Será que os comandantes têm conhecimento sobre a saúde física e/ou mental dos seus comandados? Um (a) profissional de polícia ostensiva e preservação da ordem pública com indisposição física ou mental pode comprometer o sucesso de uma missão? Há possibilidades de riscos para si próprio(a)? Para a equipe de trabalho?
Esses questionamentos quase sempre se perdem, em meio aos ingentes varejos das rotineiras atividades policiais militares. Conhecê-los e dimensioná-los é prevenir situações indesejáveis.
Sobre a indisposição física e mental de policiais, há uma notícia — na revista da Federação Policial da Inglaterra e do País de Gales (PFEW), na edição de junho/julho de 2017, na página 28 —, indicativa do resultado de uma pesquisa realizada em fevereiro de 2016, com a participação de 16.841 policiais de 43 unidades operacionais de polícia.
Dentre os pesquisados, 58% responderam que deixaram de trabalhar, nos últimos 12 meses, porque se encontravam indispostos física ou psicologicamente. 29 % afirmaram ter se ausentado do trabalho, pelo menos um dia, devido ao estresse, à depressão ou à ansiedade.
A notícia enfatiza que o estudo da pesquisa era Demanda, Capacidade e Bem-estar nas atividades policiais, com a finalidade de analisar não apenas o absenteísmo, mas, também, o presenteísmo, que é o ato de comparecer ao trabalho enquanto se está doente, e o abandono, quando os policiais usam os dias de férias anuais ou de descanso para se recuperar de uma daquelas doenças.
O resultado mais surpreendente indica que, dentre os respondentes, 90% admitiram ter trabalhado, em uma ou mais ocasiões, enquanto não estavam bem fisicamente, e, 65% deles, trabalharam, quando não se sentiam mentalmente bem. Além disso, 59% dos entrevistados haviam usado licença ou feriado para superar uma doença física ou psicológica.
Outro destaque da notícia, foi a afirmação de Jason Kwee, do Subcomitê de Saúde e Segurança da PFEW, de que os resultados não eram surpreendentes, pois houve uma queda de 14% no efetivo policial britânico, ao longo de sete anos. Esse resultado aumentou a pressão sobre os demais policiais, afirmou, justificando-se, com os números expostos pelo Ministério do Interior, que a quantidade total do efetivo era de 143.734, em 2009, e diminuiu, para 122.859, em setembro de 2016.
Kwee destacou, ainda, que o “estigma da saúde mental” pode mascarar a verdadeira escala do problema e indaga: “quantas ausências que são rotuladas de doença física são realmente devido ao estresse?
Além disso, enfatizou, primeiramente, que “a mensagem alarmantemente clara da pesquisa de bem-estar é que as forças estão sob pressão e os cortes tiveram – e continuam tendo – um impacto na entrega e na vida dos oficiais. Toda ausência adicional do estresse aumenta ainda mais a carga sobre os que ainda estão no trabalho. E que o “policiamento é uma vocação onde os policiais estão orgulhosos de servir suas comunidades e muitas vezes o fazem em risco para sua saúde. Eles entrarão e continuarão independentemente e isso não é saudável. É uma triste reflexão sobre o serviço que os policiais estão usando dias de licença e descanso para se recuperar da doença “.
E então?
Com a palavra os gestores de pessoas…