O Espectro da Direita no Brasil
(…) é a aliança espúria entre os que escrevem e não aparecem com os que aparecem e não escrevem (…). W. Waak Publicado no último dia 9 (domingo) e divulgado, no portal Gazeta do Povo, “O Espectro da Direita no Brasil” é um excelente convite à reflexão de temas atuais. Por isso, vale a pena assistir ao vídeo mostrado abaixo. Nele Luiz Felipe Pondé, do canal Democracia na Veia, conversa, descontraidamente, com seu convidado, o jornalista político William Waak. São trinta minutos de lições a muitos profissionais e muitos deles (eram 1941, até o fechamento desta postagem) firmaram seus comentários. Daqueles comentários, destacamos: Os que foram mais apoiados: Finalmente alguém falou da Globo com a propriedade de quem esteve dentro. (962 gostaram e nenhum contrário); Poderia ficar escutando por horas. O nível é muito alto, muito legal a entrevista. Parabéns! (341 gostaram e nenhum contra); Adoro ouvir vida inteligente no planeta Terra. Está escasso aqui no Brasil. (212 gostaram e nenhum contra). Outros comentários: (…)Ótima entrevista, parabéns, porém tenho algumas ressalvas: 1) O Zeitgeist esquerdista foi manipulado, fato simples que prova isso é o Brasil ter uma população de maioria conservadora ter apoiado ideais de esquerda autodestrutivas durante tanto tempo, e o mesmo Zeigeist ter aparecido em todo o Oeste e ao mesmo tempo com pouquíssimas variações. 2) Nunca houve jornalismo parcial, a única coisa que tínhamos era um jornalismo inquestionável por falta de ferramental para tal, isso acabou, o cristal quebrou e isso é bom a médio e longo prazo. 3) O mundo ocidental de tempos em tempos sempre desafia suas grandes instituições, sempre foi assim, 3 movimentos no mínimos são necessários para encontrar a síntese. 4) A imprensa americana de hoje não é mais anglo saxônia a muito tempo, isso talvez explique a falta de compromisso com os fatos da CNN (conspiracy national network “CNN’s Ratings Plummet 33%” ) e isso está acontecendo c WP ,NYT e por aí vai. 5) O mundo é e sempre foi tribal, aceite assim como você aceita os fatos, pois é apenas mais um. 6) Creio que você confunde a noção de Estado com Nação e este é um dos pontos de críticas da direita aos liberais “globalistas”, nação é identidade e se baseia em (tradições, religião, etnia, instituições, história, geografia … ) o Estado não tem a obrigação de conservar nada disso. Brilhante análise sobre os desacertos e incompreensões do Grupo Globo diante da guerra cultural e da imensa onda político-social que se avolumava desde 2013. É notório que o Grupo Globo perdeu o rumo da história e se apequenou perante a sociedade. A direita acha que a Globo é de esquerda e a esquerda acha que a Globo é de direita… Enquanto não superar essa visão vai ficar nesse embate. Mas quando é noticiado um fato por essa mesma mídia que convém ao indivíduo, este faz questão de compartilhar. Aí que está a hipocrisia. Se não gosta, procura outro veículo de comunicação e pare de se prender ou depender só da Globo. Sou de esquerda e tenho um profundo respeito por esses gigantes que deveriam ter mais voz no debate democrático. Essa é a direita que eu respeito e que está escassa no momento. Estão de parabéns pelo programa, mais um inscrito. Abraço! (…) No portal evidenciado acima, encontra-se o seguinte comentário: Um excelente bate-papo entre Luiz Felipe Pondé e William Waack sobre as diferenças dentro da direita brasileira, a perda de credibilidade da nossa imprensa e os imbecis que transformam as redes sociais em guerra tribal sem espaço para qualquer debate inteligente.(…) Você, caro leitor, poderá concordar ou discordar das opiniões destacadas e compreender melhor o posicionamento, do entrevistador e do entrevistado, sobre “O espectro da direita no Brasil”. Conforme foi destacado naquele portal “Vale muito dedicar 30 minutos do seu tempo para acompanhar os insights de ambos: “. Eis, então, nossa sugestão: se possível, assista ao vídeo abaixo! Depois, deixe tua opinião! Com as informações dos portais: Democracia na Teia e Gazeta do Povo.
