Não comemorar o 31 de Março por quê?
Há muito rebuliço, e não é de agora, com a perspectiva de distorcer fatos históricos. Um deles é o episódio circundante ao 31 de Março de 1964. Ora, se não há justificativa para a comemoração daquela data histórica, onde se encontram as do 21 de Abril, 7 de Setembro, 15 de Novembro e outras datas históricas. Estas nos levam a memorizar fatos aparatosos. É procedimento comum de cidadãos civilizados e que amam sua pátria. Não soa falsamente : “Brasil, Pátria Educadora”? Mas, o que se vê, nos últimos anos, é uma flagrante tendência de rumar ao caos. Isso porque, ao contrário de educar, fazem de tudo para que o nível de incivilidade — recrudescente na infância e juventude brasileira — aumente. Não têm família, as mães os ignoram, não têm pátria… E a Escola? Nessa sexta-feira (29), chamou atenção, um texto divulgado pela emissora de rádio, ao destacar que: Arthur Xexéo e Astrid Fontenelle criticam a intenção do presidente Jair Bolsonaro de comemorar o golpe de 1964. Eles avaliam que, apesar de ele ter voltado atrás, o estrago já tinha sido feito. “Presidente conseguiu o que queria, que eram as pessoas dizerem nas redes sociais que não houve golpe. […] Hoje estamos aí ouvindo versões de que não houve ditadura”. Os dois ressaltam a importância de lembrarmos do que aconteceu para tentar não repetir. “O que o presidente fez foi descredibilizar o acontecimento”. O(a) caro leitor(a) poderá ouvir o que foi dito pelos comentaristas (lembrando que a jornalista nasceu três dias antes o episódio em questão; o escritor em 1951): Muitas notícias, nesse diapasão, foram publicadas pelos diversos órgãos da rede de comunicações. Porém, não se sabe ao certo, quem descredibiliza os fatos históricos? Quando e por que foram descredibilizados? Empreendeu-se, então, numa pesquisa, on line, em busca das informações publicadas. Primeiros, nos dois jornais de maior circulação no Brasil. Depois, nas duas revistas, com igualdade daqueles dimensionamentos. Sobre o 31 de Março de 1964, há muitas informações publicadas, nos jornais — O GLOBO e Folha de S. Paulo — e nas revistas — O Cruzeiro e Manchete.Em seguida, encontrou-se, naquelas agências de notícias: No Jornal O GLOBO No acervo de O GLOBO, há fatos incontestes publicados nos dias 31 de março, 1º e 2 de abril de 1964. Dia 31 de março de 1964 No editorial do último dia de março, foi publicado A Nação Unida às Forças. Nele, há o reconhecimento da real situação que permeava a Pátria Brasileira, prestes a se tornar uma nação comunista, no sentido esdrúxulo e repugnante. Felizmente, brasileiros valorosos se posicionaram em defesa do Brasil. Dia 1º de abril de 1964 No dia seguinte ao 31 de Março de 1964, não houve a impressão de O GLOBO, segundo as explicações descritas na imagem seguinte: Dia 2 de abril de 1964 Na publicação do dia 2 de abril, há, de fato, informações sobre as duas publicações citadas anteriormente. Em a Violência contra “O Globo”, há informações da chegada de 30 fuzileiros navais comandados capitão-tenente. Segundo a notícia, era “Educado, mal ocultando o seu constrangimento em cumprir a ordem absurda. Depois, aconteceu a chegada do — cognominado truculento — almirante Aragão. Do mesmo modo, publicou-se o Ressurge a Democracia! Mas, o Editorial previsto e não publicado no dia 1º de abril de 1964, foi publicado no dia seguinte. Denominado A Decisão da Pátria, encontra-se na terceira página de O GLOBO do dia 2 de abril de 1964, conforme apresentado em seguida. Grosso modo, o Editorial “imposto” e o elaborado pelo matutino são divergentes apenas nas palavras usadas. Têm igual teor. Ambos enaltecem a pronta ação para dar um basta na incompetência que rondava a Presidência da República Federativa do Brasil, prestes a ruir. Jornal Folha de S. Paulo São expostos, em seguida, da Folha de S. Paulo, as publicações do dia 1º de abril de 1964. Primeira publicação No Rio de Janeiro, no dia seguinte ao 31 de Março de 1964, houve violência generalizada, publicou O GLOBO. No Jornal Folha de S. Paulo, no dia 1º de abril de 1964, publicava-se: Calma é completa no Estado de São Paulo e Não há Separatismo em Minas, diz Magalhães. Publicaram, então. sem qualquer constrangimento, outras notícias sobre o acontecimento Segunda publicação Em consequência disso, quanto destaca a Politica na opinião alheia, a Folha de S. Paulo não menciona O GLOBO. Nas opiniões, há convergência de pensamentos, inclusive, nos destaques do Discurso infeliz; Brasil continua e Confiança, apesar de tudo. Neles, há sintonia fina, com as notícias divulgadas pelo jornal carioca. Terceira publicação Aos fatos expostos, acrescem-se os apresentados na imagem seguinte, onde se vê mais considerações sobre os desmandos do Presidente da República daquela época. Contra as situações descabidas e indesejáveis, o Presidente forçou a tomada de decisão do Comandante da 4ª Região Militar – general de divisão Olímpio Mourão Filho, que se declarou “o mais humilde soldado”, a serviço da Pátria Brasileira. E, na mesma direção, o The New York Times publicara sobre a Política do Brasil à Beira do caos. Na Revista O Cruzeiro Os fatos publicados pelo O Cruzeiro não descredibiliza aquilo que foi publicado pelos jornais citados. Há porém, um artigo citado numa postagem deste Pontopm, que é direcionado, ao que parece, com a finalidade de descredibilizar aquela Revista. Daquele artigo, transcreve-se o seguinte: Durante a análise do discurso da revista O Cruzeiro, foi possível identificar sentidos que se reproduzem, se repetem, se (re)significam ainda hoje, através dos grandes meios de comunicação. As forças políticas que agiram ativamente na deposição do presidente João Goulart atuavam em benefício do capital estrangeiro, criando um distanciamento moral com aqueles que se atreviam a questionar esse modelo de sociedade. O discurso de O Cruzeiro que, além de conservador, na maior parte dos casos, se mostrou preconceituoso e agressivo, resulta de uma memória discursiva na qual o mundo estaria dividido em dois extremos – de um lado o capitalismo (sistema político considerado ideal) e, de outro, o comunismo (considerado antidemocrático e, portanto, prejudicial). É o que a doutrina persa