A Força Pública no Nordeste Mineiro – 3ª Parte
3.2.5 Gestão Estratégica para Resultados da Paz Social: a partir de 2011… Do Controle Científico da Polícia Militar nasce a Gestão Estratégica para Resultados da Paz Social, ao longo de Minas Gerais, com assento no profissionalismo policial-militar resultante do esmero, autenticidade, legitimidade e espírito público, e pronto para a produção de serviços públicos de proteção e socorro sociais à Comunidade e ao Cidadão. Somente se obteve esse grau de desempenho policial-militar confiável e eficaz, mercê da Educação de Polícia Militar, em todos os níveis da Qualificação Tecnoprofissional de habilitação coerente com capacitação profícua e objetivamente mensurável, de acordo com os parâmetros garantidos pela pujança humanística, metodológica e estratégico-pedagógica do Ensino, Pesquisa, Extensão e Treinamento, sob a certeira batuta da Academia de Polícia Militar do Prado Mineiro. Nessa fase da Gestão Estratégica para Resultados da Paz Social, o Nordeste Mineiro, gerido pela 15ª Região de Polícia Militar, ganhou a 14ª Companhia de Polícia Militar Independente, sediada em Araçuaí. Além de todas essas conquistas de polícia ostensiva e preservação da ordem pública, a Força Pública Mineira — Polícia Militar de Minas Gerais — representa outras vantagens socioculturais ao Nordeste Mineiro. 3.2.6 Vantagens Socioculturais da Polícia Militar ao Nordeste Mineiro. 3.2.6.1 Banda de Música. Em dezembro de 1987, o então Tenente-Coronel Jaime Gotelipe Júnior (oriundo do Sétimo Batalhão de Polícia Militar/Bom Despacho), Comandante do Décimo Nono Batalhão de Polícia Militar, recebeu na Sede de sua Unidade, em Teófilo Otoni, para ministrar aulas de música aos Militares interessados em compor a Banda de Música do ainda jovem “Sentinela do Nordeste Mineiro”, dois Sargentos-Músicos: João Jorge dos Santos, do 10º BPM/Montes Claros, e Guilherme Figueiredo, do 2º BPM/Juiz de Fora. A partir de 5 de junho de 1988, quando recebeu instrumentos musicais Weril, doados pela Prefeitura Municipal de Teófilo Otoni, os dois mencionados Militares-Regentes começaram, em regime de tempo integral, a ministrar aulas de prática instrumental a vinte outros Militares da Unidade matriculados na promissora Banda Musical. Em 7 de setembro de 1988, para as Festividades do Dia da Pátria, a pequena mas garbosa Banda de Música do 19º BPM saiu, pela primeira vez, às ruas, para execução do Hino Nacional Brasileiro, Canções Heroicas, Dobrados Militares e outras peças do Patrimônio Musical do Brasil. À tarde do mesmo dia cívico, a valorosa Banda abrilhantou as Cerimônias de Abertura da Exposição Agropecuária de Teófilo Otoni. Em 2005, inaugurou-se a Sala dessa relevante Banda abençoada por Santa Cecília, em favor da Arte de Enterpe, sob o zelo militar, em Teófilo Otoni e Vales do Mucuri, São Mateus e Baixo-Jequitinhonha. Em 2007, a Banda de Música do 19º BPM passa a integrar a Estrutura da Assessoria de Comunicação Organizacional da Décima Quinta Região de Polícia Militar. Assim, os benefícios socioculturais e estéticos oferecidos por essa já experiente e cativante Banda de Música podem chegar, mais facilmente, às diversas Unidades Policial-Militares, Cidades e Distritos dos Vales constitutivos do histórico e folclórico Nordeste Mineiro. 