A negociação entre o Estado e o Homem-Estado, um exercício de Ciência Política – a arte de conciliar extremos.
O homem é um ser político, por natureza, assim o define os filósofos, a ação ou a omissão no debate político é a clara e manifesta evidência do homem político, não é pelo fato de omitir opinião que o desqualifica como um ser político. O debate político que geralmente gravita em torno do homem cotidiano — aqui qualificado como o homem destinatário da ciência política — é o debate dos direitos construídos a partir do conceito de cidadania. O homem constrói os seus direitos a partir de um determinado momento político e tem a obrigação de exercitar os direitos que: constrói; aperfeiçoa; e reconstrói — pois não exercendo seus direitos, não merece os direitos que tem. Associado a esse homem cotidiano, existe um homem a par e passo com ele, é o homem econômico, aquele que busca maximizar os seus objetivos dentro de um conceito de economia. O que serve ao homem não é o bom ou o mal, o que serve ao Homem é a Justiça, é a capacidade de buscar o bem, sem necessariamente, questionar a quem se destina as suas ações, sou homem e sendo homem, tenho a necessidade de pautar as ações pelo bem da humanidade. Assim, pode-se interpretar o que Montesquieu propôs, em certa época, ao descrever o papel do homem político, aquele que constrói os direitos e que construindo os direitos, se aproxima do homem cotidiano, o homem que confiou nele o seu voto, a sua escolha, o seu sonho e a sua ideia de ação política. Especificamente, neste post, busca-se compreender um exercício da ciência política, a ciência que pauta o seu conceito pela arte de conciliar extremos, retratado pela negociação de um direito afeto à uma categoria que tem a obrigação de defender aquilo que construiu às custas do sacrifício da própria vida, que sabe ter os seus direitos atendendo ao conjunto de obrigações diferenciadas, essenciais à sociedade, ao direito e à nação e não sendo lícito a ele, ser usado para atacar outros pois desacredita a ambos e enfraquece, principalmente, a sua capacidade de construir e manter os seus direitos. Aborda-se aqui uma categoria de Homens, entendidos como Homem-Estado e que geralmente são representados por associações, tais como: Associação Nacional dos Delegados de Polícia; Associação Nacional das Entidades Representativas dos Militares Estaduais; Círculo Militar; Clube dos Oficiais; Associação dos Oficiais; Associação dos Praças, em suma, são entidades cujo convívio está restrito aos profissionais que têm um nível de conhecimento que interessa ao Estado, que só pode ser utilizado pelo Estado e que atende aos princípios da Defesa do Estado de Direito e não aos interesses do homem que serve ao Estado. Mas isso só é possível porque ao longo da vida, opta-se pelas hipóteses que acumulando conhecimento, permitem neste momento, descrever as transformações de um mundo em constante mutações de ideias, demandando estratégias de negociações e de disponibilidade de verdades necessárias ao homem de bem, o homem Justo e isso, se fazendo, se faz agregando moral, valores, virtudes e ética. Ao maximizar os objetivos econômicos dessa categoria diferenciada de profissionais, as Associações que representam o Homem-Estado, devem se valer de estratégia única, como o argumento que permite a apropriação do conhecimento alheio, com o objetivo de fazer a outra parte negociadora abandonar a sua zona de conforto. Trazer a parte contentora oponente para o terreno da incerteza, da dúvida, do conhecimento restrito e das poucas informações disponíveis. Tornar o contentor oponente vulnerável ao novo ambiente descortinado e muitas vezes desconhecido. Tem-se que ter ciência de que o conceito de economia — maximização