Inicialmente descrita a potencialidade Conhecimento, podemos adentrar aos mecanismos de mais-valia que a humanidade se apropriou para construir novos conhecimentos voltados à sua premente necessidade de justificar a sua existência, sua sobrevivência, sua evolução e sua luta para viver mais a cada geração. A humanidade no processo de transformar o Conhecimento em qualidade de vida – longevidade, saúde, paz, espiritualidade e tolerância – mesmo que de forma não contemplativa, se vale de elementos quaternários. A verdade quaternária está presente em qualquer ser vivo. É possível a medição de um ser vivo em altura, largura, comprimento e conteúdo. Conteúdo? Sim, conteúdo. É ele quem define a vida, é o conteúdo que valida a existência do ser e esse conteúdo é fruto do Conhecimento. O conteúdo é a essência do ser, a sua funcionalidade, a sua origem, a sua destinação, a sua composição e sobretudo a sua inserção nas múltiplas hipóteses que contemplam o arranjo do universo. O conteúdo é Conhecimento acumulado.
Para descrever a verdade quaternária na vida do homem, tomemos por base os quatro elementos essenciais – precisamente é uma interpelação à crítica, do ponto de vista químico, sabemos que os elementos descritos numa tabela periódica são muitos e com hipóteses de novas descobertas na medida que se aperfeiçoam os instrumentos de medição, que são frutos de Conhecimentos pretéritos. Numa demonstração simples, voltada à essencialidade do experimento, tomemos os quatro elementos essenciais à vida no Planeta Terra: terra – aqui compreendido o solo e suas composições; água; vento – gases essenciais à vida; e fogo – luz.
Para que esses elementos existam foi preciso um acúmulo de informações passadas que ao longo de eras, tornassem possíveis à geração da vida. As teorias evolucionistas de Charles Darwin, claramente validam essa informação e a transformam num Conhecimento. Não existe, no Planeta Terra, um único ser vivo que não esteja diretamente ligado a ele e não existem hipóteses de um ser vivo, viver sem que o Planeta Terra esteja vivo.
Apenas como uma evidência, cita-se o vegetal, quando se corta a sua ligação ao solo, transforma-se em matéria em deterioração, pode vir a ser um alimento, um combustível, um móvel, deixará de ser um ser vivo e passa a ser apenas transformação de matéria, aquilo que descreveu Antoine Laurent de Lavoisier. Um vegetal precisa do solo – para se fixar e dele extrair a essência da sua alimentação e crescimento; da água para, no processo de osmose, se alimentar e se alimentando transforma em alimento; precisa do vento para polinizar e desse mesmo vento retendo o gás carbônico, o transforma em oxigênio, gerando vida; e da luz, que gera calor e possibilita o processo da fotossíntese, essencial à sua própria existência e à existência do Planeta Terra.
O objetivo não é descrever a vida, mas a mais-valia, parte do processo do Conhecimento. A mais-valia é a capacidade do ser humano de criar, a partir de informações pretéritas, instrumentos que possam proporcionar à humanidade, qualidade de vida. A informação na construção de novas tecnologias, são na verdade a correta aplicação de conjugação de tecnologias passadas, ou seja, do ponto de vista econômico, seriam trabalhos pretéritos associados a trabalhos atuais, um novo Conhecimento produzido e que de forma equivocada é tratado como um novo invento – frise-se não existiu e nem existirá invento, tudo já existe, desde a criaçãodo Planeta Terra – o que se tem é uma nova tecnologia, uma nova transformação do trabalho pretérito em trabalho atual, um Conhecimento que sofre o acúmulo de novas informações e no cruzamento das hipóteses criadas, testadas, descartadas e assimiladas, chega-se ao novo Conhecimento e não uma invenção, pode ser sim,uma descoberta, uma criação, uma nova funcionalidade da matéria já conhecida.
Para provar a funcionalidade da matéria já conhecida, tomemos como exemplo uma paixão do ser humano: o automóvel. O coração, a pujança, a vida de um automóvel é o seu motor. A criação do motor é uma nova funcionalidade da matéria já conhecida. Como? Explico: para construir o motor, citemos o trabalho de Rudolf Diesel, o criador do motor a diesel. Para chegar a esse motor, que funciona com o produto derivado da quebra do petróleo, foi preciso que inicialmente o homem dominasse a tecnologia de quebra do petróleo, ou seja, refinar o petróleo a fim de extrair dele, os seus subprodutos necessários ao funcionamento da criação de Rudolf Diesel. Para se chegar ao subproduto óleo diesel, foi necessário, compreender que o petróleo era um combustível; foi necessário criar mecanismos de extração do petróleo; foi necessário criar mecanismo para refinar o petróleo; foi necessário que num processo de várias eras geológicas, o Planeta Terra, num processo mais dinâmico procedesse à decomposição da matéria prima, que o homem dará o nome de petróleo. Ou seja, muito antes de Rudolf Diesel criar o seu motor, tudo já existia.
Tudo já existia, para Rudolf Diesel, o combustível só se transforma em rotação do motor porque outras criações, outros produtos, outros Conhecimentos Pretéritos, criaram partes mecânicas, que uma vez testadas, assimiladas, aperfeiçoadas e/ou descartadas, propiciaram um arranjo, que associado ao Conhecimento em transformação, produzido por Rudolf Diesel, foi possível criar uma parte mecânica que transformada em força de atrito com o Planeta Terra, fosse possível fazer com que os rolamentos impingissem um atrito que empurrasse o Planeta Terra para trás e numa força contrária e de sentido oposto o Planeta Terra empurrasse a criação mecânica para a frente – Leonardo Da Vinci e Isaac Newton – e somente assim: Conhecimentopretérito, mais valia, Conhecimento atual, vontade de transformar, cruzar informações, gerar novas possibilidades, que naquele momento a capacidade criativa se concretizou.
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