3.2.6.2 Colégio Tiradentes da Polícia Militar de Teófilo Otoni. A Unidade Escolar do Colégio Tiradentes da Polícia Militar de Teófilo Otoni representa valioso apoio educacional de até Ensino Médio a Militares e respectivos Dependentes dos Quadros de Pessoal da 15ª Região de Polícia e suas Unidades, com malha curricular eficaz e arejada pelos fluidos melhores do respeito, disciplina, dedicação aos estudos, postura cívica, etiqueta e compromisso com a decência, humanização, dignidade, honestidade, compostura, liberdade sem libertinagem e vontade de automelhoramento integral do Indivíduo e Agregados Sociais. Vagas disponíveis, se as houver, serão cedidas a Pessoas da Comunidade Civil. 3.2.6.3 Orientação de Crianças e Adolescentes Contra o Uso de Drogas Ilícitas. Dádiva grandiosa é o PROERD ̶ Programa de Prevenção e Erradicação do Uso de Drogas desenvolvido por Militares Especialistas nessa Campanha Educativa na 15ª Região de Polícia Militar e respectivas Unidades, em favor da Tranquilidade Pública, no seio das Famílias, Escolas, Entidades Socioeducativas e, prioritariamente, entre Crianças e Adolescentes. O PROERD desenvolvido pela Polícia Militar de Minas Gerais é considerado um dos melhores e mais efetivos do Mundo. 3.2.6.4 Ações Sociais em prol da População Civil e Militar do Nordeste Mineiro. Campanhas de vulto social são desencadeadas por Policiais Militares no Nordeste Mineiro, como distribuição de alimentos e medicamentos a Civis e Militares. O ponto alto dessas Campanhas, em Teófilo Otoni e Nordeste Mineiro, pela 15ª Região de Polícia Militar e respectivas Unidades, é o desempenho qualificado, proativo e confiável de Oficiais e Praças do Quadro de Saúde da Polícia Militar integrantes dos Núcleos de Assistência Integral à Saúde, em favor da Família Militar. Extensivamente a Civis, os mesmos Profissionais Militares de Saúde proferem palestras e ministram ensinamentos sobre hábitos saudáveis e atitudes indispensáveis à melhor qualidade de vida e à preservação da saúde. Dessas ações importantes de cunho social, fora de aquartelamento, a Banda de Música Militar participa e ilumina a imagem institucional da Polícia Militar, nos seguintes projetos: a) Musicoterapia: tocata em hospitais e casas-lares; b) Em Favor do Ser: tocata em presídios e casas de recuperação; c) Sonata Familiar: homenagem externa a Militares recém-transferidos para a inatividade; d) Banda nas Escolas: estímulo aos Alunos para compostura cívica e apreciação de hinos e canções patrióticos; e) Sons do Mucuri: formação musical de Crianças e Adolescentes de bairros periféricos, pela positiva exploração do Folclore e Cancioneiro do Nordeste Mineiro; f) Celebra 100: homenagem a aniversariantes centenários; g) Praça Feliz: tocata em Praças Públicas de Teófilo Otoni e Região. 4 CONCLUSÃO A Polícia Militar — Força Pública Estadual — de Minas Gerais sempre cuidou da Felicidade Pública do Norte Mineiro, com a missão de garantir, como Força do Povo, com abnegação, disciplina, hierarquia, respeitabilidade, coragem, sacrifício, espírito de corpo, devoção ao bem contra o mal e preparo profissional e tecnocientífico elevado e compatível com os recursos tecnológicos, técnicos e educacionais de cada época histórica de sua existência, a Paz Social, pela efetiva Polícia Ostensiva e zelosa Preservação da Ordem Pública, em todo e qualquer Município ou Distrito da Região, ao Cidadão e sua Família, em favor da liberdade, propriedade, segurança e resistência contra a opressão,
A Força Pública no Nordeste Mineiro – 2ª Parte
