Chegou ao conhecimento deste Ponto PM — mediante o Jornalista João Bosco de Castro (Registro MG/DRT4 n° 6877/JP), Responsável pelas Edições do PontoPM/MindBR —, o texto elaborado pelo Coronel Veterano da Polícia Militar de Minas Gerais Gentil Alberto de Menezes. A mensagem daquele membro, integrante da Equipe PontoPM, foi ativada, com a presente publicação nas páginas de nosso Portal PontoPM.
O autor do texto ora publicado insere-se — por competência inegável, brio policial militar mineiro e irretocável profissional — na Ordem Maior de muitos brasileiros construtores da polícia ostensiva de preservação da ordem pública. Esta, principiou-se nas Minas Gerais, em 1775, muito antes de ser grafada no Texto Constitucional de 1988.
O texto a seguir mostra quem é o seu autor, o que pensa, já fez, enquanto protetor publico de muitas comunidades mineiras, e se dispõe a fazer de seus semelhantes, com alegria, gentileza e amizade.
Caros Leões,
É consabido que em Lions as nossas tarefas se equivalem, sendo nós, seus executores artífices da construção de um mundo mais igualitário e melhor. Tal tarefa, convenhamos, por si mesma, nos antecipa motivos de grande alegria de sermos Leões a serviço da vida.
Melvin Jones, líder inspirador de Lions, ao cunhar a expressão “Ninguém poderá ir muito longe, enquanto não realizar algo pelo próximo”, idealizou um mundo centrado na realização de serviços pelo e para o próximo como principal objetivo das nossas ações leonísticas e um precioso legado a nos dignificar.
De lá para cá, a rica e centenária história do Lions criou e fomentou entre seus associados, aguçado espírito de luta culminando em condutas solidárias e serviços comunitários de qualidade, cujo valor repousa na intensidade de sua realização.
Neste sentido é crucial que ao realizarmos algo pelo próximo, acrescentemos substanciais doses de alegria, gentileza e amizade em nossos quefazeres leonísticos. Certamente, esse novo modelo de servir nos propiciará, mais e mais, introjetarmos a magnitude de Lions Internacional como maior instituição humanitária de serviço voluntário do planeta.
Convidados, portanto, para acolher e socorrer a quem necessitar, na execução desta missão nenhum Leão está sozinho. Chamado a transformar a vida, por onde quer que passe, suas pegadas deixam indeléveis rastros de realizações do bem, de modo a despertar noutras pessoas a vontade de juntar-se à causa do leonismo mundial.
Onde fala o Leão, brada o Lions com vigor e compromisso transmitidos por aqueles que nos precederam, fato que nos exige legar à posteridade a marca fundamental do Leão: o protagonismo no servir com alegria que contagia, no acolher com amizade que transforma e na gentileza da atitude que respeita.
Lions não é realidade feita só de palavras. Mais do que isso, é ação que conforta, é vivência que encoraja, é prática que anima. Não podemos ser Leões que somente falam de Lions, mas que não o vivem na sua quintessência, qual seja: servir, no presente, em homogênea e solidária conexão às suas causas globais.
Urge, portanto, compartilharmos com alegria a dádiva da visão para a redução de doenças oculares; que a silenciosa e cruel diabetes seja continuamente enfrentada e controlada; que a criança portadora do câncer seja amparada com decência e qualidade; que a fome seja aliviada dia a dia para, no futuro, ser erradicada; que os nossos netos e bisnetos usufruam de um meio ambiente ecologicamente equilibrado e digno; que as vítimas de catástrofes sejam oportunamente atendidas em suas necessidades temporárias e materiais e que os jovens, bem-orientados, sejam adultos empreendedores dos esforços humanitários densos e igualitarizantes.
Guimarães Rosa com sua prosa peculiar, versa que o que a vida quer da gente é coragem. O poeta nos sugere o “viver” com intensidade e nunca dos nunca recuar ante aos desafios, pois, quando tudo parece estar bem, de repente desinquieta, sobrevindo vendavais, enchentes, desabamentos, fome, doenças, pandemias, a morte. Com a permissão do autor, a vida quer também, sensibilidade para, empaticamente, compreendermos e sentirmos a dor do outro, pois “a vida é mutirão de todos, por todos remexida e temperada.”
Que criemos laços de amizade em nosso companheirismo para servirmos com alegria e gentileza, características reveladoras a índole autêntica, amena afável do Leão que se entrega ao serviço humanitário, seja pelo sorriso dado, pela mão estendida ou pelo apoio realizado.
Gandi, nos alerta que a alegria de viver está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitória propriamente dita. Cientes disso, mais fácil conceber que o que faz a alma do Leão vibrar não é, propriamente, o resultado, mas, sobretudo, a jornada empreendida pelo prazer de servir. Sejamos, então, a mudança que queremos ver no mundo.
Fruto de um exercício diário que requer atenção, paciência, educação, resiliência e autoestima elevadas, ser gentil em Lions é agir com respeito ao espaço do outro, é escutar ativamente as opiniões divergentes e acatar as diferenças e a diversidade, afinal, produto dela mesma, a gentileza é vital para a construção de Lions Clubes fortes e coesos.
A amizade, primordial no relacionamento entre pessoas, parece ser uma daquelas coisas que nos dizem respeito, mas que não são ensinadas por ninguém. Par Freud, “a Amizade é a porção não-genial do amor, que vai compor também o caráter…”. Para Aristóteles, “a Amizade é um coração que habita em duas almas”. Já para Cícero, orador romano, só é possível haver amizade entre “homens de bem”. Em Lions essa lealdade é proteção decorrem do interesse do serviço, de sua utilidade e da virtude de nossas ações.
Continuamos, pois, ajudando a quem precisa indo além da mera satisfação momentânea e pontual de suas necessidades. Ao Leão não é permitido aquietar-se, pois o rio do tempo, aberto num delta de realizações, depende cada vez mais dele, numa urgência que não admite parada.
Assim, resta-nos concluído que a Alegria, Gentileza e Amizade em Lions Internacional são qualidades que, além de nos definirem como seres humanos, esteiam, como Leões, nosso lema universal na lida do bem-servir à humanidade com qualidade e objetividade tão-necessárias ao império da grandeza do Lions Clube.
Leia, também, o texto traduzido para o idioma espanhol e publicado na Academia Mineira de Leonismo.