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O ESPÍRITO DO NATAL

Marcílio Fernandes Catarino (*)    É dezembro…! Momento em que milhões de pessoas nos quatro cantos do planeta comemoram o Natal, o (re)nascimento do Menino Jesus, do Sublime Peregrino, cujas mensagens de luz e amor transformaram o mundo para sempre. Ensinamentos milenares que, ainda hoje, não conseguimos entender adequadamente e internalizar a essência. Pelo contrário, grande parte da humanidade os corromperam e renegaram, hoje caminhando sem rumo, desesperada, desorientada e perdida. Olho pela janela do tempo e me vejo criança na pequena Caetanópolis, meu torrão natal. Minha mãe e minhas irmãs, alegres e agitadas, cuidando da montagem do presépio, uma tradição na cidade, comum a quase todos os lares naqueles tempos que já vão distantes. Sobre a prateleira o rádio Phillips, único elo de ligação com o mundo, a tocar músicas de época o dia inteiro. Em toda a cidade pairava um ar de magia, como se a vida se transformasse repentinamente, enchendo os corações de alegria e sentimentos fraternos. Ao entardecer, pelos alto-falantes da Matriz de Santo Antônio, soavam os acordes maviosos dos cânticos natalinos. O Adeste Fidelis e o Noite Feliz eram os meus preferidos. Foi nessa época que, aos oito anos de idade -se não me falha a memória- conheci a Capital Mineira, conduzido pelas mãos amorosas de meus saudosos pais. Que deslumbramento…! Nas ruas do centro comercial a mesma alegria e empolgação da minha cidade e, dos alto-falantes dos estabelecimentos comerciais, ouvíamos sem parar as alegres músicas de Natal, executadas pela harpa magistral de Luiz Bordon. À noite, então, todo o centro comercial se transformava num palco de luzes coloridas, com cada loja se esmerando na sua ornamentação, que a todos seduzia e hipnotizava.  Ao longo dos anos pude vivenciar esse clima mágico dos dias de dezembro, com o coração enternecido e embalado pelos cânticos e músicas natalinas, como o “Happy Xmas”, gravada pelo beatle John Lennon em 1971, por muitos anos eleita a música da época, cantada em todo o mundo.    Embalado por esses pensamentos, resolvi passear pelo centro comercial da nossa Capital, na esperança de reviver aquele encanto e reencontrar o Espírito do Natal, de cuja ausência meu coração de criança tanto ressente. Com profunda tristeza, percebi que o ar perdera aquela magia e no semblante das pessoas não mais se notava a alegria e o sentimento de fraternidade. Nas ruas, a multidão caminhando apressada em todas as direções, em meio ao infernal trânsito de veículos. Não se ouvem mais as músicas e cânticos natalinos. Dos alto-falantes das lojas apenas sons estranhos e anúncios de promoções de produtos, convidando todos ao consumismo. Aos poucos fui constatando que, na verdade, não se festeja mais o Natal. Ao que parece, o Menino Jesus, o aniversariante do dia, o mensageiro da Luz e do Amor, perdeu a importância e o lugar para o Papai Noel, aquele velhinho bonachão e caridoso que, na verdade, também perdeu a identidade original, transformado pela modernidade no arauto do consumo desenfreado, para a satisfação de necessidades irreais e gáudio do capitalismo selvagem. Dez/2024. (*) Coronel Veterano PMMG/Aspirante 1970

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