A atividade de segurança pública torna-nos escravos das leis, regulamentos e jornadas e em muitos casos priva-nos do convívio com a nossa família. No entanto a nossa família sabe que tudo o quanto fazemos é para construir um futuro favorável à ela. Durante o serviço ativo passamos mais tempo junto dos nossos companheiros de jornadas do que propriamente junto dos nossos filhos, irmãos, pais, esposos e esposas.
Esporadicamente mantemos um convívio entre as nossas famílias e as famílias dos nossos companheiros da jornada operacional, mas ao fim da jornada, voltamos para nossa casa e estamos com os nossos. E assim seguimos na vida.
Este seria o melhor dos mundos, mas existe uma parcela significativa de operadores das forças de segurança pública que não vivem essa realidade, são os invisíveis sociais, os nossos companheiros que estão sozinhos no mundo, que perderam seus entes queridos, ou que nunca constituíram uma família, pois a única família era a Força de Segurança Pública, que mesmo tendo uma família, foram abandonados, perdidos dentro de uma sociedade que tudo dele exigiu e nada deu em contrapartida.
Os nossos companheiros que silenciosamente retornavam para a sua solidão e nada exigiam, são os invisíveis sociais das forças de segurança pública do nosso País.
O nosso compromisso para com eles obriga-nos a construir estratégias que busquem resgatar o sentido de pertencimento e o compromisso com aquele que se doou em vida para a Paz Social em nossa Pátria e para essas pessoas há que se ter um projeto próprio, pensado, estruturado é factível com a realidade de cada Estado do nosso País.
Um projeto onde a forma de apoio, o local e as condições para efetivação desta estratégia de resgate do sentido de pertencimento deve ser construído a partir da própria Instituição, respeitando seus valores, as suas culturas e as suas realidades, afinal um País Continente, não se permite à construção de um modelo e tão somente referenciais que balizem a tomada de decisão mais favorável à cada Instituição.
Com certeza todos nós conhecemos um companheiro operador da força de segurança pública nesta situação, quer seja ativo ou inativo, fato que nos impede de jamais fechar os olhos e esquecer a realidade, pois acreditamos que abandonar alguém à própria sorte é antagônico ao SERVIR E PROTEGER
Respostas de 2
Excelente artigo, muito enriquecedor para com aqueles que se doam pelos outros, parabéns Major Carlos Braga.
Meu caro sobrinho Alexandre Magno de Miranda, cujo o pai foi um operador das forças de segurança pública, militar da PMMG, obrigado pela sua manifestação no espaço virtual PontoPM. Espero continuar a contribuir com produções que reflitam sobre a realidade desses profissionais.