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A Noite dos Cristais…Nunca Mais!

O que foi a Noite dos Cristais?

A Noite dos Cristais — ocorrida na Alemanha, na noite de 9 para 10 de novembro do ano de 1938 —, marcou ao mundo moderno uma das iniciativas do hediondo movimento antissemitista. Do Wikipedia, foi destacado que:

As casas dos cidadãos judeus, hospitais e escolas foram pilhados e deitados abaixo pelos atacantes com o recurso a marretas.[4] Mais de mil sinagogas foram incendiadas (95 só em Viena) e mais de sete mil negócios foram destruídos ou danificados.[5][6] Martin Gilbert escreve que mais nenhum acontecimento na história dos judeus alemães entre 1933 e 1945 foi tão difundido à medida que ia acontecendo, e os relatos dos jornalistas estrangeiros a trabalhar na Alemanha causaram ondas de choque em todo o mundo.[4] O Times escreveu na altura: “Nenhum propagandista estrangeiro se dedicou a enegrecer a Alemanha antes que o mundo pudesse superar o número de incêndios e espancamentos, de assaltos violentos a pessoas indefesas e inocentes, que desonraram aquele país ontem.”[7]

Wikipedia

Passados 80 anos, o reconhecimento do medonho erro foi lembrado, nessa sexta-feira (9), em Berlim, numa das maiores sinagogas daquela Metrópole. Presente na Cerimônia, as autoridades lembraram as agressões sem precedentes a mais de 1.400 Locais de Culto. A Chanceler Angela Merkel — segundo o vídeo publicado pela a AFP — disse que “o Estado tem de lutar contra a exclusão, o antissemitismo, o racismo e o extremismo da direita”.

Análise econômica, política e social antecedentes e consequentes de A Noite dos Cristais

Ao leitor de o Pontopm, Carlos Braga — cooperador deste portal e residente em Braga, Portugal —, apresenta uma visão analítica do conceito de socialismo no seio da Igreja Cristã, sua apropriação pela ideologia do comunismo e a ação de reparo perpetrada pela fé. Boa leitura.

Pontopm – O livro “O Capital” de autoria de Karl Marx, fala sobre o custo da força trabalho e a apropriação da força de trabalho do homem pelo Capital. Podemos afirmar que a obra é a essência de uma ideologia ou é puro pragmatismo?

CarlosBraga – É puro pragmatismo, a obra O Capital, apesar de historicamente estar ligada ao nome de Karl Marx, século XIX, por todas as evidências alocadas ao longo da História, jamais poderia ter sido escrita por uma pessoa que se apresenta como negação da existência de Deus e com evidentes traços de anomia na sua vida pessoal. Eu explico isso a partir do momento histórico que se encontrava o mundo naquela época, quais sejam a crescente visão Iluminista aliada a ascendência do positivismo atacando questões históricas do assistencialismo que rendia benefícios à Igreja Cristã. Os benefícios à Igreja Cristã estavam atrelados à sua capacidade de oferecer saúde e educação sem necessariamente redundar no pagamento como condicionante da prestação do serviço, mas como obra de caridade, onde os assistidos, quer sejam na saúde, quer sejam na educação, transferiam à Igreja Cristã doações para a difusão da fé. O iluminismo aliado ao positivismo, vai entender que tanto a saúde como educação são formas de se ganhar dinheiro e que não necessariamente obras apenas da caridade. A Igreja Cristã, já conhecedora das questões da contabilidade, assentes no conceito da Economia Moderna expressos por Adam Smith, Século XVIII, vai então entregar a Karl Marx um tratado para contrapor às ideias Iluministas.

Pontopm – Mas quais são, de forma clarificada,essas evidências de que os conceitos expressos por Adam Smith já eram de conhecimento da Igreja Cristã e de que forma a Igreja Cristã influencia no entendimento do conceito de economia?

