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Parâmetros Para Balizar o Conhecimento

Qualquer atividade a que submetemos nosso cérebro na construção do Conhecimento, requer parâmetros ⎯ anteriormente construídos, validados e entendidos como legítimos dentro do processo de formação e estruturação do Conhecimento ⎯ que permitam ao nosso cérebro balizar o caminho que se percorre para tornar esse novo Conhecimento num Conhecimento legítimo.

Normalmente, através de processos estruturados e validados anteriormente, nosso cérebro tende a buscar uma rotina que permita a ele o conforto necessário para emitir uma opinião. A partir dessa opinião construir uma verdade que seja aceita, assimilada, compreendida e difundida como verdade crítica com base nos elementos de validação conhecidos até aquele ponto. O caminho que o cérebro busca para balizar a estruturação do conhecimento é muito semelhante a uma estrada, que tem um pavimento. No leito do pavimento estão instaladas as informações horizontais ⎯ que são as pinturas ⎯ e às margens do pavimento, as informações verticais ⎯ que são as placas e sinais luminosos colocados ao longo da via.

Essas informações instaladas ao longo da via servem como parâmetros para uma direção segura, para um deslocamento compatível com a estrutura que se construiu, objetivando o deslocamento com segurança entre os pontos de partida e de chegada. Esse caminho disponibiliza informações segundo uma escala de cores, que universalmente, permite a qualquer pessoa a perfeita interpretação da mensagem, independente do idioma, exigindo dela, o conhecimento pretérito das cores, dentro de uma formação com parâmetros objetivos, previamente discutidos e reconhecidos por uma codificação comum aos países que adotaram aquela convenção. A escala das cores atende aos parâmetros de segurança e vai desde o branco até o preto, passando pelo vermelho, amarelo, azul, verde e marrom. Quando mais incidente a cor, mais importante é a informação e mais determinante é o cumprimento da recomendação nela codificada.

Estamos trabalhando o processo de balizamento do Conhecimento com um modelo calcado numa via pavimentada, pois é a forma de balizamento mais utilizada em deslocamentos no nosso planeta. A balizamento do Conhecimento é sim um processo em deslocamento. Para cada informação que se agrega a um Conhecimento, é necessário um processo de validação que permita a legitimação desse novo Conhecimento. Ao trazer para o exemplo da via pavimentada, o que se pretende é justamente demonstrar que os parâmetros para balizar um conhecimento não são nada mais além do que interpretar os significados de cada imagem que se forma a partir de Conhecimentos pretéritos. Esses são Conhecimentos já legitimados dentro de um ambiente de validação que comporte teorias, enunciados, tratados, leis e convenções, dentre outros meios amplamente reconhecidos e aceitos como verdades, que no âmbito do Conhecimento também é alcançado pelo significado do óbvio ululante.

O ponto de partida e o ponto de chegada numa via pavimentada, demonstra que a pessoa utilizou a via segundo os critérios de segurança informados horizontal e verticalmente e que de forma segura chegou ao seu objetivo a partir do ponto de partida previamente estruturado. O Conhecimento é o mesmo processo: a pessoa se vê frente a um problema; estrutura um questionamento; e então enfrenta o desconhecido. Dá partida no cruzamento de informações pretéritas, nas variáveis que interferem no julgamento da informação, nas hipóteses alocadas à decisão, chegando às inferências e conclusões que permitam um julgamento acertado e uma tomada de decisão compatível com o Conhecimento que se estrutura.

Quando da condução de um veículo numa via pavimentada, o condutor se cerca de todas as informações necessárias à condução do veículo, confere a parte mecânica e insumos necessários ao deslocamento do veículo; confere os seus documentos e do veículo; faz o planejamento das vias a utilizar e as rotas alternativas. Nesse processo, o condutor está se cercando de todas as hipóteses que interferem na sua condução, que são os aspectos de engenharia, de educação e de esforço legal. Na construção de parâmetros para balizar um Conhecimento, algo similar deve ser feito por quem pretende agregar um novo significado ao Conhecimento. É preciso que ele tenha acesso às teorias e aos referenciais teóricos que permitam a quem se propõe construir um novo Conhecimento a capacidade para estruturar um problema; conhecer as variáveis e as possibilidades de interferência nessas variáveis; as hipóteses de validação de seu Conhecimento e as informações pretéritas que estruturam esse Conhecimento até o momento presente. Lembrando que o Conhecimento é algo que pode ser transformado, validado, reconstruído o seu enunciado ou simplesmente descartado pela irrelevância de suas conclusões dentro da abordagem que se pretende legitimar.

