És Mãe! *
João Bosco de Castro.
Mãe, sublime sacrário de quietude!
Ventre rasgado aos dons só da cordura
Angelical… As cordas do alaúde
Universal cantaram tua candura
E teu amor materno, em que me pude
Compensar de ser filho da mais pura
E inesgotável fonte de virtude
E condução moral, mas que ternura!
És mãe! És tolerância e sacerdócio
De salmo e santo afeto, a mais sofrida
Figura divinal. És Mãe! És ócio!
És tão-só compreensão incompreendida!
És Mãe! Seja teu filho um vil beócio
Ou grande rei, por ele dás a vida!
Belo Horizonte, março-maio de 1970.
(*) Soneto vencedor do Prêmio IMAGEM POÉTICA DA MATERNIDADE, no Dia das Mães de 1970: Departamento de Letras da então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Belo Horizonte