CarlosBraga – Os conceitos de contabilidade, sobretudo o sistema de partilhas dobradas, são construções financeiras criadas como instrumentos de controle dentro da própria Igreja Cristã, Século XV, e que mais tarde são disponibilizados ao conhecimento geral. Esse sistema permite saber o custo de todos os produtos e serviços que se dispõe a tratar no mercado. Mas, bem antes disso, a Igreja Cristã já conhecia o sistema económico e financeiro do mundo de então, isso foi através das Cruzadas, Os Cavaleiros Templários, lá no Século XI, com o Papa Urbano II. Apesar de terem sidos extintos como Ordem Militar da Igreja Cristã, no século XIV, com o Papa Clemente V, os Cavaleiros Templários  eram os responsáveis pelas finanças de vários Reinos da Europa e pela força de um desses reis, Felipe o Belo de França, viu-se a extinção da Ordem Templária,mas não as suas ideias e nem a prisão da maioria dos seus e nem sequer a apropriação dos bens daquela Ordem. Tanto o é, que pouco depois, o Rei Dom Dinis de Portugal juntamente com o Papa João XXII vão criar a Ordem de Cristo,uma Bula Papal, Século XIV,  que estabelece esse Ordem em Portugal com a missão de explorar o mundo e difundir a fé – uma exploração económica a serviço da fé, estabelecida em Tomar com o Título de Santa Maria do Tomar, Diocese do Novo Mundo.

Pontopm – Mas não se vê claramente, nessa resposta, uma afirmação de que os conceitos de economia e a obra O Capital tenham correlação com a Igreja Cristã. Sua afirmação não se trataria de uma afirmação especulativa e tão somente isso, sem qualquer evidência?

Carlos Braga – Não e explico o porquê. Para se chegar ao preço de determinado produto ou serviço, temos que levar em conta o trabalho que foi realizado para a produção de determinado produto ou serviço  e o preço final desse produto ou serviço,sendo o preço final, de determinado produto ou serviço, o somatório do trabalho pretérito – definido como os elementos de consumo ou de capital anteriores à realização do trabalho; o trabalho atual – que são os custos para a transformação das matérias primas no produto ou serviço e o pagamento da mão-de-obra;  e a remuneração do capital que foi empregado para a realização do produto ou serviço, ou seja, o lucro do capitalista. E é esse lucro do capitalista que vai gerar a chamada Riqueza das Nações, a sua força produtiva e de transformação aliada à sua capacidade de gerar moeda. Do ponto de vista da Igreja Cristã, é uma visão justa, mas não o será a partir do momento em que surge um novo ingrediente, qual seja: o lucro pelo tempo. O que isso quer dizer? Quer dizer que o empréstimo onde o Capital cresce apenas com o tempo e não com a produção de riqueza, do ponto de vista da Igreja Cristã caracteriza-se como pecado – como pecado de usura – haja vista o tempo pertencer a Deus e somente Deus – no caso a Igreja Cristã – pode ganhar dinheiro com o tempo. Assim a Igreja Cristã vai dizer ao católico que é preferível um sono tranquilo em contrapondo a uma barriga cheia. Obviamente que para a Igreja Protestante tal pecado não existe e não existindo ao Cristão Protestante nada de errado se manifesta nessa discussão sobre economia.

Pontopm – Ótimo, estamos agregando conhecimentos, no entanto o ponto focal que é a obra O Capital e sua correlação com a Igreja Cristã, não se mostra clarificado.Voltamos ao questionamento, a sua afirmação não se trataria de uma afirmação especulativa e tão somente isso, sem qualquer evidência?

Carlos Braga – Não é simples e nem tão somente uma resposta, mas um conjunto de evidências. A Igreja Cristã pelas mãos de sua força de mercado – os Cavaleiros Templários e posteriormente a Ordem de Cristo, ordens militares e monásticas – acumula ao longo dos tempos conhecimentos,tecnologias e moedas que permitem a ela a elaboração de vários enunciados voltados à sua própria riqueza, não apenas a riqueza da fé pela qualidade de seus membros e da capacidade da produção de novos conhecimentos, mas sobretudo pela riqueza de moedas e sem contar que sendo o poder real uma obra divina, ou seja o Rei é um escolhido de Deus, cabe ao Papa coroar o Rei, por si ou seu preposto e caberá ao Rei a defesa da fé – a defesa da Igreja Cristã – pela espada. Assim conhecendo o sistema financeiro e económico desde a sua origem;conhecendo a forma pela qual se estrutura a contabilidade moderna – sistema de partilhas dobradas; conhecendo a geração da Riqueza das Nações: trabalho pretérito, trabalho atual, lucro e acumulação de moeda; só bastava acrescentara tudo isso uma retórica bem estruturada que fosse capaz de contrapor o pensamento iluminista que naquele momento afrontava a capacidade da Igreja Cristã de acumular riqueza. Mas esta retórica deveria ser calcada em elementos de moral e sujeita a validação pelas teorias vinculantes da época, sobretudo as teorias sociais, única forma de contrapor a teoria económica e única vertente possível de cooptar a força de trabalho.