dos objetivos econômicos – serão buscados por ambas as partes negociadoras. Ao Homem-Estado a liquidação pecuniária do seu direito, ao Estado a máxima de Maquiavel — a bondade em conta-gotas e a maldade em dose única. Ambas as partes negociadoras, na busca da maximização de seus objetivos, buscam equacionar as suas receitas e desembolsos, ao Homem-Estado, a receita que oportunamente retornará ao Estado em forma de impostos, taxas e contribuições de melhorias, ao Estado a certeza de que o desembolso redundará em receita pois grande parte do desembolso movimentará a economia e por consequência atende ao princípio econômico do jogo de soma zero, ou seja a quantidade de dinheiro em circulação é sempre a mesma. O Homem-Estado, nesse exercício do direito, pode influenciar no sistema legal que elabora as suas leis e aplica os recursos que, em cumprimento, à legislação tributária, recolhe em forma de impostos, taxas e contribuições de melhorias. Ele, o Homem-Estado pode e interfere diretamente sobre o eleito e se vale, ainda, do poder do voto para impelir aos seus representantes no poder legislativo, a correção de atitudes por parte do Poder Executivo no sentido de reconhecer os seus direitos, construídos ao longo dos tempos. Mas o que efetivamente se deve precaver ao envolver membros do Poder Legislativo no equacionamento da relação Estado x Homem-Estado, é a cooptação da máquina pública, pelo Poder, tem-se que se cercar da convicção de que os representantes do Homem-Estado no poder legislativo, não vão explorar o capital político para o interesse próprio — haja vista não fazerem parte do segmento afetado — o objetivo não é desqualificar o significado literal do envolvimento do Poder Legislativo, mas construir uma verdade que não seja retórica, uma verdade que represente o pensamento de qualquer Homem que tenha interesse no equacionamento da questão, no aperfeiçoamento do debate e no seu crescimento que suporte o perfeito exercício da função pública que leve à melhoria na qualidade de vida. Na matemática, constrói-se uma expressão para validar uma informação; na lógica, procura-se entender o pensamento que constrói a informação. Em outras palavras, a matemática cerca-se de teorias, enunciados, fórmulas, ou seja, informações pretéritas, para construir uma expressão que valide uma informação. No caso de um equacionamento de uma demanda entre o Estado e o Homem-Estado, as determinantes do debate e as resultantes da negociação, devem ser como a Matemática: de fácil entendimento; produto de uma simples estruturação; e sobretudo uma equação que atenda não só conceitualmente,
O bem é a força que move os homens
Temos percebido, ao longo dos tempos, uma disseminação de ideias contrárias ao bem comum e ao homem que busca o bem como essência de uma vida. As civilizações que desconsideraram o bem como a essência da vida e deram importância apenas ao bom, ruíram na exata intensidade que se construíram, pois não é possível viver uma eternidade de bondade, sendo apenas possível uma eternidade de benevolência. O maior de todos os impérios, não se ocupou de bem comum, estruturava-se na bondade do seu imperador em distribuir pão e circo, não se sustentou e na iminência da ruína, apropria-se de uma ideia do bem e da justiça e pela apropriação de uma ideia calcada na possibilidade do bem se buscar pelo próprio esforço que recompensa e possibilita o pão, compreendeu que dar a vara era infinitamente mais justo e proporcionava mais bem do que simplesmente dar o peixe. Os impérios não se sustentam pelo bem, os impérios se sustentam pela bondade, não a bondade desprovida de interesses, mas a bondade que coopta, torna subserviente o cidadão e demove dele a capacidade de produzir o bem. Mas para que