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Extraindo o Conhecimento Intrínseco à Informação – Parte III


Esta é a Parte III do Tema ora apresentado. Na Partes I e II, trabalhamos a partir de um número apurado com base em Conhecimentos Pretéritos e já determinado pela análise pura e simples do conjunto de informações claramente manifestadas. Nas análises das situações hipotéticas que se seguem, vamos perceber novas variáveis, que se manifestam como metas. É preciso compreender a dinâmica da construção e estruturação dos pensamentos que vão incidir na solução dos problemas. Já não serão as mesmas lógicas.

Primeiramente vamos entender a informação: “A Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, num arrojado esforço operacional pretende reduzir os índices de criminalidade violenta em todo o Estado, nos próximos cinco anos, em 50%.”

Trata-se de encontrar um coeficiente que permita sair de 1 e chegar a 0,5 na mesma proporção em que transformamos esse coeficiente numa taxa. Não nos interessa o número absoluto, o que interessa é que a incidência tende à esquerda, ou seja, o índice multiplicador é menor do que 1 e tende a zero e a taxa é uma taxa negativa. O tempo são cinco anos.  Será uma função exponencial onde a base da função é 0,5 e o expoente o tempo em anos, inverso, ou seja 1/5. Eis a função:

Para confirmar a exatidão do coeficiente, basta elevar o coeficiente encontrado pelos anos de incidência. Eis a função:

É fácil perceber que neste caso, para encontrar a taxa de redução, não vamos subtrair o número encontrado de 1, na verdade, vamos manter o número e diminuir 1, ou seja:

Esse número negativo será multiplicado por 100 e determinará a taxa anual a ser buscada como meta para a redução das taxas de criminalidade violenta.

Podemos, para hipótese aventada, construir duas evidências visuais que comprovam a exatidão da taxa de incidência e do coeficiente.

No quadro à esquerda do observador, tratamos da taxa anual de redução, onde as colunas devem ser lidas e entendidas na seguinte ordem: o ano; o Percentual de Redução no Ano Corrente (PRC), o Valor Final no Ano Corrente (VFC). O ano 0 é ano que antecede à intervenção, sua incidência final é a totalidade do problema a ser tratado.

A partir dos anos subsequentes, o PRC é quantificado pelo resultado da multiplicação do Valor Final no Ano Anterior (VFA) pela Taxa Anual de Redução (TAR), convertida em número. O Valor Final no Ano Corrente (VFC) é o resultado do VFA + PRC. Lembrando que a taxa de –12,9449437, corresponde ao mesmo PRC no Ano 1, por se tratar da primeira intervenção. Para converter a TAR em número, basta dividi-la por 100, assim:

No Ano 1, o VFC será VFA + PRC, em termos numéricos, assim se expressa:

No Ano 3, o VFC o resultado será VFA + PRC, ou seja:

No quadro à direita do observador, tratamos da aplicação do coeficiente, onde as colunas devem ser lidas e entendidas na seguinte ordem: o ano; Valor de Redução no Ano Corrente (VRC); e o Valor Final no Ano Corrente (VFC). O VRC é o resultado da subtração entre o VFA e VFC. O VFC é o produto do Valor Final do Ano Anterior (VFA) entre Coeficiente Multiplicador Anual (CMA).

Neste caso específico, estamos demonstrando na prática o que foi observado na Parte I do Tema, quando descrevemos o processo de transformação do percentual num número parametrizado que permitisse a multiplicação sem alterar a essência do resultado. Naquele ponto explicamos que a multiplicação com números iniciais em 0 tendem a 0. A escala de valor de 1 para 0, na hipótese tratada aqui, comprova isso. Iniciamos em 1 e na medida que aplicamos o coeficiente a tendência é se aproximar de 0.

Vê-se nos quadros abaixo, que explicam as construções teóricas, a evidência que valida a utilização de parâmetros diferentes, ao mesmo tempo complementares, incidindo nos mesmos resultados:

Taxa de –12,9449437%Coeficiente 0,8705505633
AnosPercentual de redução no ano correnteValor final ano correnteAnosValor de redução no ano correnteValor final ano corrente
0 100% 0 1
1 –12,944944% 87,055056% 1 –0,12944944 0,87055056
2 –11,269228% 75,785828% 2 –0,11269228 0,75785828
3 –9,8104329% 65,975395% 3 –0,098104329 0,65975395
4 –8,54047777% 57,434917% 4 –0,08540477 0,57434917
5 –7,434917% 50% 5 –0,07434917 0,5

A terceira situação hipotética é o coroamento das duas outras hipóteses tratadas, guarda semelhança a ambas. Ela é também um deslocamento na escala de valores, sem necessariamente estar vinculada a números absolutos, o que  torna a sua abordagem muito simples quando já se acumulou níveis de Conhecimento. Ela recomenda a construção de elementos de validação que determinem a taxa anual de investimentos para alcançar o objetivo descrito em: “O Estado de Minas Gerais pretende dobrar os investimentos na área de saúde nos próximos 15 anos.”