Pontopm – Sim, realmente podemos perceber uma luz em torno da obra O Capital e sua correlação com a Igreja Cristã. Mas porque Karl Marx, qual a evidência que eleva a afirmação de uma simples especulação a uma possível realidade?

Carlos BragaKarl Marx, um escritor, pensador e jornalista alemão, ateu, com traços de anomia, é resultado de uma possibilidade disponível no mercado, uma pessoa desprovida de caráter, que fosse capaz de contradizer até a si próprio, com um único objetivo: notoriedade e por consequência dinheiro. Algo que os demais editores e jornalistas não se proporiam a fazer face aos conceitos do iluminismo, que ditava as relações morais da época, sobretudo o pensamento positivista de amor, ordem e progresso: o amor por princípio a ordem por base e o progresso por fim. A obra entrega a Karl Marx, para a sua publicação vai ser o contraponto ao poder económico, vai fazer ver ao homem que a força do seu trabalho deve ser capaz de prover o seu sustento e que o seu património será fruto da sua capacidade de trabalho e acima de tudo que o capitalista ao aumentar o lucro dele – capitalista, o faz apropriando da força de trabalho – do trabalhador –  e não a remunerando adequadamente; os processos produtivos são dinamizados, o lucro do capitalista aumenta e a remuneração do trabalhador cada vez desonera mais, ou seja, impacta menos a composição dos custos manifesta pelo trabalho atual. Em síntese o preço: trabalho pretérito + trabalho atual + lucro, com a correlação de preço fixo; trabalho pretérito fixo + trabalho atual mais barato pelo aumento da produtividade, o lucro do capitalista aumenta, corroborando a afirmativa de que o Capitalista apropria do trabalho pelo capital, ou seja, pelo lucro. Karl Marx ganha notoriedade – como era de se supor e engendrado pela capacidade de retórica de quem efetivamente dispunha de meios para construir a retórica e pecuniariamente fosse capaz de sustentar a publicação da obra – afinal Karl Marx, historicamente era um falhado, vivia de favores e sem credibilidade junto à imprensa, não seria capaz de tal produtividade e nem tampouco seria capaz de financiar tal publicação.

Pontopm – Se entendermos que Karl Marx se prestaria a isso, a obra por si só é um conceito de socialismo – enquanto modelo económico e não de comunismo – enquanto ideologia. Sendo a Igreja Cristã, segundo os seus argumentos, a efetiva criadora da obra O Capital, por que ela se rebela contra o Comunismo, a aplicação ideológica do socialismo que é a capacidade do homem adquirir riqueza a partir da sua força de trabalho?

CarlosBraga – A Igreja Cristã, bem como a Europa e os Estados Unidos, de uma forma geral, só vão perceber o dano causado pelo manifesto comunista quando a Primeira Guerra Mundial termina e se é implantado o comunismo na Rússia, pelas mãos dos homens que a própria Europa, os Estados Unidos e a Igreja Cristã financiaram para reverter a situação na Rússia. A Igreja Cristã vai perceber que algo similar ao que aconteceu por ocasião da Revolução Francesa, também aconteceu na Rússia, o Estado passa a subordinar a atividade e os bens próprios da Igreja ao seu crivo e tal qual o acontecimento em França, o poder vai se apropriar do povo enquanto mão-de-obra para o atingimento dos interesses de poucos. O argumento da Revolução do povo, pelo povo e para o povo, nada mais é do que a manipulação do povo para um projeto de poder. A Igreja Cristã, pela capacidade de articulação e produção de informação percebe o estrago causado e vale-se de uma passagem da fé, para restabelecer a sua capacidade crítica e mantendo elementos da crença, trabalhar arduamente para tentar reverter o impacto causado pelo manifesto comunista – a apropriação ideológica da obra O Capital. Os prejuízos da Igreja Cristã por ocasião da Revolução Francesa não são significativos, se comparados aos prejuízos decorrentes da Revolução Russa,em França o 18 de Brumário pôs fim à Revolução em poucos anos mais tarde, em 1799, já o fim do Muro de Berlim e os movimentos em direção ao norte, só ocorreram em 1989.

Pontopm – Qual é essa passagem da fé utilizada pela Igreja Cristã, que o Sr mesmo descreve “pela capacidade de articulação e produção de informação percebe o estrago causado e vale-se para restabelecer a sua capacidade crítica e manter elementos da crença”?