isso ocorra é preciso que a distância entre o benevolente e o bondoso seja corrompida pela ausência de valores e pela primazia da anomia como condicionante da manutenção da subserviência. Os impérios, assim como as ditaduras, não servem ao homem, se serve deles. O homem perde a sua identidade em função de um projeto, de uma ideologia, de um alinhamento, de um aparelhamento que busca tão somente convalidar o imperador, o ditador, o déspota, seja em Maquiavel, na obra O Príncipe; seja em Hobbes, na obra O Leviatã; seja em Marx, na obra O Capital, seja em Webber, nas suas obras sobre o Método; em todas a essência do tirano, do déspota, do ditador, da retórica como desconstrução da verdade e da legitimação de uma ideia, como forma de subjugar, de tornar refém, de tornar subserviente, de fazer desaparecer o caráter, a moral, os valores e as virtudes. O que serve ao Homem é a benevolência, é a exata compreensão do pensamento de Saint-Exupéry na sua obra O Pequeno Príncipe; de Montesquieu quando se exprime que buscar o bem é a condicionante da existência do homem; de Dale Wimbrow na obra O Homem no Espelho; e de Platão, Aristóteles e de vários outros filósofos gregos que buscavam incessantemente a ética. O que serve ao homem não é o bom ou o mau, o que serve ao Homem é a Justiça, é a capacidade de buscar o bem, sem necessariamente, questionar a quem se destina as suas ações. Sou homem e sendo homem, tenha a necessidade de pautar as ações pelo bem da humanidade, pelo bem O bem é a força que move os homens na construção da sociedade, na construção da história e na manutenção da humanidade. A maior história do bem, encetada numa religião, mostra-nos que não precisa ser bom ou mau, o necessário é ser Justo pois só da justiça vem o bem. O lema da Bandeira do Brasil, traz a essência de um pensamento que clarrifica o bem como primicias, premissas e heranças, pois com o Amor como princípio, a Ordem como base e o Progresso como fim, não assenta, por consequência, outro entendimento que não seja o bem. Ainda como Cadete, numa Ordem Militar, convivi com uma pessoa que me proporcionou entender o mundo a partir de uma assertiva crítica, obviamente que alguns desconstruíram a minha colocação assertiva crítica, sei que a palavra assertiva já engloba a palavra crítica, mas a escrevi como redundância da capacidade dessa pessoa que me permitiu viver com a ela, como subordinado, naquele momento e pelo resto da nossa essência de Ordem Militar. Me apropriei de vários ensinamentos dela, que se manifestava como pessoa, como homem e como profissional. Poder ler um estilo de vida, poder buscar encontrar nas palavras de uma pessoa uma verdade factível e poder perceber que essas palavras, que esse estilo, apesar de desconsiderado por muitos, evidenciava algo maior, evidenciava uma ética, não uma ética da profissão, mas uma ética que considera única e exclusivamente o bem. Não o bem de uma classe, de uma ordem, de um nicho, de um conjunto de interesses comuns, mas o bem que redunda em proporcionar à totalidade do pensamento a essência de Dale Wimbrow, não deu tapinhas no ombro; não sorriu para agradar, ao contrário, chorou; não se portou como Judas ou Calabar, ao contrário se mostrou assente em suas ideias, suas convicções e o seu amor ao ideal. O ideal que busca atingir o bem, o bem que finda num novo homem, um novo homem que se torna emissário de uma mensagem valorativa e contemplativa dos verdadeiros valores dos responsáveis pelas forças de segurança nas terras das Minas Gerais. Essa é a minha singela homenagem ao homem de bem, natural de Bom Despacho, Tenente Coronel Domingos Sávio Mendonça. Foto destacada: Detalhes do Jardim dos filósofos em Budapeste (Pixabay).
Santos do pau oco e interesseiros!