3 A PROTEÇÃO PÚBLICA EM TEÓFILO OTONI, NO VALE DO MUCURI E ADJACÊNCIAS. 3.1 Antes do 19º BPM e 15ª RPM Dos primórdios do século XVIII, permeados pelo Período Imperial, ao fim da República Velha, no Brasil, quando ainda se impunha o Código do Sertão, raros Destacamentos de Polícia cuidavam da segurança de Minas Gerais. O Serviço Público de Policiamento Fardado nos Vales do Rio Doce, Mucuri, São Mateus e Baixo-Jequitinhonha, a partir da Nova República e Estado Novo, sob as luzes da Revolução Liberal de 1930 e da Revolução Constitucionalista de 1932, até meados de 1982, era realizado, empiricamente, pela Força Pública de Minas Gerais, por meio dos Destacamentos e Contingentes Policiais integrantes dos 3º, 6º e 10º Batalhões sediados, respectivamente, em Diamantina, Governador Valadares e Montes Claros, e Delegacias Especiais de Captura confiadas a Oficiais da mencionada Força (principalmente contra matadores profissionais pagos os tenebrosos pistoleiros, ladrões de gado, salteadores de fazenda e malfeitores de garimpo e garimpagem). Dentre esses Delegados Especiais de Captura às vezes, concomitantemente, nomeados para o cargo de Delegado Especial de Polícia, sobressaem dois dignos Oficiais: Coronel José Geraldo Leite Barbosa (autor de duas preciosidades: POLÍCIA EDUCATIVA e ASPECTO POLICIAL DE MANTENA), em Ataleia e cercanias, e Coronel Pedro Ferreira dos Santos, o Desbravador do Vale do Rio Doce, com épicas incursões no Nordeste Mineiro (Vales dos Rios Mucuri, São Mateus e Jequitinhonha), ambos formados nas primeiras Turmas do Curso de Formação de Oficiais do Departamento de Instrução do Prado Mineiro (fruto do Curso da Escola de Sargentos do Tenente José Carlos de Campos Cristo, de 1927, do Curso Militar e Propedêutico do Professor-Complementar-Capitão João Batista Mariano, de 1929-1932). Em 3 de março de 1934, inaugurava-se o Departamento de Instrução. Em minhas eras de pré-adolescente, na Vila Militar do Machado de Prata (o Sétimo Batalhão, ainda de Infantaria), em Bom Despacho-MG,ouvi, exatamente em 1961, da sábia e empolgada boca do então Capitão Fleuri da Silva Ribeiro homéricas narrativas sobre as diligências do valente e impetuoso Capitão Pedro Ferreira dos Santos, desassombrado e assombroso Delegado Especial de Polícia e imbatível Delegado Especial de Capturas, ao longo de Figueira do Rio Doce hoje, Governador Valadares e Nordeste de Minas Gerais, de Ataleia por Itambacuri e Teófilo Otoni, aos escabrosos rincões fronteiriços de Minas Gerais com Espírito Santo e Bahia. Fleuri contava-me passagens várias do Capitão Pedro Ferreira dos Santos o futuro Coronel Pedro, ora jocosas, ora tétricas, ora heroicas. Em sua fala cativante e verossímil, o narrador cuidou de uma quadra heptassilábica acerca dos feitos do bravo civilizador e famoso Policial Mineiro Capitão Pedro, lá pelas bandas de São Domingos do Araçuaí. Eu já lera, àquela época, no Cancioneiro Nordestino, a mesma quadra sobre as proezas do Capitão Virgulino Ferreira da Silva na épica vastidão das Caatingas: “Lampião vêiu? Num vêi não! Pruquê num vêiu? Num sei não!” Segundo o Capitão Fleuri, naqueles tempos saudosos do laço-húngaro nos galões, na calçada do Bangalô 13 da dita Vila Militar de Bom Despacho, onde morávamos (Ele morava com sua esposa Dona Eva no Bangalô 15), a quadra famosa não se referia a Lampião, o Comandante-Supremo do Cangaço Nordestino, mas ao insuperável Capitão Pedro, o Delegado de Capturas de todos os Vales do Nordeste Mineiro, incluídas as Plagas de São Domingos do Rio dos Chapéus: “Capitão Pedro vêiu? Num vêi não! Pruquê num vêiu? Num sei não!” Muitos anos após isso, li, já