CarlosBraga – A Igreja Cristã é muito capaz quando se trata de Diplomacia, não apenas o conceito da palavra, mas como elementos de construção de cenários que permitam lograr o êxito, devemos ter em mente que as Ordens Templária – Séculos XI a XIV; e Cristo – Séculos XIV a XIX são ordens militares de exploração económica e navegações marítimas, proporcionaram inúmeros combates e definiram as rotas de navegações no mundo numa época desprovida de tecnologia, eram ordens militares que estavam vinculadas diretamente ao poder do Papa, não estavam subordinadas ao Bispo Secular e tão somente deviam obediência e subordinação ao Papa. A Igreja Cristã criou o primeiro Estado no Mundo, o Estado Português, fixou limites de pertencimento do mundo, intermediou conflitos e hospedou conhecimentos ainda não disponibilizados. Durante a I Grande Guerra Mundial, a aparição da Virgem de Fátima, em Portugal, com os seus segredos, conduz a um raciocínio de pura estratégia militar, lembremos que a Alemanha, após a unificação dos povos alemães por Otto Von Bismarck, segunda metade do Século XIX,  na sua parte norte era beligerante e Protestante e na sua parte sul Cristã pacifista e que a parte Cristã pacifista foi a que mais sofreu com a unificação da Alemanha. A Alemanha era o país que deu início à guerra e que era necessário agir não sobre os valores e as virtudes do povo alemão, mas sobre elementos da fé, pois de outra forma, nada resolveria. A Igreja Cristã difunde a aparição da Virgem de Fátima,manifesta os seus segredos – sobretudo o que vai proclamar o comunismo como uma ameaça à humanidade – e guarda o chamado Terceiro Segredo de Fátima como uma estratégia de Diplomacia. A grande parte da população do mundo ocidental àquela época era composta de católicos, os beligerantes, em sua maioria eram católicos, era necessário utilizar de elementos da fé para buscar a paz e manter a paz. Assim, se vale a Diplomacia da Igreja Cristã para buscar a paz e tentar frear a investida do comunismo no mundo contemporâneo.

Pontopm – Mas as guerras continuaram e o avanço do comunismo também, a Igreja Cristã errou na sua estratégia de reverter o estrago causado, ou seja, ela não foi inepta?

CarlosBraga – É preciso entender o que aconteceu, primeiramente, a 2ª Grande Guerra Mundial foi uma decorrência das Consequências Económicas da Paz, Keynes 1919, o mundo não leu adequadamente as transformações económicas na Alemanha no pós-guerra e nem tampouco a ascensão de Hitler ao poder, muito menos a Kristallnacht em 9 de novembro de 1938, assim voltamos ao armistício. Após a 2ª GGM, vamos ter o Plano Marshall de reconstrução da Europa e o muro de Berlim que é o marco do avanço do comunismo para o leste Europeu sob a tutela da ex-URSS. Já na década de 1980 a Igreja Cristã, claramente financia movimentos sociais nas ditaduras de esquerda do leste europeu e consegue significativos avanços. O financiamento se dá em países de ditaduras de esquerda e não de direita, ocorre também, a manifestação do Terceiro Segredo de Fátima, o fim do comunismo na ex-URSS, a queda do Muro de Berlim e a Consagração da Rússia à Nossa Senhora. Mas a Igreja Cristã errou também e onde ela errou? Ela errou ao não perceber que na  América Latina os seus Padres e Bispos estavam destoando do foco, estavam conduzindo seus rebanhos para as ideias do social-comunismo e não da social-democracia, estavam utilizando o argumento dos países nórdicos, a social-democracia – onde o Estado existe para atender ao interesse do cidadão – para replicar o social-comunismo– onde o cidadão existe para atender o interesse do Estado. E isso é altamente nocivo pois desconsidera o fiel e o submete a uma ideologia que comprovadamente causa grave prejuízo à Igreja Cristã – enquanto pessoa de direito internacional; aos fiéis – enquanto cidadão detentor de direitos e deveres; e à fé, pois a submete à vontade dos detentores do poder. Talvez pela incapacidade de interpretação do ambiente por parte dos padres e bispos ou mais grave, como alternativa à desconstrução de uma estrutura de valores e virtudes que busquem consolidar a anomia e tornar como normal práticas abomináveis dentro de seu próprio seio.

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