Dentre todos os parâmetros para balizar um Conhecimento, talvez os mais difíceis de serem empregados buscando a legitimação do Conhecimento sejam os que conhecemos como teorias de bases. Isto porque uma teoria, como seu próprio nome diz, é significativo sem contudo ser explicativo. Uma teoria é uma especulação que tende à impossibilidade de se comprovar em laboratório. Tender à impossibilidade é o mesmo que, na matemática, ter um limite de 1 dividido por x, com x tendendo a zero, em que o resultado não é inexistente e nem é zero. Quer dizer apenas que na atualidade do Conhecimento, com os mecanismos e processos de validação existentes, além dos equipamentos disponíveis, não se é possível materializar a hipótese descrita naquela Teoria, não sendo necessário aprofundamento sobre as variáveis que interferem na busca da validação, haja vista a complexidade do tema.

A partir de uma análise, relativamente recente na história da humanidade, vamos ter três grandes teorias a comprovar. Duas são iluministas ⎯ pensamento reinante onde a comprovação teórica se dá pela ciência e pelo materialismo ⎯ a Teoria da Evolução e a Teoria da Relatividade. A terceira é religiosa – pensamento reinante que não demanda comprovação científica, sendo uma aceitação pela fé ⎯ a Teoria do Criacionismo. Por mais que se discuta, são teorias, não se tem o objetivo de construir um Conhecimento que valide ou descarte qualquer delas. O objetivo é apontar a sua existência como construção de um Conhecimento que vigorou até certo momento da história. As suas narrativas, assertivas, histórias, passagens, retóricas e verdades servem apenas para balizar o processo de formação do Conhecimento. São descrições de uma observação, de um tempo em movimento, como descrito no primeiro capítulo dessa série de publicações, intitulado como Construindo a Descrição do Conhecimento, publicado neste PontoPM.

Balizar o Conhecimento dentro de um Sistema que tem milhões ou talvez bilhões de anos, a partir apenas de um pensamento reinante construído na idade moderna, como contraponto aos registros históricos em poder da Religião, é como analisar um Iceberg e considerar apenas a parte que emerge da água, é querer descrever a topografia lunar a partir apenas da parte visível aos nossos olhos, não é Conhecimento, é especulação é o óbvio ululante, é aquilo que salta aos nossos olhos. Dar descrição científica a eles é apenas a descrição dos tempos em movimento, não agrega Conhecimento é algo suscetível de reanálise a partir de equipamentos mais modernos e de novas tecnologias e como dissemos são apenas informações e não Conhecimento.

Tem que se ter em mente que o Conhecimento não é apenas matéria, o Conhecimento é um conjunto de leis, pois só estas permitem a existência dos Conhecimentos Inertes ⎯ os minerais: Conhecimentos Latentes ⎯ os vegetais; e os Conhecimentos Aflorados ⎯ os animais. Conhecimentos estes que serão tratados oportunamente em novo Capítulo.

Frisa-se, apesar de toda a controvérsia entre os Teóricos, que não se deve esquecer que o Conhecimento não deve ser fruto de discussão, mas de um debate que busque o seu crescimento, com um pensamento limpo, desprovido de raiva, ira ou maldade, ou de qualquer confrontante que leve à perda do senso crítico; que influencie ou tencione distorcer o caráter de pureza que permeia o Conhecimento.