em 1990, em Antônio Dó, tratado de Etnopoliciologia do Antropólogo-Coronel Saul Alves Martins (2ª ed. — Belo Horizonte: Interlivros, 1979, página 61), decorrente de sua Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais na Universidade Federal de Minas Gerais, os mesmos quatro versos, acrescidos de outros dois, mais longos, sobre as trapalhadas urdidas pelo Alferes Félix Rodrigues da Silva, o terrível e impiedoso Alferes Felão. Sobre as diligências desse Oficial dos 1º e 3º Batalhões de nossa Força Mineira, especialmente aquelas desencadeadas nas Veredas do Urucuia, Médio-São Francisco, Carinhanha e Alto-Jequitinhonha, eis trecho da dita página 61 de Antônio Dó, de Saul Alves Martins: “Sim, era verdade. Com a fama [do Alferes Felão], que já corria há tempos nas veredas do sertão, apareceu a cantiga em torno de seu nome e de seus atos. O vulgo sabe castigar os opressores e premiar os generosos. Em todos os lugares e culturas há registros de bons exemplos da força da sabedoria popular. (…) Assim dispostos e estimulados por uma taca de couro cru, a roda girava [de Urucuia a São Felipe…], lenta e cadenciada, ao ritmo de pancadas no assento de uma cadeira de tampo de sola, à guisa de tambor, batidas por um dos soldados que se colocara ao centro, enquanto a assistência, em coro, ia cantando: Felão vêiu? Num vêi não! Pruquê num vêiu? Num sei não! Felão, Felão, Felão, O Alfere da Maldição!” Na página 352 de Serrano de Pilão Arcado: a saga de Antônio Dó (de Petrônio Braz: romance histórico, Editora Saramandaia, 2ª ed., 2011), lê-se: Todos de mãos dadas — ordenou o Alferes [Félix Rodrigues da Silva, o Felão]. Comecem a cantar. Houve um silêncio. Até os soldados pararam de rir. — O que é que tão esperando? Sacou o revólver e atirou no meio do grupo. (…) — Andar em roda, um atrás do outro, cantando. Um tiro fez todos obedecerem. Cantaram: Felão veio? Não veio, não. Por que é que não veio? Não sei, não. Espora no pé tá tinindo. Foguete no ar tá zunindo. Felão, Felão, Felão, O Alferes da maldição. (…) Felão sentia um prazer mórbido. Sua exaltação aumentava cada vez mais. (…)”. Com tanta repetição dessa cantiga sobre valentões, sinto mais bafejos de verdade nos textos de Saul Alves Martins e Petrônio Braz. Não sei se o bravo labutador e estrategista Caçador de Pistoleiros, o Capitão Pedro Ferreira dos Santos, da Força Pública Mineira, em São Domingos do Araçuaí ou em qualquer outro recanto de suas peregrinas diligências de Delegado Especial de Polícia e Delegado Especial de Capturas, tenha motivado tais versos ou deles tenha merecido alguma paródia. Delegado
A Força Pública no Nordeste Mineiro – 1ª Parte
1 INTRODUÇÃO. Sob os parâmetros da Metodologia Historiográfica, pouco se pesquisou e escreveu sobre a História da Polícia Militar no Nordeste Mineiro. Convidado pelo operoso Instituto Histórico e Geográfico do Mucuri — de cujos Quadros faço parte, como também dos da Academia de Letras de Teófilo Otoni — para ocupar algumas páginas de sua Revista a ser publicada ao fim deste primeiro semestre de 2019, com um texto sobre a Polícia Militar no Mucuri e em Teófilo Otoni, decidi atender-lhe com este Ensaio A FORÇA PÚBLICA NO NORDESTE MINEIRO. Escrevi-o com base em nichos eletrônicos da 15ª Região de Polícia Militar e 19º Batalhão de Polícia Militar da PMMG, escorados em algumas de minhas reflexões interpretativas, poucos Escritores e importantes notícias narradas por Oficiais de nossa respeitável Corporação da Paz Social Mineira.