O texto “Dor na coluna em idosos” do Doutor Marcos Antônio Ferreira (*) foi publicado, nesse domingo (28), no Caderno Opinião do Jornal Estado de Minas.
Não é para ser lido apenas por pessoas idosas, pois, da forma como é explicada pelo citado especialista “todas as faixas etárias têm problemas de coluna” e devem conhecer como evitá-los e minimizá-los, com o passar do tempo.
As dicas evidenciadas, se observadas da forma recomendada, ajudarão você, caro leitor(a), a prevenir consequências desagradáveis e a prepará-lo(a) para alcançar a terceira idade sem ter que padecer com problemas de coluna.
Leia, em seguida, o texto transcrito abaixo:
Todos nós conhecemos pessoas idosas que reclamam de dor na coluna. Vemos muitas mulheres e homens dessa faixa etária nas clínicas ortopédicas. Para que se tenha uma ideia da gravidade da situação, dados da Pesquisa Nacional de Saúde, publicada no final de 2014, concluiu que 18,5% da população adulta do Brasil é acometida por doenças crônicas da coluna, totalizando cerca de 27 milhões de pessoas. Todas as faixas etárias têm problemas de coluna, mas o maior número é em pessoas da chamada terceira idade.
Os idosos apresentam alterações fisiológicas como a diminuição da massa óssea, que pode levar a uma osteoporose, mais comum em mulheres, bem como também à degeneração óssea e fraqueza muscular. As queixas mais comuns de dores na coluna são dos indivíduos com osteoartrite, que apresentam importante rigidez nas articulações pela manhã e dificuldade de movimentação ao longo do dia, e a lombociatalgia, caracterizada por uma dor na região lombar irradiada para as nádegas e face posterior da coxa, podendo alcançar até o pé.
Destacamos que na fase da maturidade os idosos podem desenvolver diabetes e, com esta, algumas dores relacionadas, como a neuropatia diabética. Esta, porém, é mais comum nos membros periféricos (mãos e pés).
É importante lembrar que aqueles indivíduos que sofreram alguma lesão na vida adulta, ou já apresentavam determinada patologia, podem aumentar as queixas de dor devido aos problemas degenerativos comuns na fase idosa, devendo, portanto, buscar tratamento o quanto antes.
Com relação aos avanços na área, salientamos que o tratamento basicamente ainda é conservador, ou seja, com medidas não cirúrgicas, sendo esta uma exceção. As boas práticas de postura, exercícios físicos regulares e controle dietético mostram-se bastante eficazes na prevenção das dores. Algumas dicas de prevenção podem ser observadas por todas as faixas etárias: redução de peso, atividade física regular – com atenção à postura e aos excessos; manter postura ao dormir, ao levantar, ao elevar peso e nas atividades da vida diária.
Como orientação, é importante manter uma posição que não agrida as costas quando for se deitar. Da mesma forma, deve-se manter o corpo reto e barriga para cima. Um travesseiro embaixo dos joelhos pode ajudar na postura e dar conforto à posição. Se preferir dormir de lado, vire-se totalmente e acrescente um travesseiro entre as pernas, com os joelhos dobrados, e um travesseiro mantendo a altura dos ombros. Essa atitude aperfeiçoará a posição.
Ao levantar-se, caminhe pelo menos 30 minutos para impedir a volta de enrijecimento da lombar. Faça um alongamento das costas antes e levante-se sempre virando para um dos lados da cama. Evite também elevar peso de maneira inadequada. O correto é sempre flexionar o quadril e os joelhos, permanecendo com a coluna ereta.
Outra boa dica é sempre deixar os objetos que utiliza com mais frequência em locais mais altos, de forma a evitar flexões repetidas da coluna. A tela de computador deve estar no nível do campo de visão, assim como livros, evitando flexão contínua do pescoço. Deve-se também evitar más posições em sofás, na cama para ler livros ou ver TV. Na hora de calçar um sapato, faça isso sentado para evitar sobrecarga da coluna. Evite fumar, pois o cigarro atinge a musculatura e a própria coluna lombar.
(*) Ortopedista, especialista em coluna do Hospital Ortopédico, em Belo Horizonte, Diretor científico da Sociedade Brasileira de Coluna – Regional Minas Gerais
Fonte: Estado de Minas.