Joaquim José da Silva Xavier — O Alferes Tiradentes – foi lembrado neste Pontopm, em diversas postagens. Todas ressaltando seus feitos e as homenagens recebidas Brasil afora. Neste ano, o Dia 21 de Abril, dia em que se comemora a morte do Alferes da Polícia Militar de Minas Gerais, coincide com o dia que a cristandade celebra o Domingo de Páscoa. Por este motivo, a Tradicional cerimônia do 21 de abril terá mudanças importantes em 2019. Realizada anualmente, na Praça Tiradentes, em Ouro Preto, um dos destaques cerimonioso é a entrega da Medalha da Inconfidência. Entre os agraciados, o Presidente Jair Messias Bolsonaro foi distinguido com o Grande Colar. Não veio a Minas Gerais. Agradeceu a distinção e justificou sua ausência, com a seguinte mensagem.
O início das homenagens ao Alferes Tiradentes
No Brasil, as homenagens ao Alferes Tiradentes começaram após a instituição da República. Oficialmente, com a edição do Decreto-Lei 9.208 de 29 de abril de 1946, com os seguintes dizeres:
Considerando que entre os grandes da história pátria que se empenharam pela manutenção da ordem interna, a vulta a figura heróica de Alferes Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes) o qual, anteriormente aos acontecimentos que foram base de nossa Independência, prestara à segurança pública, quer na esfera militar quer na vida civil, patrióticos serviços assinalados em documentos do tempo e de indubitável autenticidade;
Considerando que a ação do indômito protomártir da Independência, como o soldado da Lei e da Ordem, deve constituir um paradigma para os que hoje exercem funções de defesa da segurança pública, como sejam as polícias civis e militares, às quais incumbe a manutenção da ordem e resguardo das instituições:
Usando da atribuição que lhe confere o art. 180 da Constituição,
DECRETA:
Artigo único. Fica instituído o Dia das Polícias Civis e Militares que será, comemorado todos os anos a 21 de Abril, data em que as referidas corporações em todo o país realizarão comemorações cívicas que terão como patrono o grande vulto da Inconfidência Mineira.
Rio de Janeiro, 29 de Abril de 1946, 125º da Independência e 58º da República.
EURICO G. DUTRA
Carlos Coimbra da Luz.
A coincidência das datas e o “feriado de páscoa” mobilizaram, certamente, considerável efetivo das polícias militares brasileiras, responsáveis pela polícia ostensiva e a preservação da ordem pública, nos 5.570 municípios brasileiros. Essa situação prejudicou a comemoração do Dia da Morte do Alferes Tiradentes, patrono daquelas instituições militares estaduais (IME). A despeito disso, algumas IME reverenciaram-no, a exemplo do que aconteceu com as polícias militares dos estados de Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina.
Algumas controvérsias sobre o Alferes Tiradentes
O Herói mineiro tornou-se conhecido em todo o Brasil. Seu nome é utilizado em várias unidades das IME, notadamente nas escolas dos ensinos, fundamental e médio, que administram. Mas, a imagem o Alferes Tiradentes é motivo de controvérsias. Registros históricos, subliminares à mensagem
oficial, vigente à época da prisão e após a morte sentenciada, idealizaram uma imagem degradante, com a finalidade de marginalizá-lo.
A resposta à pergunta colocada na legenda da imagem é direta e simples. O Alferes Tiradentes não tinha bigode, barba ou pelos na cabeça, asseguram-nos dois ilustres historiadores. O primeiro, é o saudoso coronel Leozítor Floro, da Polícia Militar de Minas Gerais, com os textos extraídos de sua magnífica obra A POLÍCIA MILITAR ATRAVÉS DOS TEMPOS — DOS PRIMÓRDIOS AO REGIMENTO REGULAR DE CAVALARIA (volume I), de 2013. As “controvérsias sobre o Alferes”, desse autor, estão publicadas neste Pontopm.
O outro, é Mário Caldonazo, autor de “A Defesa dos Inconfidentes: Justiça ainda que tardia a um digno advogado” , conforme noticiou o G1, em 2014. Naquela reportagem, encontramos:
Caldonazo ficou surpreso ao descobrir que a versão contada nas escolas e as imagens impressas em livros didáticos são diferentes. “Nada mais é do que um marketing feito pela Corte Portuguesa na tentativa de eleger um herói nacional. Não existe nenhuma imagem de como ele era. Não havia fotografia naquela época e nenhum historiador confirma as reproduções. Eu questiono a aparência porque era proibido usar barba e cabelo comprido no período em que a história aconteceu. Por isso, acredito que ele, como os outros, tenha sido enforcado com a cabeça e a barba raspadas”, contou.
(…)
O apelido de “Tiradentes” veio da profissão de dentista que ele exercera. No entanto, o ofício que mais o promoveu foi o de soldado, que o levou ao movimento da Inconfidência Mineira, que buscava a libertação do Brasil diante da monarquia portuguesa no final do século XVIII.
Há suficiente plausibilidade, aos argumentos ora expostos. Ambos conviventes e registrados historicamente.