No vídeo acima, o Professor Luíz Felipe Pondé — “Filósofo, escritor e ensaísta, pós-doutorado em epistemologia pela Universidade de Tel Aviv” — esclarece em poucas palavras sobre o posicionamento político e ideológico da maioria dos professores universitários. Transito pelos corredores, salas de aulas e gabinetes de instituições do Ensino Superior (IES), desde os idos de 1976 e o que vi, ouvi e vivi motivam-me a concordar o notável Professor Pondé. Nesse tempo, ficou pra mim, muito claro, os modelos descritos de profissionais que militam no mais legítimo espaço do diálogo, ambiência propícia à crítica genuína com argumentos e contra argumentos: fonte do saber. Mas, não foi o que presenciamos, eu e minha geração de universitários, professores e gestores das IES, principalmente os oriundos das academias militares federais e estaduais. Há, certamente, os professores extraordinários que se não imiscuem em nenhuma das posições destacadas pelo Professor Pondé. Nesse caso, tornam-se vítimas, consequentes de expediente abjeto. Ao lado dos professores vitimizados, estivemos, eu e minha geração — e, possivelmente, as posteriores —. Nós, pelo de fato de sermos servidores militares. E, esses que busc(a)vam os bancos escolares das universidades brasileiras, íam [ou vão] em busca de conhecimentos outros e capazes de agregar valores às atividades profissionais desenvolvidas. Entretanto, lamentavelmente, nas IES enfrentamos — e os mais jovens devem, provavelmente, enfrentar — um preconceito, conhecido pelo nome de seu primo estadunidense — bullying —. Esse comportamento hediondo brotava gratuitamente no coração dos professores mencionados pelo Professor Pondé. E esses professores disseminavam covardemente aos seus pupilos que assimilavam a “verdade” absoluta e “irretorquível” do “sábio mestre” dos “saberes”! Então, o bullying escolar nasce no coração do(a) professor(a) ou do(a) aluno(a)? E a resposta sobre o porquê procedem — ou ensinam como proceder — dessa maneira encontra-se no vídeo do Professor Luiz Felipe Pondé. São santos do “pau oco” e interesseiros!
A crise política brasileira: “que direita tomou o poder no Brasil?”
A filosofa e professora universitária Marilena Chauí esteve “nesta terça-feira (30), em Paris, no anfiteatro da EHESS- Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, onde “fez a conferência inaugural do colóquio internacional ‘Que direita tomou o poder no Brasil’”? Segundo a Rádio França Internacional (RFI), Marilena Chauí foi “bastante aplaudida” e, no final da palestra, “concedeu uma entrevista exclusiva à” emissora. Nos destaques da RFI, são ressaltados “a crise política brasileira” e “o processo de desdemocratização” assim considerados: Marilena Chauí considera que a crise política brasileira apresenta hoje dois aspectos muito impressionantes: “O primeiro aspecto é que desde o primeiro golpe, antes do ‘golpe no golpe’, houve um processo de desinstitucionalização da República, ou seja, uma disputa entre os três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – pela hegemonia do processo, a incapacidade de cada um deles de ser o polo hegemônico do processo de golpe, e o fato de cada um interferir nas ações e decisões do outro; isto de tal maneira que os três pilares da República, os três Poderes, com sua autonomia e sua esfera própria de atuação, se perderam”, ela constata. A professora explica que, a isso, pode-se acrescentar o processo de desdemocratização, ou seja, a ideia de que todos os direitos sociais que haviam sido conquistados, e aqueles que haviam sido garantidos, iam ser eliminados, na medida em que se tratava de enxugar o Estado, tornar o Estado mais racional, ou seja, colocar o Estado diretamente a serviço do grande capital, como é a proposta neoliberal, e portanto destruir cada uma das conquistas referentes aos direitos sociais. “Este é o primeiro aspecto da crise: a desinstitucionalização da República e a desdemocratização do país pela retirada dos direitos”, observa. Na reportagem da RFI, há também dois aspectos importantes: a “Guerra Intermídias” e o “O papel do Grupo JBS” assim Guerra intermídias que foram assim destacados: “Há uma nova crise, e essa crise ameaça agora o golpe contra o Temer [presidente Michel Temer], portanto, ameaça tirá-lo. Mas agora não se trata de uma disputa entre forças políticas diferentes, como no primeiro golpe [impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff]. Trata-se de uma luta entre mídias. É uma luta que você percebe, um conflito que se estabeleceu, uma disputa que se estabeleceu entre, de um lado, a Rede Globo, a revista Veja, o jornal Globo e o jornal O Estado de São Paulo; e, do outro lado, o jornal A Folha de São Paulo e o grupo da TV Bandeirantes” Mas qual o fator que desencadeou este confronto? “É impossível que a gente saiba qual a origem disso, o que é que quebrou a unidade da mídia, e qual é, nessa quebra da unidade da mídia e da disputa para saber quem vai realizar o segundo golpe, o papel desse gigantesco frigorífico [JBS] que está instalado nos Estados Unidos, espalhado por todos os Estados Unidos, que tem um poder econômico gigantesco, a ponto deles terem feito a delação e viverem tranquilos nos Estados Unidos, livres, soltos e satisfeitos, analisa a professora, ressaltando que “foram eles que produziram esse efeito, foram eles que introduziram esse racha no interior da mídia”. A reportagem conclui que: A reflexão da filosofa ultrapassa o raciocínio imediato: “Não é que uma parte da mídia defende o Temer e que a outra ataca o Temer, isso seria o mais óbvio. Não! Qual é a parte da mídia que foi beneficiada pelo JBS e qual é a que não recebeu os benefícios, este é o ponto, é uma questão de dinheiro e de lucro, então, estamos numa crise gigantesca agora por uma disputa nas mídias” Fonte: RFI.