Temos o tempo – 15 anos – e temos também o percentual de crescimento ao final de 15 anos – 100%. Assim, passamos de 1 para 2 na escala de valores e podemos construir a função exponencial de base 2 e expoente 1/15, conforme se vê:

Para confirmar a exatidão da taxa anual de investimentos, basta elevar a taxa encontrada aos anos de incidência. Isso é o mesmo que multiplicar o número 1,0472941228, por ele mesmo, 14 vezes. Eis a função:

Encontrando o resultado 1,0472941228 subtraímos o número 1, e chegamos ao número 0,0472941228, em seguida, multiplicamos por 100 e a taxa anual de investimentos apurado é 4,72941228%, incidindo por 15 anos e perfazendo ao final 100% de investimentos na área de saúde. Descrevendo o tratamento que se deve dar à informação – “O Estado de Minas Gerais pretende dobrar os investimentos na área de saúde nos próximos 15 anos.” – permite a quem a acessa, a possibilidade de visualmente entendê-la como uma função da Ciência Matemática.

Estas três hipóteses tratadas são o balizamento para o tratamento de qualquer questão colocada em termos percentuais, mesmo que os valores não estejam explicitamente constantes na informação, mas que permite, pelo acúmulo de Conhecimentos pretéritos, Extrair o Conhecimento Intrínseco à Informação.

Respostas de 2

  1. Excelente contribuição para o entendimento do estudo estatístico e para o conhecimento da formação dos índices.

    1. Sr Robson Maciel, muito obrigado pelas observações, elas nos motivam e permitem novas construções. O espaço Pontopm agradece a sua visita.

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Sobre o(a) Autor(a):

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Carlos Alberto da Silva Santos Braga

Major PM Carlos Alberto da Silva Santos Braga, natural de Bom Despacho - MG é Aspirante-a-Oficial da Turma de 1987. Ingressou na PMMG no ano de 1982, no Batalhão de Polícia de Choque, onde fez o Curso de Formação de Soldados PM. É Especialista em Trânsito pela Universidade Federal de Uberlândia e Especialista em Segurança Pública pela Fundação João Pinheiro. Durante o serviço ativo como Oficial na PMMG - 1988 a 2004 - participou de todos os processos estruturantes do Ensino, Pesquisa e Extensão. Nos anos de 1989 e 1990 participou da formação profissional da Polícia Militar do então Território Federal de Roraima durante o processo de efetivação da transformação em Estado. Foi professor da Secretaria Nacional de Segurança Pública nos Cursos Nacionais de Polícia Comunitária. A partir de 2005, na Reserva da PMMG, trabalhou como Vice-Diretor da Academia de Polícia Integrada de Roraima - Projeto da SENASP - foi Membro do Conselho Estadual de Trânsito de Roraima, Membro do Conselho Diretor da Fundação de Educação Superior de Roraima - Universidade do Estado de Roraima, Coordenador do Curso Superior de Segurança e Cidadania da Universidade do Estado de Roraima. Foi Superintendente Municipal de Trânsito de Boa Vista, Superintendente da Guarda Civil Municipal de Boa Vista, Assessor de Inteligência da Prefeitura Municipal de Boa Vista e professor nos diversos cursos daquela Prefeitura. Como reconhecimento aos serviços prestados ao Município de Boa Vista e ao Estado de Roraima foi agraciado com o Título de Cidadão Honorário de Boa Vista - RR e com a Medalha do Mérito do Forte São Joaquim do Governo do Estado de Roraima. Com dupla nacionalidade - brasileira e portuguesa - no período de fevereiro de 2016 a outubro de 2022, residiu em Braga - Portugal onde desenvolveu projetos de estudos na área do Conhecimento. Acadêmico-Correspondente da Academia Maranhense de Ciências Letras e Artes Militares - AMCLAM.