Efeitos de uma mensagem publicada pelo WhatsApp.
O desafio de governar ou conchavar surge de uma postagem do Estadão, assinada por Tânia Monteiro, nesta sexta-feira (17). Comunicou que o Presidente divulgara “em diversos grupos de WhatsApp um texto de ‘autor desconhecido’ que trata das dificuldades que ele estaria enfrentando para governar.” Das explicações da jornalista, verifica-se que:
O texto diz que o presidente está sofrendo pressões de todas as corporações, em todos os Poderes e afirma que o País “está disfuncional”, não por culpa de Bolsonaro, mas que “até agora (o presidente) não fez nada de fato, não aprovou nada, só tentou e fracassou”.
Naquela postagem, constou que o presidente explicou, “por meio do porta-voz”, quando “procurado pelo Estado [sic] para comentar sobre a mensagem”. Então, foi publicado o seguinte texto:
“Venho colocando todo meu esforço para governar o Brasil. Infelizmente os desafios são inúmeros e a mudança na forma de governar não agrada àqueles grupos que no passado se beneficiavam das relações pouco republicanas. Quero contar com a sociedade para juntos revertermos essa situação e colocarmos o País de volta ao trilho do futuro promissor. Que Deus nos ajude!”
Outras considerações daquela postagem, destacadas entre aspas nesta postagem: governar ou conchavar, teriam sido buscadas com interlocutores e outras fontes, são evidenciadas a seguir:
(…)
Ao compartilhar o texto, o presidente escreveu: “Um texto no mínimo interessante. Para quem se preocupa em se antecipar aos fatos sua leitura é obrigatória. Em Juiz de Fora (06/set/2018), tive um sentimento e avisei meus seguranças: Essa é a última vez que me exporei junto ao povo. O Sistema vai me matar. Com o texto abaixo cada um de vocês pode tirar suas próprias conclusões.”
(…) consideram o desabado reproduzido como “muito grave” e “preocupante”.
(…) o presidente está se deixando tomar pelas “teorias de conspiração”
(…)
No final da postagem, o convite à leitura do seguinte “da forma como o presidente compartilhou em grupos de WhatsApp:
TEXTO APAVORANTE – LEITURA OBRIGATÓRIA
Alexandre Szn
Temos muito para agradecer a Bolsonaro.
Bastaram 5 meses de um governo atípico, “sem jeito” com o congresso e de comunicação amadora para nos mostrar que o Brasil nunca foi, e talvez nunca será, governado de acordo com o interesse dos eleitores. Sejam eles de esquerda ou de direita.
Desde a tal compra de votos para a reeleição, os conchavos para a privatização, o mensalão, o petrolão e o tal “presidencialismo de coalizão”, o Brasil é governado exclusivamente para atender aos interesses de corporações com acesso privilegiado ao orçamento público.
Não só políticos, mas servidores-sindicalistas, sindicalistas de toga e grupos empresariais bem posicionados nas teias de poder. Os verdadeiros donos do orçamento. As lagostas do STF e os espumantes com quatro prêmios internacionais são só a face gourmet do nosso absolutismo orçamentário.
Todos nós sabíamos disso, mas queríamos acreditar que era só um efeito de determinado governo corrupto ou cooptado. Na próxima eleição, tudo poderia mudar. Infelizmente não era isso, não era pontual. Bolsonaro provou que o Brasil, fora desses conchavos, é ingovernável.
Descobrimos que não existe nenhum compromisso de campanha que pode ser cumprido sem que as corporações deem suas bênçãos. Sempre a contragosto.
Nem uma simples redução do número de ministérios pode ser feita. Corremos o risco de uma MP caducar e o Brasil ser OBRIGADO a ter 29 ministérios e voltar para a estrutura do Temer.
Isso é do interesse de quem? Qual é o propósito de o congresso ter que aprovar a estrutura do executivo, que é exclusivamente do interesse operacional deste último, além de ser promessa de campanha?
Querem, na verdade, é manter nichos de controle sobre o orçamento para indicar os ministros que vão permitir sangrar estes recursos para objetivos não republicanos. Historinha com mais de 500 anos por aqui.
Que poder, de fato, tem o presidente do Brasil? Até o momento, como todas as suas ações foram ou serão questionadas no congresso e na justiça, apostaria que o presidente não serve para NADA, exceto para organizar o governo no interesse das corporações. Fora isso, não governa.
Se não negocia com o congresso, é amador e não sabe fazer política. Se negocia, sucumbiu à velha política. O que resta, se 100% dos caminhos estão errados na visão dos “ana(lfabe)listas políticos”?
A continuar tudo como está, as corporações vão comandar o governo Bolsonaro na marra e aprovar o mínimo para que o Brasil não quebre, apenas para continuarem mantendo seus privilégios.
O moribundo-Brasil será mantido vivo por aparelhos para que os privilegiados continuem mamando. É fato inegável. Está assim há 519 anos, morto, mas procriando. Foi assim, provavelmente continuará assim.
Antes de Bolsonaro vivíamos em um cativeiro, sequestrados pelas corporações, mas tínhamos a falsa impressão de que nossos representantes eleitos tinham efetivo poder de apresentar suas agendas.
