O Coronel Wolney Dias Ferreira, comandante-Geral da PMERJ recebeu, nesta semana, duas notícias que têm sido comuns no cotidianos dos principais líderes das policias militares brasileiras.
A primeira notícia, foi o assassinato do “soldado Thiago Marzula, de 30 anos, […] morto com um tiro na cabeça, na segunda-feira, durante patrulhamento numa favela em São Gonçalo. Ele deixou um filho de apenas 1 mês.”
A outra foi o assassinato do “cabo Bruno dos Santos Leonardo, que era lotado na UPP da Mangueira. O policial foi morto segunda-feira durante um ataque a tiros contra uma equipe da PM na localidade conhecida como Telégrafo. Bruno estava na corporação havia seis anos, era casado e deixou uma filha e um enteado.”
Os policiais militares receberam as últimas homenagens de familiares e colegas de trabalho, respectivamente no “no Memorial Parque Nycteroy, em São Gonçalo” e no “Cemitério Municipal de Queimados”.
Todos ficamos abalados, quando perdemos um parente, amigo ou companheiro de trabalho. Esta triste realidade é mais frequente na vida dos policiais militares brasileiros, e, mais especificamente, daqueles que serviram ou servem no Estado do Rio de Janeiro.
Ainda em um dos cemitérios, o Jornal GLOBO e algumas redes de TV registraram a declaração emocionada do Coronel Wolney, destacando-se:
— Quem atenta contra a vida de um policial atenta contra o Estado. Isso é um ato de terrorismo, e eu defendo penas muito severas. Sinceramente, acho que para esse tipo de crime deveria ser prisão perpétua. Acho que a nossa legislação tem que ser revista. Tem que ser dado um peso muito maior aos crimes contra um policial, contra quem tira a vida de alguém. Imagine se for um menor de idade? Não vai ficar nem preso. E é isso o que a sociedade quer? Nós estamos derramando o nosso sangue diariamente, tingindo o solo desse estado em defesa da sociedade, que precisa saber que também é responsabilidade dela — frisou o comandante.
— Eu me sinto muito mal. É como se eu perdesse um filho cada vez que morre um comandado. É muito duro porque uma parte minha vai junto com esse filho. Esse é o meu pior pesadelo. A sociedade tem que entender que a polícia é a última linha entre a ordem e o caos. Nós somos os defensores da liberdade que permite a nossa sociedade viver e ter o seus direitos. Isso não pode ser aceito como uma coisa normal[…]
— Estamos revendo a nossa legislação, as nossas instruções reguladoras. Estamos também tentando diminuir os confrontos para evitar a vitimização não só de policiais como também de terceiros, de civis. Estamos empenhados em buscar uma estratégia melhor, muito mais eficaz, para reduzir a perda de vidas.
— Temos uma perda anual de 1.200 a 1.300 homens, seja por falecimento, passagem para a inatividade ou incapacidade física. E hoje eu não tenho reposição. Em razão da crise, eu não posso incorporar policiais militares […].
É importante destacar que, enquanto as notícias informam que outras polícias militares brasileiras realizam concursos e efetivam novos servidores à proteção pública, a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) “perdeu 7,7% de seu efetivo em dois anos. Foram 3.805 agentes que deixaram de cuidar da segurança do estado.” Nos últimos sete anos, segundo um infográfico publicado no Jornal GLOBO, a evolução do efetivo da PMERJ cresceu, no período de 2010 a 2015, de 38.929 para 49.234 servidores. Esse efetivo decresceu para 47.827, em 2016, e, em 2017, 45.429.
Mas, ainda no cemitério, “aoo lado de aproximadamente 300 pessoas, entre PMs, parentes e amigos de Marzula, Wolney Dias disse que já não suporta mais ter que enterrar policiais. Este ano, já foram 89 mortes.”
Ainda há pouco, O GLOBO publicou outra notícia sobre a zombaria política da segurança do Rio de Janeiro!
Senhores, DONOS DA REPÚBLICA, o Rio de Janeiro precisa de escolas e hospitais. E a melhor proteção pública para o Rio de Janeiro somente será efetivada pelos órgãos públicos cariocas. Nenhum outro, de qualquer lugar do planeta, será capaz de fazê-lo!
E a pergunta que não quer cessar…até quando?