ENCONTRO NO CÉU…

À memória de Nair Maria [Eleutério] dos Santos ─ minha Primeira-Sogra e minha Outra-Mãe ─ e em homenagem a outros cinco Vultos da Paz!

João Bosco de Castro.

Vó-Nair partiu pro Céu,
Quando eu fiz setenta e cinco…
Voou envolta no véu
De quem amou com afinco!

Beirava os noventa e nove,
Tinha prosa divertida,
Eis então Deus a remove
Desta para a eterna-vida.

Ao vê-la, o Bom-Pedro abriu
A ela semblante ameno…
Abraçou-a e sorriu,
Não a deixou ao sereno.

A Casa é sua, ó Nair,
Dela aufira bom-proveito.
Dê claridade ao porvir,
Descanse, aqui, a seu jeito.

Ela fitou no Gestor
Daquela amável Morada,
Com bons-modos de louvor:
Ficha-Limpa, Alma-Lavada!

Quis notícias do Marido,
Netos, Filho e da Caquim,
Lançou o olhar tão comprido
À bela Amplidão sem fim.

Entre!…Você os verá!
(Disse-lhe o Porteiro-Santo)…
Você veio para cá:
Lugar de pio acalanto.

Eles estão muito bem,
Segundo o Eterno-Juízo,
E querem tê-la, também,
Nas Glórias do Paraíso.

Entre, Nair bem-amada!
Você merece esta Paz…
Não se faça de rogada!
Seu passado satisfaz

Às Leis do Mor-Criador.
Com fé na Santa-Bonança,
Você tem alto penhor!
Ela encheu-se de esperança

E entrou na Mansão dos Bons,
Onde Márcio e Jão-’Zevedo,
Juninho e Carlos ─ co’os tons
Do vastíssimo arvoredo

E aos sons do dó-ré-mi-fá
Dos Cantos da Eternidade ─
Agregaram-se à Dagá:
Maestrina da Bondade!…

Nair transfundiu-se, limpa,
Aos Mirandas-Eleutério
─ Eta Família supimpa!…─,
Nas Glórias do Refrigério…

Ela, agora, está no Céu,
Ungida de Amor e Paz,
Onde não há escarcéu
Nem tretas de Satanás!

Festeje bem, ó Nair,
O encontro com seus Amados,
Respire os ares de Ofir,
Não nos deixe ser coitados…

Nosso abraço ao Jão-’Zevedo,
Juninho e ao Márcio Amaral…
À Vó-Graça, o riso ledo;
Ao Carlos, voz triunfal!

O Céu é paz com vitória,
Lugar de Luz e Louvor,
Sacro Palácio da Glória:
Fé-Poema ao Esplendor!

Pelos Cinco embevecida,
Celebrada com carinho,
Nair tem sua outra-vida
No “outro lado do caminho”:

Estrada da Santidade
Por onde se acertam passos,
Escola da Caridade,
qual se apagam fracassos,

Cujo Mestre vem de Hipona,
O Sábio Santo Agostinho,
Com quem Nair, boa Dona,
Aprendeu, bem-direitinho,

A mais ditosa Cartilha
Da vida singela e santa,
E praticou a partilha
De tudo quanto se planta

E colhe, co’a nobre Mão,
Como, na vasta Isidoro,
Fizeram Nair e João:
Roça farta, água sem cloro…

Ela criava galinhas,
Tecia couves no chão,
Primorava ladainhas
Em prol do arroz e feijão!

Nair nos ensinará,
Lá das Cátedras Celestes,
O amorável bê-á-bá:
Doação de amor e vestes…

Sua figura bondosa,
Junto co’a Virgem Maria
─ Almenara Dadivosa!… ─,
É Luz de Fé e Alegria!

Bom Despacho-MG, 3 de fevereiro de 2022.

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Sobre o(a) Autor(a):

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João Bosco de Castro, Jornalista e Professor

(1947 ____) é Oficial Superior Veterano da PMMG. Poeta, contista e ensaísta, romancista, cronista e heraldista, jornalista profissional, tupinólogo e filólogo honóris-causa, palestrante, comunicólogo e inscultor-escultor, crítico literário, redator-revisor, camonólogo e carpinteiro. Professor de Línguas e Literaturas Românicas. Professor Titular e Emérito da Academia de Polícia Militar do Prado Mineiro. Pesquisador Benemérito Notável da PMMG. Especialista em Polícia Militar, em Gestão Estratégica da Segurança Pública, em Linguística Geral e em Comunicação Social (CEPEB). Policiólogo: Mestre, Doutor e Livre-docente, por Notório Saber, em Ciências Militares da Polícia Ostensiva e em Historiografia de Polícia Militar (História da Polícia Militar de Minas Gerais), de acordo com as páginas 49-65 do BGPM/PMMG nº 70, de 13 de setembro de 2012. Publicou doze Livros (escreveu outros vinte e sete) e mais de duzentos Ensaios (dentre filológicos, policiológicos e críticos). Tem quinhentos e vinte quatro prêmios obtidos em concursos literários e epistêmicos. Integra trinta e oito Academias (ou Institutos) de Letras, História e Cultura. Presidente Ad-Vitam da Academia de Letras Capitão-Médico João Guimarães Rosa da PMMG, Presidente da Alliance Française de Belo Horizonte (2010-2011) e Presidente da Academia Epistêmica de Mesa Capitão-Professor João Batista Mariano ─ MesaMariano. Veja, também, a SÚMULA CREDENCIAL do Autor.