Então, “o homem é o lobo do homem”?
A frase é Thomas Hobbes, um filósofo britânico. O episódio foi registrado pelas câmeras da Times Square, em Nova York. A reflexão é sua, caro(a) leitor(a). Leia mais sobre Hobbes, no texto transcrito a seguir. Thomas Hobbes (1588/1679) Para o filósofo inglês da Idade Moderna, o “Homem é o lobo do Homem”. No que ele chama de “Estado de Natureza”, os homens são perfeitamente iguais, desejam as mesmas coisas e têm as mesmas necessidades, o mesmo instinto de auto-preservação. Por isso, o estado natural é conflito..é guerra… As guerras existem porque as pessoas querem as mesmas coisas… Como adquirir a paz? Apenas através de um Contrato, um pacto formal entre pessoas iguais que renunciam suas liberdades em troca de tranquilidade. Pelo contrato as pessoas desejam o Bem Comum ..isso é feito através do Direito Positivo que se mantém pelo legislativo. Hobbes pertence ao período filosófico chamado de “Contractualismo”, período onde filósofos acreditaram que apenas um Contrato, um acordo coletivo faria o homem evoluir… – Vc concorda que as pessoas precisem de um pacto universal para que o Estado seja pacífico? Ou…por esse prisma..o mundo precisa de um único pacto? – As pessoas são iguais na base natural? – Nossos instintos nos tornam agressivos? É o conforto da tecnologia e da civilização que nos mantém além dos instintos? – É instintivo que uns tenham mais poder que outros? O mais forte? – A Constituição seria um exemplo de Pacto? O homem literalmente se “mata” para ter dinheiro, status, sucesso e poder consumir, mas e a qualidade de vida? Fonte: Texto (Thomas Hobbes — 1588/1679) e foto (EM.com.br)
Lições preciosas de Zygmunt Bauman!
Se você dispõe de 30 minutos, com muita concentração, não perca essa oportunidade singular. Assista ao vídeo e aprenda com Zygmunt Bauman, nessa entrevista exclusiva concedida a Fernando Schüler e Mário Mazzilli, em Leeds, na Inglaterra. Conheça as explicações do filósofo polonês sobre os seguintes temas: “o mundo pós-moderno: a condição social”; “a sociedade fragmentada”; “identidade”; “pós-modernidade”; “um mundo interdependente”; “dilema ambiental”; “o futuro da Democracia”; “democracia Global”; “o problema da autonomia individual”; “a ágora pós-moderna”; “o mundo pós-moderno: a condição do indivíduo”; “laços humanos”; “a ambivalência da vida”; “a ambiência da civilização”; “felicidade”; “a vida como criação”. Afinal, nunca é demais, aprender um pouco mais!
Propina: Que brasileiros teremos que ser para ter o Brasil que queremos?
Lições do Professor Doutor Clóvis de Barros Filho sobre agentes de corrupção na propina. Com a questão central — Que brasileiros teremos que ser para ter o Brasil que queremos? —, Barros Filho discorreu sobre o tema, numa palestra realizada no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Fonte: Pixabay.
Uma visão ética do Estado Social e Estado Policial.
