Vem do Amazonas, mais especificamente do Alto do Rio Negro, uma notícia sobre o “índio Ivanir Máximo”. Das informações publicadas, confirma-se que é indígena nativo “da tribo dos Barés, em São Gabriel da Cachoeira (a 852 quilômetros da capital amazonense), no extremo noroeste do país.” Atualmente, com seus 51 anos de idade, é Tenente da Polícia Militar do Estado do Amazonas (PMAM), promovido recentemente, e servindo, nos últimos oito anos, no Batalhão de Polícia Ambiental daquela Instituição Militar Estadual amazonense.
Nas atividades policiais militares que desenvolve, na polícia ostensiva e preservação da ordem pública, o Tenente “índio Ivanir Máximo” tem uma expertise fundamental. Domina os dialetos Tariano, Desano, Baniwa, Yanomani, Nheengatu, Curripaco e Tenharim, muito utilizados na Amazônia. E para o gáudio daquelas comunidades, o ilustre indígena declara, com orgulho, após ser promovido a oficial:
“Sou da primeira turma dos filhos indígenas formados como técnicos em enfermagem. Hoje alguns estão trabalhando nas comunidades indígenas, trazendo conhecimento para tratamento de pessoas que ficam nas grandes comunidades. E isso é um orgulho para mim, hoje um dos primeiros filhos indígenas a chegar ao posto de oficial da Polícia Militar.”
Além disso, nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, no ano de 2016, lá estava, o Tenente “índio Ivanir Máximo”, emprestando seus conhecimentos de proteção de pessoas e comunidades, e adquirindo outros, em meio a muitos povos que falam as muitas línguas do mundo todo.
Os percalços superados pelo vitorioso Tenente “índio Ivanir Máximo”, e muitos outros amazonenses, são consideráveis. A respeito daqueles que o antecederam, na Amazônia, conhecemos as dificuldades por eles enfrentadas, segundo a narrativa euclydiana de “Os Sertões”. Vemo-las, no episódio sobre o “homem”, no contexto da “I. Complexidade do problema etnológico no Brasil. Variabilidade do meio físico e sua reflexão na História. Ação do meio na fase inicial da formação das raças. A formação brasileira no Norte (p.44).” Assim, extrai-se daquela obra que:
O Amazonas referto salta fora do leito, levanta em poucos dias o nível das águas, de dezessete metros; expande-se em alagados vastos, em furos, em paranamirins, entrecruzados em rede complicadíssima de mediterrâneo cindido de correntes fortes, dentre as quais emergem, ilhados, os igapós verdejantes (p.52).
(…)
Muitas vezes em plena enchente, em abril ou maio, no correr de um dia calmoso e claro, dentro da atmosfera ardente do Amazonas difundem-se rajadas frigidíssimas do sul (p.53).
(…).
Euclydes da Cunha menciona, ainda, em “os reforços (p. 309-310)”, algumas ações policiais militares vividas por conterrêneos antecessores do Tenente “índio Ivanir Máximo”. Cuidou de ressaltar a luta dos homens, oriundos a Amazônia, nas batalhas em terras baianas, assim narrada pelo autor:
Por fim dois corpos: o Regimento Policial do Pará, somando 640 combatentes, comandados pelo coronel José Sotero de Meneses, e um da polícia do Amazonas, sob o comando do tenente Cândido José Mariano, com 328 soldados.
Afinal, são muitas as conquistas do Tenente “índio Ivanir Máximo”, além de dominar os dialetos e ser um policial militar zeloso, o que favorece, certamente, as ações de polícia ostensiva e preservação da ordem pública, naquelas terras, muitas delas desconhecidas da grande mídia. A respeito desse favorecimento do atuante oficial, o subcomandante do BPA, da PMAM, major Santos Correia, afirma:
Quando o Batalhão Ambiental se desloca para atuar nessas áreas, é importante a participação do tenente, como ele fala todos esses dialetos indígenas, ele consegue abrir portas, ganhar a confiança das comunidades indígenas, que acabam nutrindo uma admiração pelo próprio policial Militar, porque eles admiram pelo fato dele ter conseguido chegar aonde ele chegou, a ser um tenente da Polícia Militar.
Com as informações das fontes mencionadas.