As atividades das negociações inéditas sobre um tratado para proibir as armas nucleares, foram iniciadas nessa segunda-feira (27), na ONU. Um grupo de mais de 100 países, dentre eles o Brasil, tem a convicção de que assim se reduzirá o risco de uma guerra atômica, apesar da objeção das grandes potências, segundo a RFI.
Há um grupo, liderado pelos Estados Unidos, inclusive, Reino Unido e França, que se opõe ao tratado da ONU.
Para a embaixadora americana, Nikki Haley, “Não há nada que eu deseje mais para a minha família do que viver em um mundo sem armas nucleares”, assegurou no início das negociações sobre este tratado na Assembleia Geral das Nações Unidas. “Mas é preciso ser realista”, apontou. Será que “a Coreia do Norte concordará em proibir as armas nucleares?”, questionou.
Durante as declarações, Haley estava rodeada pelos embaixadores de cerca de 20 aliados dos Estados Unidos, como Reino Unido, França e Coreia do Sul, vários países do leste da Europa membros da OTAN e Turquia. Seriam “cerca de 40 países” que apoiam a decisão de não respaldar o tratado, segundo Haley.
Além disso, há informações de que o pouco empenho das potências concorrerá para o fracasso da tentativa de controlar as armas nucleares, conforme de vê que:
Os partidários das negociações afirmam que as potências nucleares não fizeram nada nos últimos anos para se desarmar, embora a embaixadora americana tenha rejeitado que seu país reduziu em 85% seu arsenal desde a entrada em vigor do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), em 1970.
O lançamento dessas negociações sobre um tratado legalmente vinculante foi decidido em outubro, com o apoio de 123 países membros das Nações Unidas.
A maioria das potências nucleares, tanto as declaradas e as não declaradas, votaram, no entanto, contra essas negociações (Estados Unidos, França, Israel, Reino Unido e Rússia) ou se abstiveram (China, Índia, Paquistão). Até o Japão, o único país a sofrer um ataque nuclear em 1945, votou não nas negociações, preocupado com a falta de consenso a respeito.
Apesar de o posicionamento citado anterior, o Brasil é a favor da proposta e, seguem em frente, juntamente com a Áustria, Irlanda, México África do Sul, Suécia e outras centenas de ONGs comprometidas com a causa.
Mas a recusa desses países não dissuadiu as nações que defendem a iniciativa, como Brasil,”Isso levará tempo, não sejamos ingênuos”, comentou
Nas considerações da ministra sueca das Relações Exteriores, Margot Wallström, a questão não é simples e “levará tempo, não sejamos ingênuos”, ressaltou. Esclareceu também o quanto é”é muito importante, principalmente neste momento em que assistimos a todo tipo de discurso de demonstração de força que inclui a ameaça de uso das armas nucleares”.
Está previsto para 7 de julho, o final da primeira fase das negociações iniciadas.
Fonte: RFI.
Foto detalhada: Reator nuclear em Flamanville, França.