelhante ao que se coligou em França, ao perceber que poderia incorrer nos mesmos prejuízos já apontados em terras francesas e em solidariedade ao Estado Português, que havia acolhido a Ordem Templária dos Cavaleiros de Cristo, criada pelo Papa João XXII e pelo Rei D Dinis, com o nome de Ordem de Cristo, em Santa Maria do Tomar, sacrifica os seus próprios religiosos que estavam inseridos no movimento e participa da chamada Derrama – a Inconfidência Mineira – cria-se a ideia de um traidor, para dar cunhos políticos, quando na verdade toda as informações já estavam com Ela, a Igreja Católica.

Há pessoas que vão dizer que naquele momento da história, propriamente a Revolução Francesa e a Derrama na Capitania das Minas Gerais, conhecida no Brasil como Inconfidência Mineira – cabendo aqui uma explicação: há de se ter em mente que historicamente o evento não vai ser tratado em conhecimentos internacionais pelo fato decorrente da condenação que determinava o apagamento dos registros relativos aos inconfidentes, ao salgamento das suas terras e moradas e a desconsideração de suas existências por várias gerações – surgira um cisma entre a Ordem Religiosa e a Ordem Filosófica Maçonaria – os donos do Poder Econômico. Isto é a Liberdade do pensamento, da capacidade de compreender que a verdade pertence aos iguais e que a sua essência não é dada a Conhecer a quem da Ordem não se permite fazer.

Há pessoas que vão dizer que antagonicamente ao liberalismo do Poder Econômico o Poder Religioso vai construir uma alternativa filosófica e de fácil entendimento do ponto de vista referencial-teórico para justificar a busca de melhores salários e fazer ver ao cidadão que o Poder Econômico se apropria do seu trabalho e o vai entregar a Karl Marx para o publicar. Obviamente que existem argumentos que pressupõem isso, haja vista: que a obra tem elementos de moral e valor, condutas não compatíveis com Karl Marx, um ateu que vivia de favores; e que a essência já havia sido descrita por um Frei Franciscano nos finais do século XV, o sistema de partilhas dobradas. Isto também é a Liberdade do pensamento. A verdade divulgada sobre isso é a Encíclica Papal que vai condenar o Comunismo: que se manifesta como a apropriação ideológica do socialismo.

Por que seria o Comunismo a apropriação ideológica do Socialismo? A resposta é geográfica, basta ver no planeta Terra: Cuba e os Países Nórdicos, enquanto Cuba é a apropriação ideológica do Socialismo pelo comunismo – uma ditadura – ou seja apropriação do homem pelo Estado – conceito de igualdade do pensamento político da Revolução Francesa, verifica-se que nos Países Nórdicos há a aplicação do socialismo pela democracia, onde a força de trabalho compra o seu consumo – uma social-democracia, conceito de equidade. Isto que se verifica nos Países Nórdicos é Igualdade em oportunidades, em acesso aos produtos e serviços fornecidos pelo Estado, na liberdade de expressão das ideias, ao valor dos conceitos de moral e ética, ao homem pelo homem, ao livre arbítrio, próprio da criatura, a partir do seu Criador. A Social-Democracia, ao contrário do Comunismo, não subordina a vontade do homem perante o Estado, mas subordina a ação do Estado às necessidades do homem.

Para finalizar, a Fraternidade é elemento que se encontra no somatório de duas outras variáveis, primeira é a Liberdade de expressar a sua opinião, ser respeitado por ela e construir pontes para que outros conceitos sejam aceites como a melhoria de uma opinião, anteriormente expressa e que por com consequência leva ao Homem melhor e a segunda é a Igualdade de buscar o melhor, não de se contentar no que o Estado pode oferecer, mas sempre se igualar ao melhor, reivindicar o melhor, olhar para cima e não que, pela sua incapacidade de melhorar, querer que os outros desçam ao seu nível. A Fraternidade é a essência do Livre Arbítrio, é permitir que o outro erre, mas que assuma os seus erros e tenha a oportunidade de corrigi-los, pela sua capacidade de construir um argumento que seja compatível com os demais membros da sua coletividade.

Lembrando da essência do pensamento de Thomas Hobbes: “o indivíduo tem como regra de valor ver as virtudes de si próprio bem de perto e as do outro bem ao longe ao passo que vê os seus próprios erros bem ao longe e os dos outros bem de perto” faço um contraponto à obra O Homem no Espelho, de Dale Wimbrow: “o seu último salário será de dores e lágrimas, se enganou o homem que o fita no espelho”. Assim, se manifesta a minha explanação, a compreensão do mundo e a sua importância nele, depende apenas de você.

Abraços,
Carlos Alberto da Silva

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Sobre o(a) Autor(a):

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Carlos Alberto da Silva Santos Braga

Major PM Carlos Alberto da Silva Santos Braga, natural de Bom Despacho - MG é Aspirante-a-Oficial da Turma de 1987. Ingressou na PMMG no ano de 1982, no Batalhão de Polícia de Choque, onde fez o Curso de Formação de Soldados PM. É Especialista em Trânsito pela Universidade Federal de Uberlândia e Especialista em Segurança Pública pela Fundação João Pinheiro. Durante o serviço ativo como Oficial na PMMG - 1988 a 2004 - participou de todos os processos estruturantes do Ensino, Pesquisa e Extensão. Nos anos de 1989 e 1990 participou da formação profissional da Polícia Militar do então Território Federal de Roraima durante o processo de efetivação da transformação em Estado. Foi professor da Secretaria Nacional de Segurança Pública nos Cursos Nacionais de Polícia Comunitária. A partir de 2005, na Reserva da PMMG, trabalhou como Vice-Diretor da Academia de Polícia Integrada de Roraima - Projeto da SENASP - foi Membro do Conselho Estadual de Trânsito de Roraima, Membro do Conselho Diretor da Fundação de Educação Superior de Roraima - Universidade do Estado de Roraima, Coordenador do Curso Superior de Segurança e Cidadania da Universidade do Estado de Roraima. Foi Superintendente Municipal de Trânsito de Boa Vista, Superintendente da Guarda Civil Municipal de Boa Vista, Assessor de Inteligência da Prefeitura Municipal de Boa Vista e professor nos diversos cursos daquela Prefeitura. Como reconhecimento aos serviços prestados ao Município de Boa Vista e ao Estado de Roraima foi agraciado com o Título de Cidadão Honorário de Boa Vista - RR e com a Medalha do Mérito do Forte São Joaquim do Governo do Estado de Roraima. Com dupla nacionalidade - brasileira e portuguesa - no período de fevereiro de 2016 a outubro de 2022, residiu em Braga - Portugal onde desenvolveu projetos de estudos na área do Conhecimento. Acadêmico-Correspondente da Academia Maranhense de Ciências Letras e Artes Militares - AMCLAM.