Era falso, FHC foi reeleito prometendo segurar o dólar e soltou-o 2 meses depois, Lula foi eleito criticando a política de FHC e nomeou um presidente do Bank Boston, fez reforma da previdência e aumentou os juros, Dilma foi eleita criticando o neoliberalismo e indicou Joaquim Levy. Tudo para manter o cadáver procriando por múltiplos de 4 anos.
Agora, como a agenda de Bolsonaro não é do interesse de praticamente NENHUMA corporação (pelo jeito nem dos militares), o sequestro fica mais evidente e o cárcere começa a se mostrar sufocante.
Na hipótese mais provável, o governo será desidratado até morrer de inanição, com vitória para as corporações. Que sempre venceram. Daremos adeus Moro, Mansueto e Guedes. Estão atrapalhando as corporações, não terão lugar por muito tempo.
Na pior hipótese ficamos ingovernáveis e os agentes econômicos, internos e externos, desistem do Brasil. Teremos um orçamento destruído, aumentando o desemprego, a inflação e com calotes generalizados. Perfeitamente plausível. Claramente possível.
A hipótese nuclear é uma ruptura institucional irreversível, com desfecho imprevisível. É o Brasil sendo zerado, sem direito para ninguém e sem dinheiro para nada. Não se sabe como será reconstruído. Não é impossível, basta olhar para a Argentina e para a Venezuela. A economia destes países não é funcional. Podemos chegar lá, está longe de ser impossível.
Agradeçamos a Bolsonaro, pois em menos de 5 meses provou de forma inequívoca que o Brasil só é governável se atender o interesse das corporações. Nunca será governável para atender ao interesse dos eleitores. Quaisquer eleitores. Tenho certeza que esquerdistas não votaram em Dilma para Joaquim Levy ser indicado ministro. Foi o que aconteceu, pois precisavam manter o cadáver Brasil procriando. Sem controle do orçamento, as corporações morrem.
O Brasil está disfuncional. Como nunca antes. Bolsonaro não é culpado pela disfuncionalidade, pois não destruiu nada, aliás, até agora não fez nada de fato, não aprovou nada, só tentou e fracassou. Ele é só um óculos com grau certo, para vermos que o rei sempre esteve nu, e é horroroso.
Infelizmente o diagnóstico racional é claro: “Sell”.
Autor desconhecido “
Com as informações do Estadão.
Respostas de 4
E é assim que tem sido, o brasileiro pensa que é povo, o presidente pensa que manda e os corruptos nadam de braçada graças a uma direita asquerosa que não se entende e não quer nem saber. Como diz o velho ditado, se você fez uma grande merda e não está nem aí, é porque já sabe em quem colocar a culpa. Se Bolsonaro tivesse juízo, já teria desembarcado dessa canoa furada chamada Brasil, e sem nenhuma marca, mancha ou pecha, além das muitas que já exibia. O brasileiro só acordará do seu exílio nemédio, quando estiver, assim como os venezuelanos, sacrificando seus amados cãezinhos, hoje mais amados que muitos seres humanos, para saciar a fome, que deveria ser de conhecimento, de razoabilidade e de inconformismo com este gigantesco estado corrupto. Que as próximas gerações sangrem, pois o legado que deixaremos para elas é o mais nefasto possível e prá lá de indigesto, todo o resto é falácia.
Verdade, caro Reginaldo Barros — companheiro de muitas jornadas. O Brasileiro, conforme evidenciado anteriormente, precisa reagir. Por exemplo, o chefe do Executivo de New York, em sua pífia decisão de não homenagear o Presidente da República Federativa do Brasil, zombou de todos nós brasileiros. Nesse episódio, apenas o governador de São Paulo, João Dória, veio a público, mostrar sua indignação com a indelicadeza daquela autoridade política de uma das cidades mais importantes do mundo.
Ótima e oportuna abordagem.
Havia lido o artigo do tal autor desconhecido, que retrata muito bem a triste realidade brasileira. As chamadas corporações infernizam o governo e o congresso é a pior delas porque ele foi acostumado com o funcionamento na base da chantagem, a famosa articulação tão defendida pelo presidente da Câmara dos deputados.
Rodrigo Maia quer por que quer agir como um primeiro ministro e jogar o presidente para escanteio, ou seja, deixá-lo num segundo plano e, para isso, ele conta com a esquerda barulhenta que nunca pensa no Brasil e, sim, “no quanto pior melhor”, e com a grande maioria dos demais deputados, incluindo, os do chamado “centrão” os quais são dotados de pouco espírito público ou nem sabem o que é isso. Estão lá p se arrumar e as necessárias reformas de que o País tanto precisa que se danem.
Esse é o Brasil, triste Brasil.
A sociedade precisa reagir para evitar o abismo em que caíram alguns países vizinhos.
Obrigado pela sua participação, caro coronel Ari de Abreu. Sua opinião de comandante — firmada na expertise de educador notável e policiólogo honrado e exemplar — é muito preciosa para o Pontopm.