Em o “Estado Social e Estado Policial: Da desigualdade radical à exigência de uma nova ética”, José Ricardo Cunha[1] faz uma análise descritiva sobre o entendimento funcional do papel da política e da polícia. Demonstra, também, como devem ser entendidos na perspectiva aristotélica, firmada na sua obra: Política. Destaca, também, segundo pensamento filosófico abordado, qual é o papel da política e qual é o papel da polícia, considerando que ambas têm raízes na polis. Além disso, inclui as essências fundamentais — justiça e honestidade — para as funcionalidades da política e da polícia e como esses “quatro termos obedecem a uma reciprocidade direta e cruzada”. Leia, por favor, o texto e compreenda a importância de uma visão ética do Estado Social e Estado Policial. Aristóteles dizia que o homem é um ser naturalmente político e por isso vive em conjunto. Dizia também que aquele que não vive com os outros ou é um deus ou um selvagem[2] . Como ser político, o homem constrói sua vida em torno da polis. Em latim, a palavra grega polis costuma ser dita civitas, significando não apenas cidade, mas também cidadania. O termo polis expressa, assim, a densidade do que significa essa vida em comum, esse viver com os outros que é inevitável a todos os mortais. A polis não é apenas a cidade, mas a Cidade-Estado. Aquela que pela política organiza a força, para que esta seja juridicamente instrumentalizada e, de efeito, não se renda à barbárie própria da selvageria. Do grego polis resulta a palavra “política” e também a palavra “polícia”. Se a política busca as condições para uma vida em comum, a polícia busca as condições para a preservação da vida em comum. Claro que isso assim o é, em tese. Na vida prática, tanto o sentido da política como o sentido da polícia podem ser corrompidos em função da busca de interesses particulares postos acima dos interesses públicos ou, ainda, pelo predomínio de uma razão instrumental cegamente pragmática. Mas o fato dessas distorções ocorrerem não implica o desaparecimento do sentido normativo dos termos política e polícia. Ambos estão etimologicamente vinculados à ideia de busca e manutenção das condições da vida em comum. A política, ao menos conforme sua tradição clássica, liga-se ao conceito de cidadão, cidadania, e, portanto, de administração pública ou de administração da coisa pública. Contudo, administrar a coisa pública não é um ato apenas burocrático que se encerra em si mesmo. Essa administração tem um fim, um telos. Diz Aristóteles: “Mas não é apenas para viver juntos, mas sim para bem viver juntos que se fez o Estado.”[3] Administrar a polis significa buscar as condições para um bem viver de todos os cidadãos, de todas as pessoas. Ainda segundo Aristóteles, o bem viver entre concidadãos traz uma exigência de igualdade, isto é, que cada um tenha a sua vez, o que, para esse filósofo, se traduz em justiça e honestidade. A administração pública possui, nessa linha de raciocínio, um compromisso transcendental com a justiça, ou seja, com a repartição de bens, encargos e imunidades. Esse é o sentido de uma justiça distributiva, preocupada em equiparar pessoas e grupos a uma espécie de linha média da sociedade. De certa forma, os dois sentidos dados por Aristóteles à exigência de igualdade, quais sejam, justiça e honestidade, articulam-se com as duas palavras que decorrem do termo grego polis: política e polícia. Enquanto a política deve ser guardiã da justiça, a polícia deve ser guardiã da honestidade. Mas não é só isso: a ação da política deve ser pautada pela honestidade, bem como a ação da polícia deve ser pautada pela justiça. Os quatro termos obedecem a uma reciprocidade direta e cruzada. Assim como não pode haver uma política sem justiça e honestidade, também não pode haver uma polícia sem justiça e honestidade[4]. Com efeito, num plano prescritivo, política e polícia estão interligadas a partir das mesmas exigências morais. Contudo, não é assim que acontece na prática. O texto que se segue apresentará alguns argumentos que pretendem enfatizar essa ruptura fática, ou trauma moral, que por diversas vezes ocorre entre o sentido prescritivo e o sentido descritivo de política e polícia. O entendimento de política, polícia, justiça e honestidade é indispensável à compreensão do papel verdadeiro da polícia ostensiva e preservação da ordem pública. Sem a reciprocidade cruzada desses termos, não é possível compreender o papel do Estado social e do Estado policial. E o compromisso da polícia militar brasileira é a proteção das comunidades a quem serve. [1] Doutor em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina; Professor Adjunto da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e Professor Adjunto da FGV Direito Rio. É também o coordenador do Núcleo de Mediação de Conflitos Comunitários e Facilitação de Diálogos da FGV Direito Rio, com apoio do programa Pacificar e parceria com o Viva Comunidade. [2] ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Martins Fontes, 1998, pp. 4-5 [3] ARISTÓTELES. Op. Cit., p. 53. [4] ARISTÓTELES. Op. Cit., p. 63. Fonte: Mediação de conflitos comunitários e facilitação de diálogos: relato de uma experiência na Maré / Organizadores: José Ricardo Cunha e Rodolfo Noronha. – Rio de Janeiro: Escola de Direito do Rio de Janeiro da Fundação Getúlio Vargas (2010, p. 14-15)
O que a vida tem que ter pra valer a pena?