Com certeza o mais sensato ao se tratar de parâmetros para balizar um Conhecimento, seja a utilização de referenciais teóricos ⎯ que são a utilização de verdades já aceitas. Por estarem mais próximas das leis ⎯ com comprovações nos campos das ciências materiais e imateriais, das ciências que se comprovam por meio da utilização de equipamentos, de análises quadrantes, da utilização de algoritmos, da física quântica e em transformações reativas. Ou ainda das ciências que se estruturam pela retórica da tese, síntese e antítese; das descrições antropológicas e sociológicas; e das relações interpessoais. Ao optar pelos referenciais teóricos no balizamento de um Conhecimento, não se coloca em dúvida o que se pretende construir; não se revela falho pela não observância de princípios construtivos da criticidade, da razoabilidade, da factibilidade e da aplicabilidade propícia ao crescimento da humanidade.

Respostas de 6

  1. Caro Carlos Alberto,
    Gostei da abordagem e das comparações feitas sobre o assunto, porém, acho que ainda há subsídios a se buscar para concretização do tema.
    Parabéns pelo belo desenvolvimento.
    Abs.
    Robson Maciel

    1. Caro Robson Maciel, muito obrigado pelas suas considerações, obrigado principalmente por visitar o nosso espaço virtual Pontopm. Peço desculpas pelo lapso em não entregar os textos anteriores e o farei via redes sociais. Este é o nono post de uma série que teve início há algum tempo. O espaço virtual Pontopm me acolheu e eu sou feliz por hospedar aqui as minhas ideias.

  2. Excelente Carlogal

    Fico muito curioso para saber onde tudo começou, pois não sei se o homem surgiu como um ser provido de algum conhecimento, ainda que intrínseco… (já pensou nisso amigão )

    1. Meu amigo Valter Braga do Carmo, ótimo questionamento é algo a se buscar uma resposta. Obrigado pelas recorrentes visitas ao nosso Pontopm.

  3. Excelente abordagem. Conhecimento puro, sem interferências ou distorções por algum interesse, tem sido um grande desafio.
    Que a verdadeira ciência aconteça.

    1. Caro Roberto Sá, obrigado pela manifestação, sua visita ao espaço virtual Pontopm é motivo de orgulho para nós que acreditamos na verdade. Espero continuar a produzir o melhor de mim em respeito a este espaço virtual.

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Sobre o(a) Autor(a):

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Carlos Alberto da Silva Santos Braga

Major PM Carlos Alberto da Silva Santos Braga, natural de Bom Despacho - MG é Aspirante-a-Oficial da Turma de 1987. Ingressou na PMMG no ano de 1982, no Batalhão de Polícia de Choque, onde fez o Curso de Formação de Soldados PM. É Especialista em Trânsito pela Universidade Federal de Uberlândia e Especialista em Segurança Pública pela Fundação João Pinheiro. Durante o serviço ativo como Oficial na PMMG - 1988 a 2004 - participou de todos os processos estruturantes do Ensino, Pesquisa e Extensão. Nos anos de 1989 e 1990 participou da formação profissional da Polícia Militar do então Território Federal de Roraima durante o processo de efetivação da transformação em Estado. Foi professor da Secretaria Nacional de Segurança Pública nos Cursos Nacionais de Polícia Comunitária. A partir de 2005, na Reserva da PMMG, trabalhou como Vice-Diretor da Academia de Polícia Integrada de Roraima - Projeto da SENASP - foi Membro do Conselho Estadual de Trânsito de Roraima, Membro do Conselho Diretor da Fundação de Educação Superior de Roraima - Universidade do Estado de Roraima, Coordenador do Curso Superior de Segurança e Cidadania da Universidade do Estado de Roraima. Foi Superintendente Municipal de Trânsito de Boa Vista, Superintendente da Guarda Civil Municipal de Boa Vista, Assessor de Inteligência da Prefeitura Municipal de Boa Vista e professor nos diversos cursos daquela Prefeitura. Como reconhecimento aos serviços prestados ao Município de Boa Vista e ao Estado de Roraima foi agraciado com o Título de Cidadão Honorário de Boa Vista - RR e com a Medalha do Mérito do Forte São Joaquim do Governo do Estado de Roraima. Com dupla nacionalidade - brasileira e portuguesa - no período de fevereiro de 2016 a outubro de 2022, residiu em Braga - Portugal onde desenvolveu projetos de estudos na área do Conhecimento. Acadêmico-Correspondente da Academia Maranhense de Ciências Letras e Artes Militares - AMCLAM.