A vida vale a pena ser vivida apesar de todas as dificuldades, tristezas e momentos de dor e angústia. O mais importante que existe é a pessoa humana. E surpreender o homem no ato de viver é uma das coisas mais fantásticas que existe. Érico Veríssimo. Em muitas palestras ministradas pelo Bacharel em Direito, Jornalista e Professor Doutor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo – Clóvis de Barros Filho –, tem sido destacada a vida que vale a pena ser vivida, segundo a retórica socrática. Barros Filho enfatiza o ponto e o contraponto da vida cheia de felicidades. O ponto é o que tem sido assegurado pelo imediatismo do valor e o sucesso efêmeros de uma vida desejada por muitos. Alguns experimentaram-na. Se foram felizes por alguns momentos, ninguém sabe! Mas os resultados trágicos, muitos conheceram e concluíram que, aquela vida vivida, não valeu a pena! Nesse particular, destaca-se o que estamos acostumados a ouvir nos mais diversos ambientes de convivência diuturna, pois, segundo Barros Filho, estamos: “acostumados a ouvir que o sucesso da nossa vida tem a ver com o nosso próprio ganho, com a nossa própria riqueza, com o nosso próprio conforto, com o nosso próprio poder”. O contraponto, assegura Barros Filho, é a lição ensinada por Jesus, e afirma: “Jesus disse coisas que ninguém tinha dito antes. Jesus, grande sábio que era, respondeu à nossa pergunta: O que a vida tem que ter para valer a pena? E a resposta de Jesus é impactante até hoje. Por mais que vivamos em uma sociedade de cultura cristã, a resposta de Jesus, quando anunciada com clareza, produz extraordinário impacto nos espíritos de quem ouve. O Filé Mignon da vida, a vida que de fato vale a pena é a vida assumidamente dedicada ao outro. […] aquilo que fará de você um vivente feliz é a entrega, é proporcionar, alavancar, é permitir que o outro viva melhor do que viveria se você não existisse”. Os exemplos podem ir ao infinito, afirma Barros Filho, e destaca, num testemunho pessoal, a experiência da filha Natália, acamada, num Centro de Tratamento Intensivo, com uma doença desafiadora à moderna medicina. Então, aprendeu que o “amor vale mais que a própria vida”. Afinal, Barros Filho alerta aos seus ouvintes que a importância maior da vida, nos moldes da Vida de Jesus, é o bem-estar e o bem-viver dos seus semelhantes. Isso porque você estará lá! E será desafiado a decidir sobre uma série de questionamentos, inclusive, se de fato amas “[…] o próximo como a ti mesmo” (Marcos 12.31). O próximo não é certamente o seu parente consanguíneo ou amigo chegado. O próximo é aquele que se opõe a você nas mais diversas ocasiões. É aquele que você, caro profissional de polícia ostensiva e preservação da ordem pública, não tem com ele nenhum vínculo afetivo, porém, jurou morrer no lugar dele, se necessário for. Lembras?